O MOTORISTA pára o carro em Aguero, vilarejo ao pé de um grande rochedo, com pouquíssimas casas e uma só torre de Igreja, no leste da Espanha, e chego a pensar que estou no paraíso.
Tudo ali era calmo e tranquilo como antigamente acontecia na Rua das Pedrinhas, em Vitória de Santo Antão. ( O silêncio é tanto que bem se pode ouvir a queda de uma folha seca sobre o chão) . Até quando, na Plaza Mayor, na vitrine humilde de uma casa de lanches, vejo alguns pastéis expostos, e meninos cheios de vida chegando , olhos arregalados. Pareciam os meninos do Pátio da Matriz na porta de “dona” Mariquinha de “seu” Caquinho, na Rua Imperial, na hora em que a lenha do forno ardia, no preparo dos pastéis.
Eis que me vejo , pela imaginação, de volta à terra natal, ao tempo isento de qualquer mudança, nas coisas e na paisagem.
Marcus Prado – Jornalista.