Hoje, dia 02 de junho de 2020, na qualidade de comunidade, estamos atravessando mais deserto. A pandemia do coronavirus jogou-nos num barco a deriva em mar revolto, na direção da cachoeira do imprevisível. Pois bem, há exatos 15 anos – dia 02 de junho de 2005 – nossa cidade vivenciou dias que ficou catalogados na história do município como um dos piores momentos do século XX.
O trágico evento que ficou conhecido como “A Enchente de 2005”, definitivamente, marcou a nossa cidade. Ano passado (2019), por ocasião da passagem de mais um “aniversário”do trágico acontecimento, anotei um breve relato dessa fato histórico aqui no blog que, apenas por uma questão de registro, torno a fazê-lo. Abaixo, portanto, segue a referida matéria com pequenas atualizações.
Apenas para termos uma ideia do caos, por assim dizer, outro fato similar, antes anotado como o pior das últimas décadas, conhecido como “ a cheia de 75”, na qual Vitória foi terrivelmente atingida, registrou-se no mês de julho daquele ano (1975) precipitações pluviométricas de 436mm. Em junho de 2005 o índice foi de 621,7mm. Apenas nos dias 02 e 03 de junho, nossa cidade foi “castigada” com 250mm, segundo dados oficiais.
Devido ao grande volume d’água parte significativa da cidade foi inundada de maneira rápida. Boa parte da periferia, sobretudo às áreas ribeirinhas, tiveram casas destruídas, causando o maior número de desalojados e desabrigados da sua história. O setor produtivo também foi duramente atingido. O comércio do centro ficou totalmente paralisado com a fúria das águas. Lavouras destruídas e as agências bancárias com equipamentos submersos. Serviço de fornecimentos de água potável foi danificado e etc, além de pontes destruídas, tal qual à cabeceira da Ponte do Galucho.
Além da ocupação de alguns espaços públicos (escolas) pelos desabrigados, uma rede de solidariedade foi criada em vários segmentos da sociedade – Igrejas, clubes de serviço, órgãos governamentais, entidades classistas e etc, na tentativa de atenuar os efeitos da tragédia. Registremos, porém, que a cidade demorou para entrar “nos trilhos” e voltar ao curso da chamada “vida normal”.
Essas escassas linhas, evidentemente, não tem a pretensão de narrar fielmente o trágico roteiro da tragédia. Tem sim, o sentido pedagógico de “disparar o gatilho” da memória, fazendo com que as pessoas que vivenciaram os fatos citados relembrem os acontecimentos, assim como informar, mesmo que superficialmente, os mais jovens.
Para concluir deixou algumas perguntas no ar: o que aprendemos com os relembrados acontecimentos? Quais medidas foram tomadas no sentido da prevenção para novas tragédias? Será que estamos trabalhando para evitar ou atenuar novos danos por conta das chuvas fortes na nossa cidade?