Faltando praticamente cinco meses para um novo encontro do eleitor brasileiro com as urnas – até o presente momento – o cenário político nacional ainda continua bastante nebuloso. “Medalhões”, antes colocados como uma alternativa viável e “confiável” para dirigir a nação, tal qual o senador Aécio Neves, atualmente, estão muito mais próximos da cadeia do que das cadeiras palacianas.
Aquilo que, lá atrás, atribuímos valor indispensável ao processo da redemocratização do Brasil, na retomada do poder pelos civis, após o período de exceção, imposto pelos militares, os partidos políticos, ao longo do tempo, ao que parece, pauto-se, majoritariamente pelas práticas delituosas – como um conjunto de facções criminosas – do que investiu suas energias na pluralidade das ideias e na boa aplicação das mesmas, sobretudo no contexto administrativo e parlamentar.
Atualmente, o nosso Brasil anda tão carente de novas lideranças políticas que até o apresentado global do “Caldeirão” – o Luciano Huck – apresentou-se como uma espécie de solução ecológica. Para se mensurar o fosso em que estamos afundados, basta dizer que os dois pré-candidatos a presidente mais situados nas pesquisas eleitorais, respectivamente, estão em lado diametralmente opostos, no mundo da criminalidade, ou seja: o primeiro, condenado e preso. O segundo, militar autoritário e “justiceiro”.
Nesse vácuo, por assim dizer, as esperanças no processo que se apresenta, infelizmente, são poucas. Não podemos crer na melhoria de um país, que se diz democrático, no qual o Poder Judiciário, com raras exceções, não cumpre o seu papel que é de punir os culpados. Não concluir os processos, se socorrendo da justificativa da “morosidade e acumulo”, é um verdadeiro incentivo à impunidade. Por aqui, ao que parece, o crime continua compensando.
No Brasil, nas últimas décadas, o que mais cresceu e se organizou foi a desordem, o descumprimento às leis e o ordenamento social. As facções ocuparam os espaços do estado nas áreas carentes e ganharam fôlego no caixa. A milícia sufocou o sistema legal, por pura inatividade dos órgãos governamentais, sobretudos os comprometidos com a corrupção sistêmica e, se não bastasse, enquanto isso, os poderes executivo e legislativo, nas três esferas, passaram a operar em favor dos que detém o capital. Só a revolução nos salvará!! Sem partidos políticos e sem ideologias, mas em favor da cidadania……