Ontem, 06 de maio, nossa cidade, Vitória de Santo Antão, completou 175 anos de nascimento. Sim! Não confundamos as datas: Há 392 anos aconteceu o nosso povoamento. Há 373 anos ocorreu a Batalha das Tabocas e há 206 anos conquistamos a nossa autonomia política. Cada data tem a sua importância e simbologia no contexto local.
Antes, porém, de chegarmos à categoria de cidade existimos, inicialmente, 47 anos como povoado, 139 anos na categoria de freguesia, 31 anos sendo uma vila e nos últimos 175 anos ostentando o título de cidade (2018). Salientemos, então, que como cidade, no primeiro século, fomos apenas Vitória e, só a partir de 1943, em função do decreto Lei-estadual nº 952, que proibia a existência da toponímia nacional, como Vitória de Santo Antão (75 anos).
A lei provincial que nos elevou à categoria de cidade, em 06 de maio de 1843, foi a 113, assinada pelo então Conde da Boa Vista. Na ocasião, ganhamos o nome apenas de “Vitória”, em homenagem à épica batalha ocorrida no Monte das Tabocas. Comemorar as datas cívicas importantes, no Brasil, não é algo comum. Certamente, isso ocorre, pelo fato de termos uma história nacional forjada inversamente, ou seja: de fora para dentro.
Quando me refiro à comemoração não quero dizer, necessariamente, com banda de forró ou pagode, em praça pública. Às datas cívicas sugerem promoções mais voltadas ao conhecimento histórico. Esses acontecimentos, indiscutivelmente, florescem e promovem frutos genuínos. Algo que será agregado ao individuo nativo e que, possivelmente, irradiará ganhos sociais e coletivos por toda sua existência.
As datas marcantes, se bem utilizadas, também nos servem como excelentes exercícios à memória histórica. Imaginar, porém, do ponto de vista sociológico, como as pessoas viviam à época dos acontecimentos, como pensavam, de que maneira se relacionavam, quais os costumes marcantes, quais os temores que mais lhes inquietavam, em que contexto as mudanças ocorreram e etc, de certa forma, nos ajudaria a entender muito mais os problemas sociais, hoje, vividos nacionalmente e, em particular, na nossa polis.
Portanto, não me canso de dizer: o Instituto Histórico e Geográfico da Vitória foi, e é o maior projeto cultural de todos os tempos, já implantado na nossa cidade. A sua missão, atuação e compromisso social ultrapassam seu espaço físico. A preservação da memória de um povo é algo indelével. Sua história, seus costumes e seus vultos, por exemplo, são referências que nos apontam, com mais segurança, um caminho na direção do futuro pois, os mesmos, foram edificados nos acontecimentos, prontos e concluídos, do tempo pretérito. Nesse momento cívico comemorativo, reacendo, mais uma vez, minhas esperanças que um dia os nossos gestores municipais possam entender a grandiosidade do projeto aludido e, mesmo sem ser de alma, possam se despir da opaca armadura da indiferença. Aliás: ESPERANÇA é o sonho real de quem se encontra sóbrio e acordado.
Parabéns Vitória de Santo Antão!! Viva o nosso Instituto Histórico!!!