Na figura do meu avô, Zezé Mariano, pai do meu pai, Zito Mariano, lembro a todos os vitorienses que, no próximo sábado (04), acontecerá a “Primeira Feira de Agosto”. O tradicional evento, assim como nos anos anteriores, tomará o espaço do Parque de Exposição Joaquim Rodrigues de Lira, localizado no Loteamento Conceição. Em relação a essa festa, por assim dizer, devemos sempre lembrar, também, da “Primeira Feira de Setembro”. No contexto histórico elas se completam.
Nos áureos tempos da “Indústria Canavieira” na nossa região – Zona da Mata – Vitória, através desses dois eventos – Primeira Feira de Agosto e Primeira Feira de Setembro – atraia para si uma importância cosmopolita. Pois, era a partir daqui, que se começavam os chamados apontamentos dos engenhos.
Nesses eventos anuais se negociava de um tudo. De escravo a arma, de animal a ferramenta, de insumos a novidades importadas dos grandes centros europeus. Dentro desse contexto, contudo, o encontro desses homens de negócios – ricos e poderosos – oriundos até de outros estados do País, configurava-se – num tempo em que a vida tinha forte viés rural – no acontecimento sócio/econômico ímpar.
Com a gradativa desidratação da monocultura canavieira o foco mudou. Os animais passaram a ser a força motriz do evento. Na nossa estação ferroviária, por exemplo, em tempos não muito distante, quando as Praças 3 de agosto e Restauração, juntas se chamava “Pátio dos Currais”, chegavam vagões com boiadas para serem negociados. Nas últimas décadas do século XX e nas iniciais do século XXI, o evento se transformou. Os tempos são outros……..
Concluo essas linhas, novamente, lembrando do meu avô, Zezé Mariano. Dizia papai que essa era a única festa que ele fazia questão de se apresentar com roupa nova – mandava o alfaiate costurar um conjunto novo (calça e camisa com cores iguais e com quatro bolsos). Assim sendo, mais uma vez, marcarei presença, para rever amigos e respirar o cheiro dos bichos e, naturalmente, degustar um pouco de história…….