Um pouco de Filosofia não faz mal a ninguém

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Imagem ilustrativa – autor desconhecido.

De vez em quando sinto que todo mundo é filósofo, dentro da sua realidade, de modo que  essa mania que se tem de pensar que filosofia é coisa de grego, ou até mesmo de pensadores das idades antigas não é verdade. Outra coisa é achar que filosofar é sentar numa pedra numa montanha e viajar no pensamento, como se não fosse uma forma pensar ativa e se não, prática. Existe filosofia teórica, mas deve sim existir filosofia prática, que exige esforço físico e mental. A inclusão da filosofia no currículo brasileiro foi conquistada, mas ainda é necessário um grande esforço para consolidá-la e legitimá-la como uma matéria essencialmente importante. Porém a filosofia já foi sim, componente obrigatório no currículo de história da educação brasileira. Foi com a Reforma Capanema, em 1942, que ela se tornou matéria obrigatória para estudantes do 2ª e 3ª séries do curso clássico e para 3ª série do curso Científico. Esses cursos correspondem atualmente ao ensino médio. A leitura de textos clássicos é também alvo de discussões, tendo em vista que o texto literário se torna quase a única tecnologia possível e necessária. Aprender filosofia é aprender como o problema filosófico é apresentado e solucionado argumentativamente e pronto.

Por outro lado, há um entendimento oriundo, principalmente, de professores formados em outras áreas do conhecimento que defendem não ser necessário o uso de textos clássicos para o ensino de filosofia como referência central das aulas.

Particularmente, leio filosofia clássica, moderna, pós moderna, e não acho a leitura desses textos, na maioria das vezes, maçante, ou cansativa. Observo que a filosofia continua buscando respostas, e problematizando questões fundamentais para o entendimento da existência, e até de certo modo como tornar a vida um pouco mais suportável tendo em vista o estado de choque que é a realidade das coisas.

Consequentemente ao meu ponto de vista, vejo Patativa do Assaré, João do Vale, Luiz Gonzaga, Gonzaguinha, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, e tantos outros artistas da área musical, como filósofos. O maior deles, talvez, tenha sido o Raul Seixas e sua metamorfose ambulante. Há milhares de filósofos no nosso meio, ocultos nesse mar de competição intelectual tão injusto, que nos deparamos com eles e não percebemos pois estamos cegos de preconceitos e surdos de inverdades que são gritadas nos meios de comunicação e na educação reprodutora das ideias que só beneficiam a burguesia, as elites dominantes dos meios de produção e comunicação.

Mas, contudo, todavia, entretanto, portanto e porém , filosofia não faz mal a ninguém.

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Franklin Ferreira
Professor de Química

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