Dois painéis de Lula Cardoso Ayres perecem nas instalações do antigo aeroporto do Recife.
Tão pouco tempo após o busto de Frei Caneca, as placas de bronze da Ponte Maurício de Nassau e o monumento “O Mascate” serem furtados, mais um caso de profunda insensibilidade para com o patrimônio artístico do nosso estado.
Concluídos no ano de 1958, os dois murais de Lula Cardoso Ayres retratam o folclore e os ciclos econômicos do estado de Pernambuco.
Desde a inauguração do novo aeroporto, porém, foram esquecidos nas instalações do antigo equipamento, entregues à própria sorte.
Apesar de tombados pela Fundarpe, em 2021, até agora, a empresa espanhola AENA, gestora do complexo aeroportuário, não adotou nenhuma providência no sentido de preservá-los.
E, antes que se diga que não houve tempo hábil, esclareço que a empresa gere o aeroporto do Recife desde o dia 03 de março de 2020, ou seja, há dois anos e meio.
A salvaguarda destes dois painéis é urgente, antes que se consume um irreversível processo de degradação, por agentes químicos, físicos e biológicos.
Em nossa opinião, recuperá-los e transplantá-los para o moderno aeroporto da capital, assim como foi feito com o mural “Pastoral” (1958) de Francisco Brennand, seria o mais condizente com a preservação desse patrimônio.
Assim agindo, a concessionária daria uma demonstração de respeito ao patrimônio artístico do estado de PE, onde alocou os seus investimentos, e, notadamente, à memória de Lula Cardoso Ayres, um dos maiores artistas modernistas pernambucanos.
Queremos crer que o compromisso assumido quando da assinatura do contrato de concessão não se resume à gestão comercial e à obtenção de lucros.
Um bom domingo a todos!
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prof. Leonardo Dantas Silva
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