Não só saber viver, mas saber morrer também é uma arte. Em Vitória de Santo Antão, tinha um sujeito tão pirangueiro que, ao falecer, a esposa resolveu dar-lhe um sepultamento digno de suas economias, comprando-lhe um suntuoso caixão. Quando o falecido ia, ali, pela antiga Rua da Paz, a bordo de sua urna funerária, resolveu recobrar os sentidos:
– Quanto custou este caixão, fulana? – perguntou a sua inconsolável esposa.
– Custou tantos e quantos, meu querido – respondeu-lhe, temerosa.
Aí, o ressuscitado “remorreu” para século sem fim, amém.
Sosígenes Bittencourt