Certa vez escrevi aqui no blog que os políticos antonenses, nas eleições proporcionais estaduais (deputado), comandavam com mão de ferro aquilo que a literatura política chama de “Curral Eleitoral”. Ou seja, enquanto nas outras cidades, ex-prefeito e filhos de atuais prefeitos conseguiam votações relativamente modestas, nos seus respectivos principais redutos eleitorais, na Vitória de Santo Antão esse pessoal – Aglailson, Elias e Henrique – “deitavam e rolavam”. Ao que parece, por aqui, os tempos agora são outros.
Antes mesmo de adentrarmos no contexto dos políticos locais, comparando suas respectivas votações nas eleições de 2018 com a de 2006, gostaria de chamar a atenção para outro ponto: em 2006 o candidato a presidente do PT, Lula, em Vitória de Santo Antão, obteve uma esmagadora vantagem frente ao candidato opositor que ficou em segundo lugar – Geraldo Alckmim PSDB. Lula colocou quase 30 mil votos de frente no primeiro turno (48.018 X 18.033). Nessa eleição (2018) presidencial, aqui, a disputa entre o primeiro e o segundo colocado (Haddad e Bolsonaro) ficou praticamente empatada. Ou seja: pelo o que se ver, no próximo dia 28, as coisas para o candidato do PT só tendem a piorar…….
Referindo-se às atuais candidaturas dos representantes dos três maiores grupos locais – Elias, Aglailson e Henrique – comparando-as com o pleito 2006, ou seja: 12 anos atrás, logo entendêramos que os nossos “coronéis” estão se desidratando no seu próprio curral eleitoral – nesse artigo não estamos levando em conta suas respectivas posições no Estado.
Pois bem, na eleição de 2006, o candidato do grupo “amarelo” obteve para deputado em nossa cidade 19.854 votos (30,05% dos votos válidos). Já o candidato representando o grupo “vermelho” conseguiu 17.228 sufrágios (26,08% dos votos válidos). Pelo lado do “verde” o mesmo alcançou a seguinte votação: 5.426 votos (8,21% votos válidos).
Em comparação com os resultados alcançados pelos três grupos em 2018, teremos as seguintes votações: “amarelo” 14.333 (21,02%) – “vermelho” 14.694 (21,48%) e “verde” 5.209 (7,81%). Ou seja: todos ficaram menores, tanto em números reais quanto proporcionais.
Se há doze anos tínhamos o médico Edvaldo Bione (candidato a deputado) correndo “por fora” (6.915 votos – 10,46%), nessa eleição de 2018 tivemos a expressiva votação (local) do André Carvalho, que alcançou 8,98% dos votos validos, ou seja: 5.991 sufrágios apenas no município.
Resumo da ópera: olhando os números atuais, em comparação há três eleições atrás, mesmo com esses grupos se revezando no poder municipal, com o Henrique Queiroz hora de um lado, hora do outro, podemos inferir que os mesmos não estão mais fortes localmente, muito pelo contrário: estão desidratando-se ou mesmo, como se fala no jargão político: em queda livre.
Na contramão dos nossos “legítimos representantes” na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, realçamos o fortalecimento eleitoral, na nossa cidade, do deputado Cleiton Collins. O mesmo, na eleição de 2006 obteve 1.410 sufrágios por aqui (2,13%), já em 2018 o pastor conseguiu dobrar o seu percentual de votação, isto é, pulou para 4,47%, o que equivale a 2,980 votos. Esse sim, soube promover o milagre da multiplicação, mesmo tendo uma queda de cerca de 50% da sua votação global, em ralação a eleição imediatamente anterior.