Amanhã, sábado, 28 de maio de 2022, deveríamos todos celebrar a passagem de um momento marcante na história do nosso lugar, ou seja: os 210 anos da instalação da então Vila de Santo Antão.
Além de tantas outras e importantes transformações, a materialização do pelourinho e da câmara de vereadores seriam, por assim dizer, as duas mais salientes representações desse novo tempo. Estamos falando de um tempo em que éramos todos dependentes e vinculados ao Rei de Portugal. O tempo dos reis, felizmente, já passou….
Na atual conjuntura democrática em que vivenciamos, no Brasil, cabe às câmaras legislativas, nas três esferas, representar o “Poder do Povo”. É nesse espaço (legislativo), plural por natureza, no meu modesto entendimento, que devemos depositar nossas esperanças para alcançarmos a tão sonhada justiça social, ou mesmo à “utópica” (mas sempre buscada) liberté, égalité e fraternité.
Repercutiu negativamente nas redes sociais e grupos de whatsapp(s), desde ontem (26), o debate acalorado na nossa Câmara de Vereadores realçando o aumento dos próprios salários pelos parlamentares. Vale salientar: para a próxima legislatura.
Se bem observado, a questão vai muito mais além do “muito ou pouco”, do decente ou indecente, da hipocrisia ou do interesse próprio…..De maneira geral, o orçamento nas câmaras e assembleias são folgados. Por lá, não existe crise financeira. O “bocado” deles é certo e sobra com força! A prova é tanta que volta e meia os nobres legisladores estão sempre criando artifícios para “meter a mão no dinheiro alheio”.
Com efeito, nessa verdadeira cortina de fumaça, não se discuti o verdadeiro papel do vereador na sociedade. Em se tratando das terras antonenses, $10 mil, $12 mil, $20 mil ou mesmo $50 mil não é a questão. O problema reside quando o senhor vereador abre mão do poder que lhe é conferido pelo povo, nas urnas, e passa a ser um “vereador mecânico”, ou seja: apenas assina e ratifica o que nem leu ou mesmo nem tomou conhecimento. Faça um teste simples: quando encontrar um vereador na rua, peça a ele para explicar as entrelinhas de um determinado projeto. O desastre é certo!!!
É nessa hora que o vereador, caso ganhasse apenas R$ 100,00 (cem reais) por mês, comete o pior de todos os seus “pecados”, causando assim um prejuízo monumental a todos os munícipes, não só apenas aos que o elegeram. Salário de vereador não é o “X” da questão. O verdadeiro prejuízo aos cofres do município se configura justamente quando o vereador abre mão da sua vital função em benefício financeiro próprio, através de acordos realizados “na calada da noite”. Fica, então, a pergunta; quantos dos nossos vereadores estão cumprindo sua verdadeira missão?
Parabéns ao Poder Legislativo da Vitória pela passagem dos 210 anos de atuação….
Ótimo. Análise centrada e inteligente.