As últimas notícias dos efeitos do “ciclone Idai” que, há duas semanas, devastou o Sudeste do Continente Africano não são animadoras. Fala-se, entre tantos problemas, no surgimento de casos de cólera. As autoridades sanitárias temem uma epidemia da peste. Às más condições sanitárias da região atingida, infelizmente, é fato agravante. Assistir tudo isso, em pleno século XXI, é algo lamentável.
Foi ainda na metade do século XIX que ocorreram os primeiros casos no Brasil. À contaminação teve inicio Estado do Pará e se alastrou pelas cidades portuárias, em função do forte deslocamento de navios. Pernambuco também teve seus dias de horror.
Consta nos livros que contam a história dos nossos antepassados que Vitória de Santo Antão foi a porção territorial cujos efeitos da aludida praga se deu em maior vulto. Por aqui morreu muita gente. Pobre, rico, branco, preto, macumbeiro ou católico foram castigados sem distinção. Ao final, em dois meses de holocausto, calculou-se que um terço da população antonense sucumbiu. Valendo salientar que no tempo pretérito pouco se sabia sobre a doença.
Pessoas enterrava um parente hoje, amanha, não sabia se era sua vez. Com medo de perecer nas estradas, alguns católicos passavam o dia rezando ao lado das covas para não correr o risco de não ser enterrados condignamente.
Construída em 1862 a Capela que hoje existe no Engenho Bento Velho foi fruto de uma promessa, realizada no ápice da contaminação que, caso ninguém da propriedade fosse contaminado pela dita peste mortal um santuário seria erguido. Assim também é feita a história, com fatos cíclicos em lugares e em recortes de temporal diferentes.
Pilako, essa capela foi erguida em pagamento dessa promessa feita a Nossa Senhora da Conceição, por Dona Maria do Carmo Silva da Cunha Beltrão, esposa que era de Dr Pedro Beltrão, senhores desse engenho. Anos depois quando já pertencente à familia Tavares, foi entronizada a imagem de Santa Cristina,e em seu lado direito há um pequeno cemitério, onde estão sepultados familiares dos Tavares