Sou, apenas, UM no meio da multidão.
UM.
Apenas um
ser que se perde no borborinho da cidade,
em meio às pessoas que passam em velocidade
no vaivém de um mundo louco
e que se estiola pouco a pouco!…
Ó!…
Como é triste ser, apenas, um!
UM!…
Um ser que vive, tão só a sua vida,
sem participação,
sem outro coração
que divida sua dor ou alegria
nesse mundo tão cheio de magia!…
Como é triste ser só!
Ó Cristo
Dá-me força para saber ser só,
e ter consciência que existo.
Que sou, apenas, UM
em meio a multidão!
Todos passam indiferentes…
Júlio Siqueira foi escritor e poeta vitoriense.