Revirando meus arquivos encontrei um “desabafo” de senhor Luis Nascimento, em artigo escrito para a Revista do Instituto Histórico, por ocasião das comemorações do Centenário da Imprensa local (1866 – 1966), que bem reflete o sentimento daqueles que fizeram e faz imprensa na nossa Vitória de Santo Antão. Vale a apena ler:
PERCALÇOS E IDEALISMO
A imprensa vitoriense sofreu, desde 1866, todos os percalços, dificuldades e inglórias inerentes à espécie. Viveram seus periodistas, por outro lado, os momentos culminantes da criação do jornal e da enunciação de ideias e programas, junto ao desejo de ser útil a comunidade, de consertar os erros do mundo e apontar os caminhos certos.
Continuaram eles, neste século, a amar e a sofrer, teimosamente, jungidos a um ideal, à missão de informar, de aparecer, de transmitir um pensamento, um verso, uma página literária.
Ultrapassou a casa dos trinta o número de publicações da grande família da imprensa dadas à circulação, de 1866 a 1899, na Vitória de Santo Antão. No cômputo geral dos cem anos hoje completados, subiram a mais de 170, de todos os gêneros, de vida intensa ou efêmera, fazendo surgir jornalista a granel, muitos deles perdendo o título rapidamente, outros altanando-se no conceito da imprensa regional ou nacional.
Esta terra de tantas tradições históricas tem, indubitavelmente, a primazia da imprensa no interior do Estado, uma primazia que honra Pernambuco, do mesmo modo que a imprensa de Pernambuco honra o Brasil.
Luis Nascimento
Originalmente publicado na REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – 1968.