“Die Sprache ist das Haus dês Seins,
Is ihrer Behausung wohny der Mensch”.– Heidegger, Ueber den Humanismus, 24
Ao ser que se oculta atrás da porta,
Jamais aberta a venda de passagem,
Da linguagem em que a verdade aborta
Não busques se não estás na outra margem.
Do rio que me cada curva detém seu curso
Para embarcar os incautos candidatos ao ideal,
Que, não dispondo nem de bússula e um recurso,
Desesperam com as absurdas respostas do real.
Pois o dia cruel e inclemente te espera
Com a luz bastarda e órfã da essência
Para fazer dos teus sonhos uma quimera.
Daí recolher-me a tudo que acena
Apenas com as rudes mãos da existência,
Pois, sem ser, o ser não vale a pena.
de “Tempo de Espera”.
Ubirajara Carneiro da Cunha nasceu na Vitória de Santo Antão, em 1942. Formado em Direito pela Universidade Católica, exerce as funções inerentes a sua formatura na Comarca da Vitória e em outras Comarcas. É professor, Diretor do “Ginásio Municipal 3 de Agosto” e da “Fundação da Faculdade de Formação de Professores”, também da Vitória. Colabora na imprensa, onde tem publicados vários trabalhos.