A respeito de uma reportagem publicada pelo JC dia 29 de junho.

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Quinta feira, dia 27 de junho, encerrando o expediente do Instituto, eis que de chofre, surgiram duas repórteres do Jornal do Comércio, Cleide Alves e Hélia. Queriam fazer uma reportagem sobre o Sobradinho, visto denúncias que a redação recebera, sobre o abandono do histórico prédio. Indaguei-lhes: quem as teria feito? Resmonearam, desconversaram e curialmente nada disseram.

A elas só interessavam o Sobradinho e o Monte das Tabocas. Insisti para que elas primeiro visitassem nosso museu, o que fizeram com certo constrangimento, devido ao adiantado da hora. Aliás, elas nem sabiam da existência do nosso museu.

À medida que a visita acontecia, elas começaram a ficar deslumbradas e sem rebuço consideraram nosso museu como o melhor do estado. Chamou-lhes a atenção a quantidade e o arranjo das peças do acervo. Queriam saber a quem cabiam os méritos da organização. Sem titubear, respondi-lhes: uma equipe de historiadores locais.

Esta não é a primeira vez em que a distribuição das peças e a organização, diria “anatômicae fisiológica”, do nosso museu são elogiadas por pessoas versadas no assunto. Ficou mais uma vez a lição, que Vitória de Santo Antão tem material humano qualificado e preparado. Por que buscá-lo além? Pena que a reportagem, no que fala do museu, ficou muito aquém do mérito da instituição. Nosso museu merecia umas linhas e canetadas mais densas e mais objetivas. Entretanto, não era o objetivo maior da reportagem. Espero que voltem para fazer uma explanação mais completa e compacta da nossa instituição.

Sobre o Sobradinho nada a acrescentar. A reportagem diz tudo. As críticas procedem. Tombar, não tombará. Todavia o Sobradinho tem que ser recuperado integralmente. Os R$ 14.000,00 que a prefeitura promete, não são lá grande coisa, mas com parcimônia resolveremos. É o primeiro passo, a prefeitura começa a despertar. Esperamos que outros convênios venham. Lembramos que 9 dos 11 vereadores nos deram uma forte ajuda. Sócios e amigos também chegaram juntos.

Encerrada a visita ao Sobradinho pediram-me informações de como chegar ao Monte das Tabocas. Por coincidência, o professor Marcelo Hermínio, diretor de patrimônio do Instituto, chegava naquela ocasião para iniciar o expediente da tarde. Atendendo ao meu pedido ele as acompanhou ao histórico Monte. O deplorável estado do Monte é sobejamente conhecido dos vitorienses. Está estampado na reportagem. Doe-nos observar que o logradouro e seu entorno estão, mais ainda, degradados. É uma pena, é lamentável e revoltante, ver o Monte tratado dessa maneira. Observaram a placa emborcada e quebrada? Bonito, não é? Sobra para quem? Sobrou para nossa cidade. Que imagem transferimos para os interessados em nos visitar, se é que existe algum idiota iluminado, que o queira fazer?

Antes do dia 3 de agosto vamos dar umas ciscadas, umas caiadas e tudo ficará super remendado. Remendos, nada mais que remendos.

Consultem o Instituto sobre o que fazer no Monte? Que valores devem ser agregados? Aliás, corria no mandato passado, do atual prefeito, a elaboração de um projeto que estaria sendo preparado pela dra. Marina Russell Cavalcanti. Eu vi esse projeto. Achei estranho o Instituto não ser convidado para opinar. Mas, manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Dia 23 de junho, fui à Serra Negra. Difícil toldar ou anuviar meus sentimentos de tristeza e revolta ao ver a multidão que lá afluia. Deu-me inveja.

Mesmo anuviado estou plenamente convicto que o Monte tem um potencial bem maior que Serra Negra e que o Alto do Moura. Temos uma HISTÓRIA FANTÁSTICA DE BATALHA, DE NATIVISMO, DE LIBERDADE, DE INDEPENDÊNCIA. E Serra Negra? E o Alto do Moura? No aspecto passado eles têm pouco ou nada a oferecer aos visitantes. Mas eles tem algo, que nós não temos. Tem pessoas sensíveis e interessadas no turismo, na cultura e na história dos seus municípios.

Esta história de que uma intervenção é difícil e complicada, por ser ele tombado pelo estado e pelo município, é conversa para boi dormir. Os responsáveis sabem que tudo depende de uma decisão política. Salvem o Monte? Despertem!!!!!!!!!!

Prof. Pedro Ferrer
Presidente do Instituto

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