Eu não consigo torcer contra o Brasil. Há um país que vive em mim, livre de qualquer influência que o desfaça.
Ademais, a esperança nutre-se de vitórias, não de derrotas. De que nos servem as derrotas, senão como lição.
Uma gestão governamental é muito pouco para eu perder o amor a minha Pátria. Reprovar um político e transformar este ódio em desamor à Pátria é um gigantesco equívoco. Observemos a sapientíssima reflexão do jurisconsulto doutor Rui Barbosa:
“A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à ideia, à palavra, à associação. A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo; é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade. “
Ora, como poderei odiar minha pátria porque um regime ou um governante não me agrada, porque degrada? O que tem a ver a pátria que vive em mim, o seu céu, o seu solo, suas riquezas naturais, meus antepassados e meus filhos com tudo isso?
Sosígenes Bittencourt