De repente, aprendi. (Professora Jadenise, 50 anos trabalhando pela educação).

Untitled-8

Era estudante do ensino fundamental do Tradição Colégio e Curso, atualmente Colégio Diogo de Braga, quando presenciei certa vez um aluno chamar: “Diretora Jadenise!”. A mesma se dirigiu ao menino e prontamente corrigiu: “Diretora não, professora”.  Aquele episódio sempre me intrigou e até demorei muito tempo para entender porque ensinar era mais importante para ela do que dirigir a escola.

Hoje estou formado, graduado em administração, gestão ambiental e geografia. Entre outras atividades, sou professor. E uma das questões que mais me intrigaram na vida foi “por que e para que ensinar?”.Nesse sentido, foi somente ao ler a narrativa de um experimento de Joseph Jacotot, professor de francês do século XIX, que passei a pensar que podemos ensinar mesmo naqueles momentos em que não dizemos nada. Aliás, descobri em minha ainda breve experiência como docente, que um professor longe da sala de aula vai ser sempre um professor. E isso acontece porque todo ele deve guardar em silêncio um compromisso secreto com a educação, fazendo de cada ato seu um instante de lição.

Professora Jadenise Macêdo Costa de Amorim começou a lecionar em 1965, na Escola Manoel Fortunato, através do Ato Autorizativo n.83/65, de 09 de abril de 1965, assinado pelo então Prefeito “Dr”. Ivo de Queiroz Costa. Em seguida, foi admitida para ensinar no Instituto Duque de Caxias, de propriedade do senhor Carlos Amâncio Lopes. No ano de 1967, quando ainda cursava o 3º ano de magistério, preparava os alunos para o Exame de Admissão ao Ginásio, na sede onde funcionaria posteriormente o Colégio Estadual da Vitória. No ano seguinte, ingressou na rede estadual de ensino, no Colégio Estadual da Vitória, hoje Escola Senador João Cleofas de Oliveira, lecionando as disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Também ensinou no Colégio Comercial Prefeito José Joaquim da Silva, no curso de Contabilidade, sendo responsável pela disciplina Língua Portuguesa e na Escola de Magistério Weigélia Galvão. Fez parte do quadro de docentes do Colégio Nossa Senhora da Graça, de 1974 a 1981. Também consta no seu currículo uma passagem pela Faculdade de Formação de Professores da Vitória de Santo Antão – hoje FAINTIVISA – em 1992.

A fundação da Escola Tradição ocorreu em 1990, sendo atualmente denominada como Colégio Diogo de Braga. Juntamente com o seu filho caçula, Emmanuel Amorim, trouxe uma franquia da escola de idiomas FISK e, ainda, ajudou-o a fundar o CTMA – Centro Técnico Macêdo de Amorim. Professora Jadenise dedica-se hoje à atividade de gestão escolar, é tricolor de coração, amante de poesia nos momentos de descanso e mãe em tempo integral.

x

É desse modo que mesmo sem nenhum gesto de lição e apenas por intermédio da sua biografia dedicada à educação, professora Jadenise pôde de repente me ensinar. Ensinar-me que 50 anos dedicados à educação são tão breves quanto uma vida, mas tão importantes quando uma história. Ensinar-me que um diretor pode orientar uma instituição, mas um professor orienta gerações. Ensinar-me que erguemos escolas, famílias e amigos, mas apenas com a educação é possível edificar verdadeiramente um ser humano. E ela me ensinou tudo isso sem saber que o fazia. Me ensinou tudo isso por intermédio  de sua biografia, de cada ato seu no Colégio Diogo de Braga, em cada olhar de admiração de seus alunos, em cada atitude de mãe e em cada delicado gesto de estar sempre e incondicionalmente ensinando.

Obrigado professora.

 

O FUTURO

Um dia, na minha vida,

Terei sossego e paz.

Para poder caminhar,

Sem olhar para trás.

 

Desaparecerão a angústia,

Sofrimento e solidão.

Alegria e esperança,

No meu coração ficarão.

 

Amor eterno não há,

Disso já sabemos também.

Proteção divina não faltará

E eu digo apenas AMÉM!


Professora Jadenise Amorim

Por Douglas França

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *