Sucessão municipal bem peculiar – por @historia_em_retalhos.

Em 2012, há 12 anos, o Recife viveu uma sucessão municipal bem peculiar.

O PT governava a cidade há 12 anos.

O então prefeito João da Costa, afilhado político do ex-prefeito João Paulo, buscava a sua recondução no cargo.

Ocorre que o partido entrou na corrida eleitoral rachado, o que ensejou a realização de prévias internas.

Nas prévias, no dia 20 de maio, o prefeito João da Costa venceu o outro postulante, o então deputado federal Maurício Rands.

Todavia, a Executiva Nacional não reconheceu a lista dos filiados aptos a votar e anulou o resultado das prévias.

Um novo pleito foi marcado para o dia 3 de junho, mas Rands anunciou a desistência da sua candidatura, abrindo espaço para o senador Humberto Costa, tendo João Paulo, agora desafeto de João da Costa, como vice.

O desgaste foi tanto que Rands, um quadro importante da agremiação, acusou o PT de autoritarismo, deixou a legenda e anunciou a saída da vida pública.

Correndo por fora, o PSB apenas observava.

Acompanhando toda a confusão e com imenso faro político, o então governador Eduardo Campos enxergou que era o momento de romper com o PT e lançar candidatura própria.

Lançou, então, o seu secretário de planejamento Geraldo Júlio, que era, até então, um desconhecido.

Com o slogan “foi Geraldo que fez” e impulsionado pela popularidade do governador, no mês seguinte, Geraldo já estava tecnicamente empatado com Humberto e disparou na liderança nas pesquisas posteriores, vencendo a eleição no primeiro turno.

Um detalhe: Humberto tinha o apoio da presidente Dilma, mas não contou com a presença do maior nome do PT, o ex-presidente Lula, que não visitou o Recife durante a campanha, amargando o 3.° lugar (atrás do tucano Daniel Coelho).

Esta eleição entrou para a história por consolidar a hegemonia de Eduardo Campos em PE, pondo fim a 12 anos de administração do PT na capital.

Eduardo tinha como projeto político disputar a Presidência em 2014, mas foi tragicamente impedido em razão do acidente aéreo que o vitimou.

Hoje, é o PSB que governa o Recife há os mesmos 12 anos, podendo chegar a 16 anos, caso o atual prefeito João Campos seja reeleito no próximo domingo.
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