Por ocasião do falecimento da viúva do ex-governador Miguel Arraes, Magdalena, ocorrido ontem (11), a grande imprensa vem dando amplo espaço nos noticiários e editoriais às matérias e depoimentos de parentes e pessoas que tiveram o privilégio da convivência. Confesso que não conhecia a história de vida dessa senhora.
Aos 95 anos de idade – última década já acometida do Mal de Alzheimer – é compreensivo que sua figura estivesse fora do radar das colunas sociais e outros espaços de visibilidade. Aliás, é bom que se diga: discrição sempre foi uma das suas marcas, mesmo no auge das suas atividades sociais, atuando por 3 ocasiões, como primeira dama do estado, ao lado de um político considerado por muitos um “mito”.
Mas muito antes de conhecer o então viúvo Miguel Arraes, ela já era senhora e protagonista da sua história. Ainda jovem, foi estudar na França, num tempo em que a nossa sociedade não olhava com bons olhos para mulheres que procuravam seus espaços de afirmação. Lembremos que o conceito de “empoderamento feminino” é algo relativamente recente.
Na vida pessoal, além de culta e qualificada nas ideias, após ler muitas linhas realçando suas decisões, pelo menos para mim, consigo enxergar que, acima de tudo, Dona Magdalena foi uma grande administradora do lar. Esposa de político, madrasta e mãe, ela ativou, num só tempo, aquilo que poderíamos chamar de recita única para viver em harmonia. Sobre o exilio, a mesma exerceu papel determinante nesse quadrante da história da família dos Arraes.
Com essas linhas, portanto, imagino haver, mesmo que tardiamente, expressado um sentimento de reconhecimento ao legado que essa senhora, Magdalena Arraes, deixou para todos que com ela conviveu ou para pessoas que, assim como eu, mesmo que superficialmente, tomaram conhecimento da sua história de vida, por ocasião da sua morte. É vida que segue…..