No partir da alegria se aportou a tristeza
Atracado no cais da noturna solidão
Te acorrentam as amarras da angustia
Sim teu coração bucaneiro escapa
Porém sem cartas ou astro que te guie
Logo adentra em mares desconhecidos
Invadindo o nevoeiro dos prazeres
Barco à deriva na procela das paixões
Quão imenso é o vazio deste oceano
Porto a porto segues errante ancorando
A taberna ou quem te serve não importa
Pois sedento qualquer rum te embriaga
Só assim terrível banzo não te aflige
Mas se pudestes embarcar o velho amor
Negra bandeira não mais flamularia
Lhe entregaria o timão da tua vida
Em calmaria passando assim a navegar.
João do Livramento.