Eu bem sei que no gozo da ventura,
é difícil lembrar
esse calix tão cheio de amargura,
que uma mãe quando baixa à sepultura
faz o filho esgotar.
Eu também, como tu, fui descuidada,
e junto à minha mãe,
vivi sempre feliz, sem pensar nada
do filho que a não tem.
Hoje eu não possuo e tenho a mágoa
morando dentro em mim
tenho sempre os olhos rasos d’água
diante d’um quadro assim…
E peço: ó, tu que tens para aquecer-te,
os carinhos de mãe!…
Com ela te oculta onde não chegue a ver-te
o olhar de quem não tem!
Arquivo da Família