Aprendi a gostar da segunda-feira quando comecei a respeitar o domingo. Vê-lo como dia de reflexão e repouso. E dentro do plano de refletir, obviamente, há o de esvaziar a mente, ficar um pouco sem pensar na vida, deixando fluir pelo corpo uma boa música, ver um filme leve, uma história de amor, talvez. Não Saia Rodada, mas ouvir um clássico, tomar um solo de violino, um piano. Conheço amigos que pegam a estrada e vão tomar birinaite na praia para descansar. Funciona? Outros vão ao pagode, remexer o esqueleto para relaxar o quadril.
Mas, o grande pânico da segunda-feira pertence àqueles que trabalham. Quer dizer, os que não gostam do ofício, e é a maioria. Não sei se é do conhecimento de todos, mas trabalho vem de “tripodium”, um artefato de tortura medieval em forma de cruz. Só quem exerce uma atividade por vocação é que não sente que está trabalhando no sentido de estar sendo torturado, pois vocação quer dizer “chamamento”, é um chamado interior, ânimo, inspiração.
Contudo, apresentemos uma saída. Baseio-me em minha experiência. Uma das atitudes que sugiro para você fazer o que gosta é aprender a gostar do que faz. E uma das tentativas para alcançar este objetivo é procurar fazer bem feito. Uma de minhas práticas mais eficazes é organizar o ambiente de trabalho, tanto do ponto de vista estético quanto do ponto de vista burocrático. Quem chega em meu ambiente de trabalho, sente a impressão de que há vários funcionários trabalhando. No entanto, produzo tudo sozinho, embora não saiba até quando.
Bom dia e aquele abraço!
Sosígenes Bittencourt