Não há morte, Bem-Amada:
– Do corpo termina a lida,
a alma mais tarde regressa
noutra missão, noutra vida.
Na terra, o corpo se acaba,
assim, também, morrerás
mas, de novo, noutra carne,
neste mundo viverás.
* * *
Fuja da inveja, da gula,
da preguiça e do ateísmo,
fuja da ira, da vaidade,
da mentira e do egoísmo.
* * *
Esta somente, Querida,
nesta cova ficará
e depois de certo tempo,
numa planta viverá.
Nos caminhos da jornada,
sob a luz dos olhos teus,
desejo viver em paz
na graça eterna de Deus.
* * *
Não tenhas medo da morte,
nem da vida, no outro lado,
a quem amas, neste mundo,
será sempre o Bem-Amado.
* * *
Se queres viver em paz,
não guardes ressentimentos,
as pedras de teu caminho,
vêm de tristes pensamentos.
(migalhas de poesias – Célio Meira – pág. 38 e 39).