Com mais de 25.000 postagens, ao longo dos mais de oito anos de atuação do nosso jornal eletrônico – intitulado Blog do Pilako -, hoje, essa linhas, tem um sabor especial justamente porque envolve um turbilhão de sentimentos que extrapola, por assim dizer, a capacidade avaliativa do editor. Pragmaticamente não irei realçar os nomes dos envolvidos, mas confirmo que se trata de acontecimento marcante, ocorrido na nossa cidade, há mais de três décadas, envolvendo membros de famílias muito conhecidas e, ao mesmo tempo, uma história com final feliz.
Pois bem, semana passada, exatamente na segunda-feira, dia 11 de novembro, através do aplicativo de mensagens WhatsApp (mensagem de áudio) um cidadão entrou em contato comigo dizendo morar no Estado da Bahia, mas que tinha familiares em Vitória. O mesmo chegou ao meu número guiado pelas informações do blog e do nosso canal no youtube. Disse-me ele:
– “Boa tarde senhor Pilako, eu sou daqui da Bahia e estou precisando falar com o senhor. Como é que eu faço”. Noutra mensagem, ele adiantou o assunto:
– “ É que eu tenho parentes aí e não tenho nenhuma informação sobre eles………Eu queria ver se encontrava eles…….Eu tava pesquisando e encontrei seu blog. O senhor poderia me ajudar?”.
Após os primeiro contatos ele me repassou algumas das poucas informações que dispunha até o momento. O pai dele, vitoriense de nascença, faleceu quando o mesmo ainda era uma criancinha. Lá atrás (há quase 40 anos), após sair daqui (Vitória), fugido, conheceu e morou (casou) com a mãe dele numa cidadezinha do interior da Bahia. Na época, ela – a mãe do rapaz – tinha pouco mais de 13 anos e ficou viúva aos 18 anos – com um casal de filhos para criar.
As informações iniciais foram básicas e distorcidas, inclusive até o nome do seu pai foi fruto de documentação falsificada. Para complicar a busca, falou-me também que existia a possibilidade de haver uma praça na nossa cidade com o nome do seu avô paterno, algo que mais adiante também não se configurou como verdade. De informações concretas e “quentes” apenas o nome da rua que seu pai morou, o nome da sua avó e de duas tias. E foi com essas pistas que começaram surgir uma luz no fim do túnel, na direção do êxito das minhas buscas e pesquisas.
Com a intenção apenas e tão somente de ajudar, começamos a trocar informações diariamente. A mãe dele (que reside noutra cidade), através de mensagens de áudio, foi ajudando a montar o quebra-cabeça, até porque ele não lembrava de nada, uma vez que quando tudo aconteceu o mesmo era apenas uma criança pequenina – com já falei anteriormente.
Um fato complicador nessa “investigação” foi exatamente o nome “falso” do pai. Até dias atrás, após meus questionamentos, nem ele nem sua mãe sabiam o verdadeiro nome do provedor da família (pai/marido). Destravada essa questão, pessoalmente, consegui fazer o primeiro contato com um “suposto” familiar. Expliquei toda situação. Mesmo sem demonstrar qualquer boa vontade, o mesmo (suposto parente) passou-me o número do seu celular e autorizou-me repassa-lo para o pessoal da Bahia. A conversa entre eles não prosperou. Um banho de água fria nas minhas investigações!! Insisti. Consegui o número de telefone de outro membro da família para só assim chegar noutra irmã mais velha – que por acaso tem o mesmo nome da pessoa citada inicialmente como “irmã do pai”.
Após muitas idas e vindas, até porque acabei me sensibilizando com a história desse rapaz (baiano), que colocou como “missão de vida” descobrir e conhecer os parentes do seu pai que, diga-se de passagem, nunca havia sido identificado nem por fotografia, tomei como ponto de honra – para mim – colocar um ponto de “final feliz” nessa história.
Assim sendo, na noite de ontem (18), por volta das 19h, por telefone, conversei com a pessoa que julgava ser a tia do rapaz (baiano). Um tiro certeiro na mosca!! Ela confirmou a informação das cartas inclusive com o nome “diferente” que o seu irmão usava. Ela, na qualidade de pré-adolescente, era quem narrava para sua mãe o conteúdo das cartas ( a matriarca não sabia ler). Até a noite de ontem, ela também não sabia que o irmão havia morrido, até porque há décadas que não recebia qualquer notícia dele. Disse-lhe, então, a notícia que o seu irmão já estava morto, mas que, ao mesmo tempo, havia sobrinhos e cunhada querendo estabelecer contato com todos os familiares daqui.
Emocionada, disse-me ela com a voz trêmula: “ Pilako, ainda bem que eu já tomei meu remédio para pressão. Que história danada. Pode passar meu número e diga que vou avisar a todos os meus irmãos e sobrinhos. Mande o pessoal ligar hoje mesmo”.
E assim eu fiz….
Resumo da ópera: passava das 23h de ontem quando o rapaz da Bahia, chorando, me ligou para agradecer, mais uma vez. Disse-me que desde 19h, ele, a irmã e a mãe estavam grudados ao telefone se comunicando, em chamada de vídeo, com os “novos” parentes encontrados na Vitória de Santo Antão. Em apenas uma frase ele resumiu tudo: “ é uma felicidade só”.
Portanto, encerro essas linhas ciente do papel que desempenhei nessa jornada. Nem sempre entramos em campo pensando apenas na vitória, sobretudo quando somos agraciados com a nobre missão de mediar o extraordinário “jogo da vida” em que ambas equipes, ao final da partida, sagram-se vencedoras. Com toda certeza essas famílias terão mais um motivo positivo para celebrar no próximo Natal…..
Pilako você foi escolhido por Deus para ser os olhos dele, nesta busca quase impossível, para conseguir unir esses familiares. Parabéns meu competente/amigo.
Obrigado, amigo!! Estamos por aqui….
Grande busca, com um final esperado apenas nos cinemas, parabéns Pilako !!
Parabéns! Trabalhando sempre com muita responsabilidade, dedicação e amor, conseguiu unir família a décadas. Um Natal cheio de felicidades e amor para ambas as partes.
Obrigado!!