Manhã ensolarada no Alto da Sé de Olinda/PE – por @historia_em_retalhos.

O ano era 1989.

Quem já frequentou aquele lugar privilegiado certamente conhece o tradicional “Cantinho da Sé” (foto), no cume da ladeira de mesmo nome, em frente à Catedral da Sé (São Salvador do Mundo).

Pois bem.

Certo dia, estavam ali o nosso Alceu Valença, ladeado por seus amigos Fernando César e João de Lima Neto, este último ex-vereador e amante da boemia olindense.

Na Igreja da Sé, o ex-arcebispo de Olinda e Recife Dom Hélder Câmara, então com 80 anos, realizava a plenos pulmões as suas pregações.

Eis o que aconteceu: ao ouvir o arcebispo de longe, Alceu foi arrebatado.

Pôs-se a refletir, a pensar na efemeridade da vida e passou a andar pela Ladeira da Sé.

Mesmo sendo um ateu convicto, Alceu não resisitiu.

Pegou uma caneta e um guardanapo do bar e compôs ali, no meio do Cantinho da Sé, o clássico “Ateu comovido”.

Diz a canção:

“Descendo a ladeira
Da Igreja da Sé
Ateu comovido
Em busca de fé
Fé em Deus, fé na terra, nos astros
Nos riachos, nas matas, nos lagos
No trabalho, fé nos sindicatos
Fé nos búzios, nas conchas do mar”

Tempos depois, Alceu declarara em público a sua inspiração e dedicou a canção ao Dom da Paz.

Eu considero esta história simplesmente fascinante.

Por duas razões:

Pela sinceridade de Alceu.

E pelo poder da profecia de Dom Hélder.

Agradeço muito ao amigo @dr.fernandocesar.adv, testemunha ocular deste fato, por ter me narrado como tudo aconteceu.

Por fim, um registro: foi no Cantinho da Sé onde eu e a minha amiga/irmã @paulacdelgado tomamos os nossos primeiros goles de cerveja.

Bom domingo, gente!
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