Desde a chamada “Nova República” uma eleição geral brasileira nunca havia ocorrido com tantas peculiaridades e surpresas. Nesse contexto, devemos incluir pelos menos dois fatos inusitados: um atentado a faca, em pleno ato de campanha, deferido na direção de um dos principais presidenciáveis, assim como de um postulante – que figurava até então no primeiro lugar das pesquisas eleitorais – comandando sua campanha de dentro da cadeia.
Seja lá qual for o resultado anunciado pelas urnas no próximo dia 28 de outubro, tenho a impressão que o Brasil sairá perdendo. Nós, brasileiros, ontem (07), dentre as possibilidades possíveis para conjugar uma disputa no segundo turno, escolhemos a pior, ou seja: de um lado um projeto de governo que fracassou e jogou o País no fundo do poço. Do outro, uma possibilidade evidente de andarmos para trás e tomarmos o conhecimento de que o poço não tem fundo.
Antagonicamente esse mesmo eleitorado, no que se refere ao processo sucessório no Congresso Nacional, deu sinais de sabedoria ao banir da vida pública figuras que nunca fizeram outra coisa na vida a não ser se servir do povo, ao invés de servir ao País. A turma do Sarney, do Cunha, do Jucá e até do Pedro Correa foram barrados no “Baile Democrático”. Isso foi bom!!
Já com relação ao nosso Estado acho que o povo merecia uma nova chance para avaliar os dois candidatos que se saíram melhor nas urnas, numa disputa em segundo turno. Mesmo após quatro anos administrando o Estado o governador Paulo Câmara, antes, um desconhecido, recebeu menos sufrágio agora que em 2014. Sinais de que sua gestão real mente ficou abaixo do esperado.
No quesito Vitória de Santo Antão e seu comportamento eleitoral, realçando apenas o recorte político local e seus desdobramentos, o resultado do último domingo nos sugere algumas avaliações. Uma eleição calma e tranquila, sem maiores alterações. Definitivamente, os sufrágios hipotecados aos três “príncipes” – filhos dos tradicionais políticos locais – foram abaixo da expectativa dos chamados “cientistas políticos populares”. Já outras candidaturas avançaram “fora da margem de erro”.
Assim sendo, no transcorrer da semana iremos comentar, sob o nosso ponto de vista, quem ganhou e quem perdeu musculatura eleitoral no xadrez político local, visando os próximos capítulos. No mais, deu a lógica: Vitória mantém seu espaço na ALEPE, com três assentos.
As dinastias “queiroz” / “alvarez” são congeneres com a família “sarney”; desde minha infância já os observava e via-os, patriarcas e bando familiar, servindo-se, através da candura, dos incautos – menos esclarecidos – eleitores da minha cidade natal.