Tuas mãos!…
Ah!… tuas mãos são somente tuas?
Tuas mãos…
parece que estão vazias,
e que estão nuas!…
Tuas mãos não pertencem somente a ti.
Elas são, também, de teus irmãos
(ricos e pobres)
que precisam do teu afago,
… de um gesto de coragem!
Elas servem para cavar a terra
arrancando a riqueza que ela encerra;
– para levar, adiante, o arado
e sustentar a alavanca, o machado,
o guindaste
para trabalhar por todos.
Tuas mãos são do mundo…
Tuas mãos não são somente tuas,
porque todos somos irmãos
e, sobre todos, elas flutuam…
Elas também pertencem ao próximo
que espera de ti o teu trabalho
para salvá-lo da fome, das agruras,
das dores d’alma. Elas são orvalho
para a seara dos que esperam…
Aproveita o instante que passa
e junta tuas mãos para distribuir o bem:
– para consolar o que sofre,
– enxugar a lágrima do que chora,
– acariciar a criancinha inocente,
– confortar o que está desesperado,
– confortar o desenganado,
a agradecer a Deus as bênçãos que recebes!
Faze de tuas mãos um instrumento do Senhor,
unindo-os para o bem, e terás como penhor
a imensa felicidade de te saberes útil!
Júlio Augusto de Siqueira, vitoriense, nascido a 19 de março de 1920. Filho de Elvira e Joaquim Augusto de Siqueira. Estudou no “Colégio Santo Antão” e na “Academia de Comércio da Vitória”, não concluindo, porém, o curso comercial. Desde cedo começou a escrever na imprensa local, e posteriormente, na do Recife O DIA, JORNAL PEQUENO e, acidentalmente, no DIÁRIO DE PERNAMBUCO. Vérseja acidentalmente. Jornalista e orador.