“CINCO MILHÕES DE SIM” – por José Edalvo

edalvoA liberdade de expressão é a alma da democracia, alimento indispensável da dignidade, o mais sublime dos direitos humanos. Quando traduzida na liberdade de imprensa, é a porta-voz do sentimento da sociedade, a defensora pública dos oprimidos, o instrumento de transmissão do protesto dos injustiçados, a tribuna de reivindicação do direito dos excluídos, que, alijados da oportunidade do viver dignamente, batem em portas vazias e, muitas vezes, são levados a estender a mão à caridade alheia, com os olhos lavados de vergonha e o rosto coberto de humilhação.

Fosse o livre direito de expressão uma flor, a liberdade de imprensa certamente não seria as pétalas a dar-lhe contorno de beleza estética, mas o perfume a exalar justiça, sobrepondo-se aos espinhos plantados pelos déspotas. No universo das plantas, jamais seria erva daninha, mas o adubo a fortalecer as árvores da solidariedade humana, do amor ao próximo, que justifica a razão do próprio existir.

Peremptoriamente pode-se afirmar que não pode existir democracia sem imprensa livre. É através da imprensa livre que as massas agonizadas expressam a sua indignação com relação à tirania escancarada ou cinicamente disfarçada, pelo roubo desenfreado do bem público, pela opulência construída com o que foi subtraído dos miseráveis, pela ganância sem limites dos que, na ânsia pelo poder, inescrupulosamente, ceifam expectativas, abortam sonhos e, o que é pior, tentam sepultar esperanças. Essas mazelas que corroem a humanidade têm, na corrupção, uma das suas principais fontes alimentadoras.

É bem verdade, e aí está a história para dar o testemunho, que esse mal – a corrupção – não se alastrou em maior proporção graças à ação heróica de pessoas e/ou instituições que, destemidamente, lutaram em defesa das causas populares, de ideais nobres e, conseqüentemente, no combate permanente a essa chaga aberta na administração pública de cidades, estados e países de todo o planeta (Com raras e honrosas exceções). Ressalte-se, nesse contexto, o papel imprescindível da imprensa, seja através dos grandes veículos de comunicação, de pequenos jornais ou outros meios de informação de menor porte, mas não de menor importância na defesa da dignidade humana, do respeito aos semelhantes ou na busca de justiça social.

Um exemplo vivo desses heróis que fazem da imprensa uma tribuna a serviço do povo, está personificado no nosso conterrâneo CRISTIANO PILAKO, o qual, através do seu blog, procura transmitir o sentimento da gente da sua (nossa) terra, com firmeza de propósito, fidelidade aos verdadeiros anseios da comunidade, seja aplaudindo ou protestando, mas, sobretudo, visando contribuir para a edificação de uma cidade melhor, com coragem cívica e sentimento de responsabilidade social. Presentemente, ele está a comemorar a expressiva marca de 5 milhões de acesso ao BLOG DO PILAKO, em pouco mais de três anos desde a sua iniciação.

Pilako representa no universo da imprensa local, uma voz corajosa e destemida, que no seu cotidiano, sobejamente abastece a história de atos heróicos, através de suas notas e crônicas que gritam as dores das crianças carentes, dos idosos abandonados, das mulheres indefesas violentadas das mais diversas formas, dos trabalhadores oprimidos, dos excluídos que clamam para saciar a fome de pão e a sede justiça, enfim, dos que, no dizer do escritor Humberto de Campos, protagonizam cenas clamorosas vitimados pela constituição arbitrária do mundo.

Sendo assim, esses 5 milhões de acesso ao seu blog, deve se traduzir na certeza de que seus apelos estão encontrando eco nos corações e nas mentes daqueles que, não podendo gritar, têm na sua voz transformada em “palavras eletrônicas”, a identificação de suas mais legítimas aspirações ou reivindicações silenciadas por circunstâncias diversas.

Esses 5 milhões de acesso, significam, portanto, 5 milhões de SIM ao seu chamamento para a luta por dias melhores; 5 milhões de SIM, à esperança que ele faz renascer em cada crônica, recheada, não só de elegância de estilo, mas, principalmente, por ser “instrumento de verdade, de justiça e de amor” (Como preconizou à imprensa o saudoso Papa João Paulo II em uma de sua visitas ao Brasil); 5 milhões de SIM, à sua capacidade de se indignar com a corrupção; 5 milhões de SIM, ao seu compromisso de fazer da imprensa um caminho para a busca da felicidade coletiva; 5 milhões de SIM, ao sentimento de solidariedade revelado nas entrelinhas do seu talento criativo, fazendo-os perceber que por traz de cada matéria publicada está o carimbo indelével de que foi escrita por um grande ser humano.

Esta é a homenagem que presto a você nesta oportunidade, amigo Pilako. Não como confrade, de quem me orgulho muito de sê-lo, mas como um leitor que busca representar nesta crônica o sentimento de gratidão daqueles que, embora desejosos, não têm oportunidade de fazê-lo. Que Deus continue a guiá-lo nesta nobilitante missão de fazer da imprensa a argamassa para a construção do edifício da fraternidade sem interesse, da solidariedade sem distinção.

José Edalvo
Diretor do JORNAL DA VITÓRIA

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