A mais recente carnificina nacional deixou um rastro de sangue e pouco mais de meia centena de mortos. Boa parte da população, por motivos variados, vibra com a morte de condenados pela justiça, sobretudo quando já estão enjaulados nos presídios. Mas será mesmo que todas as pessoas que estão cumprindo suas respectivas penas merecem morrer como se animais fossem?
O tema da violência está no cotidiano do povo brasileiro. Ela atinge tanto o rico quanto o pobre. É bem verdade que o pobre, por motivo de sobrevivência, tem mais capacidade de adaptação, ou mesmo menos opções para escapar dela (violência urbana).
Não existe mágica. Existe sim, uma relação intima entre a “temperatura” interna nos cárceres com os negócios financeiros das facções – mercado da droga – aqui fora, no “mundo aberto”. Os governantes estaduais e federais correm desse tema como o diabo corre da cruz. Assunto indigesto, sob todos os pontos de vista……
Já blasonamos o título de terceira maior população carcerária do planeta. Não existe espaço para avançarmos no controle social sem o sério enfrentamento dessa questão. Já passou da hora, enquanto estado, de colocarmos em discussão, de forma racional e madura, experiências internacionais no que se refere à regulamentação de alguns tipos de drogas, hoje, consideradas ilícitas.
O problema não é simples. Mexe com cultural, religião, poder, economia e etc. Mas de uma coisa não podemos fugir: temos que sair desse estado de hipocrisia. Esse, já está mais do que provado, não atenua muito menos resolve, pelo contrário: aplica em nós, senso coletivo, o verniz da indiferença. Campo fértil para o aprofundamento da violência endêmica e sistêmica……..