Eu e o Instituto Histórico – Memória de um tempo vitoriense – por Marcus Prado.

FUI, durante cerca de 40 anos, ligado ao Instituto Histórico dessa cidade.
FOI o meu primeiro emprego, levado pelo professor Aragão.

DESSA Casa recebi homenagens com os diplomas de Sócio Honorário e Benemérito, em gestões que antecederam à atual, “por relevantes serviços prestados”.

DEVO A ESSA CASA, no período em que fui servidor e sócio, à sua preciosa Biblioteca, o que iria influenciar na minha vocação para o jornalismo Cultural. Saí do IH para dirigir o Suplemento Literário do DIÁRIO DE PERNAMBUCO, durante cerca de 30 anos, numa parceria com o professo e poeta César Leal.

HAVIA UMA ESTANTE de livros doados pela família Andrade de valor cultural inestimável. Deram-me a oportunidade de conhecer, ao longo dos anos, os grandes clássicos da literatura universal em boa tradução.

QUANDO FUI DISTINGUIDO com a Medalha e Diploma da Ordem do Mérito Cultural, no Grau de Comendador, outorgados pelo presidente da República de Portugal, Mário Soares (1987), “por serviços prestados à cultura Portuguesa”, eu poderia receber a honraria na sede do Governo, em Lisboa, mas escolhi o Instituto Histórico de minha terra natal. A cerimônia foi presidida por Eunice Xavier, presidente da Casa, antes de instituições lusas sediadas no Recife, todos meus caros amigos. Essa honraria só foi concedida em Pernambuco a mim, ao Governador Miguel Arraes e a Ariano Suassuna. Fui a seguir, por esse motivo, homenageado pelo Clube Português, do qual me tornei diretor cultural (Gestão de Costinha), pelo Clube O Camelo, na gestão de Joel Neto e Lourdinha, com uma bela alegoria do seu Carnaval em minha homenagem.

GUARDO NA LEMBRANÇA os amigos que sempre me visitavam, para conversas sobre livros e autores, sobre nossas leituras, no IH: O professor Aragão, presidente da Casa, Ubirajara Carneiro da Cunha, um jovem mestre de muitos saberes, meu grande e saudoso amigo; Élbio Spencer, Manoel de Holanda, Homero Miranda, Giovani Carício Caldas, Margarida Ferrer, Jailton Carneiro da Cunha, Alice Cavalcanti, Osmar Rodrigues, Bartolomeu Oliveira, Evandro Costa, Neves Filho. Outra lembrança sempre presente é a do jornalista Waldemar Custódio de Lima, do Jornal O Progresso, onde publiquei meu primeiro artigo, um grande benfeitor da cidade, hoje infelizmente muito esquecido. Foi quando mais de uma geração de estudantes passou pela Casa do Imperador. Quando os saudosos escritores vitorienses Osman Lins e Nestor de Holanda visitavam a cidade, era no IH, na minha época, um ponto de encontro para mim gratificante.

Marcus Prado – jornalista

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