A eleição de 1986 para o governo de Pernambuco foi marcada pela previsibilidade, com a vitória tranquila de Miguel Arraes sobre José Múcio Monteiro.
Mesmo assim, à época, com apenas 38 anos, Múcio foi tido como um “derrotado vitorioso”, porque viria a ser, depois, 5 vezes deputado federal, ministro das relações institucionais e presidente do Tribunal de Contas da União.
O PFL, sucessor da Arena e do PDS, tinha três nomes para o pleito: o primeiro era Gustavo Krause, que, sabendo da dificuldade da eleição, não quis entrar na disputa.
O segundo, Joaquim Francisco, que havia sido prefeito do Recife e voltaria a ser, dois anos depois, em 1988.
Porém, o partido preferiu lançar o jovem José Múcio, que havia sido vice-prefeito e prefeito de Rio Formoso.
Então governador de Pernambuco, Roberto Magalhães renunciou ao mandato para disputar o Senado e tinha amplo favoritismo naquela disputa.
Roberto desejava ser senador constituinte.
A chapa do PFL tinha, além de José Múcio, Roberto Magalhães e Margarida Cantarelli, que tentavam o Senado.
O inusitado, todavia, aconteceu.
Roberto dormiu senador e acordou sem mandato, pois Arraes deu aos seus dois candidatos ao Senado, Mansueto de Lavor e Antônio Farias, 1.280.388 e 1.204.869 votos, respectivamente.
Franco favorito, então, com 70 anos de idade, Arraes era tido como o novo, o candidato dos jovens e da esquerda, enquanto Múcio era o candidato dos mais velhos e conservadores.
Esse paradoxo demonstrava o quanto Miguel Arraes era uma figura icônica em Pernambuco.
A campanha não teve muitas surpresas, com Arraes confirmando o seu favoritismo.
Muitos acreditavam, porém, que José Múcio poderia vir a ser governador de Pernambuco no futuro.
Essa possibilidade nunca aconteceu.
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