23 de junho de 1970, Praia do Pina, Recife, Pernambuco.
Há 54 anos, o corpo de uma menina de aproximadamente oito anos era encontrado com o rosto coberto de areia e as mãos amarradas para trás.
Cruelmente assassinada, nunca se soube absolutamente nada sobre ela.
Nem pai, nem mãe, nenhum parente ou amigo apresentou-se ou procurou pela menina.
Por mais que a polícia tenha buscado informações, encontrou culpados, mas jamais desvendou a identidade da vítima.
Em 29 de junho, foi encontrado um suspeito, a pessoa em situação de rua Geraldo Magno de Oliveira, que confessou o crime.
Mais tarde, Geraldo negou e disse que foi forçado a confessar, após ser torturado pela polícia, que teria esmagado os seus órgãos genitais.
O detalhe é que os exames constaram que não houve violação sexual.
A menina foi enterrada no Cemitério de Santo Amaro, em 3 de julho de 1970, e milhares de pessoas foram até o local acompanhar o seu enterro.
Desde então, pessoas dos mais diversos lugares passaram a considerá-la uma santa, realizadora de milagres.
Passaram a atribuí-la graças alcançadas, como cura de doenças e conquistas materiais (compra de uma casa, por exemplo), de forma que a sua sepultura recebe milhares de devotos, sendo uma das mais visitadas da cidade do Recife no dia de finados.
A Menina Sem Nome passou a ser uma espécie de “santa-não-canônica” devido aos pedidos feitos pelo povo em seu túmulo, um tipo de santificação popular.
Também é comum os devotos deixarem doces, brinquedos e outras lembranças em seu túmulo.
Incrivelmente, o Cemitério de Santo Amaro (maior do Recife) tem quase 30 mil sepulturas, mas o da menina é o mais visitado.
A quem interessar, recomendo o documentário “Menina Sem Nome”, de Adriano Portela (2007).
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