(À preciosa memória de João XXIII)
O papa não morreu… trocou apenas,
As vestes pontifícias, pelas vestes
Que as almas puras, nas mansões serenas,
Costumam receber – ritos celestes –
No quadro não há sombras de ciprestes,
Nem tristezas de goivos: açucenas,
Lírios, jasmins, angélicas verbenas,
Sobre o seu corpo inerte, estendem, prestes,
A bandeira que em vida, com profundo
Amor à Humanidade, sobre o mundo,
O Papa desfraldou piedosamente…
E na eloquência muda dos brancores,
Gravam, cheias de unção – ditosas flores
O hino da Paz que ele compõe silente.
Junho de 1963
(Entre o céu e a Terra – Corina de Holanda – 1972 – pág. 32).