Na noite do sábado (08) prestigiei a 15ª edição do BLIZZARD OF ROCK. A festa ocorreu nos salões do Restaurante Gamela de Ouro. Os eventos de ROCK desse gênero, segundo informações das pessoas com quem conversei lá, não costuma atrair grande público, sobretudo, quando realizado no interior.
É dentro desse contexto, para começar, que quero render minhas homenagens ao amigo e principal ator na produção e manutenção do BLIZZARD OF ROCK, Cristovão. Realizar de forma consecutiva um evento por mais de uma década, seja ele qual for, já demonstra, por se só, uma determinação diferenciada, sobretudo, quando o mesmo ocorre no interior e ainda por cima, voltado para um segmento que não atrai muitas pessoas e que muitas das vezes é até discriminado por uma parcela significativa da população.
Entre os participantes do evento, encontrei um integrante da Banda Realidade Encoberta, Carlos, que definiu bem a relação do amigo Cristovão com o Rock: “AMOR PELO METAL”. Veja o vídeo:
A 15ª edição do BLIZZARD OK ROCK, este ano, contou com a participação de cinco bandas. Da cidade da Vitória se apresentaram: Cadávers e Black Garden. Do Recife: Pandemmy e Oddium e de Maceió AUTOPSE. Veja o vídeo:
Os espetáculos de Rock Metal, tal qual o Blizzard ok Rock, além das músicas com apelo próprio e presença de palco marcante dos vocalistas, os participantes e espectadores promovem uma dança curiosa. À primeira vista, o movimento se assemelha a uma briga generalizada, quando na verdade, os movimentos não passa de uma espécie de coreografia que, por incrível que pareça, não existe violência e pancadaria. Veja o vídeo:
A Banda AUTOPSE, da cidade de Maceió, liderada pela vocalista Daniela, foi a atração mais festejada da noite. Os produtores do evento a premiaram com um disco de ouro. Veja o vídeo do momento da premiação.
Após a apresentação da Banda AUTOPESE fiquei tão impressionado com a performance da líder da banda, Daniela, que fiz questão de bater um papo com ela para escutar sua voz e saber como ela era fora do palco. Veja o vídeo:
Portanto, eis aqui, alguns detalhes da 15ª edição do BLIZZARD OF ROCK, ocorrido na cidade da Vitória de Santo Antão, promovido pelo determinado e apaixonado pelo metal, Cristovão.
“O rock é uma expressão básica das paixões que, em grandes platéias, pode assumir características de culto ou até de adoração, contrários ao cristianismo.”
(Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI)
O que Platão dissera sobre o poder da música no diálogo República, nós o vimos realizado em nosso século.
É portanto natural que nas letras das canções de Rock se explicitem as idéias revolucionárias que suas músicas expressam através dos símbolos sonoros.
Veja-se, por exemplo o que diz a canção Imagine, de Jonh Lenon:
“Imagine não haver paraíso
É fácil você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós.
(…)
Imagine não haver países.
Não é difícil não.
Nada para matar ou pelo que morrer
E nenhuma religião também
Imagine toda a gente
vivendo a vida em paz.
(…)
Imagine não haver propriedade
Uma irmandade de homens.
Imagine toda gente
Compartilhando o mundo todo.
O que se prega nessa canção é a utopia comunista pela abolição das cercas e fronteiras, isto é, pela destruição das pátrias e das propriedades. Evidentemente esse mundo comunista sonhado por Lenon não podia ter religião, nem céu, nem inferno. Nele não haveria motivos para morrer, o que signfica que não haveria razões para viver.
Na canção Ângela, Lenon pede igualdade como valor mais alto, negado aos homens de hoje:
“Eles te deram a luz solar.
Eles te deram o mar.
Eles te deram tudo,
Menos a chave da cadeia.
Eles te deram café.
Eles te deram chá.
Eles te deram tudo,
Menos a igualdade.”
Veja-se como o “inocente” líder dos Beatles incita os filhos dos liberais à revolta contra a família e a escola:
“Nascemos numa prisão (a família)
Crescemos numa prisão.
Mandados para uma prisão chamada colégio.
Choramos numa prisão.
Amamos uma prisão.
Sonhamos numa prisão.
como tolos
(…) Trabalhamos numa prisão (…)
Vivemos numa prisão
entre juízes e diretores (…)
O espelho torna-se navalha quando
é quebrado
Quantos pais democratas liberais permitem que seus filhos ouçam as canções dos Beatles, porque “elas não tem nada demais”! Entretanto, espantar-se-iam eles, se atentassem para o que diz a letra da canção “Only People” :
“Somente o povo sabe como falar com o povo.
Somente o povo sabe como mudar o mundo.
Somente o povo percebe o poder do povo.
Um milhão de cabeças é melhor do que uma
Então vamos, participe.”
Espantar-se-iam eles? Mas não estão expressos nesse versos os ideais da Revolução de 89? Mas não está aí a linguagem da Teologia da Libertação, que os democratas condenam?
Em “Bring on the Lucie”, (Provoquem Lucie), Lenon canta:
“Não nos importa a bandeira que você está segurando.
Não queremos nem mesmo saber o seu nome.
Não nos importa da onde você vem,
ou para onde você vai.
Tudo o que sabemos é que você veio.
Você está tomando todas as nossas decisões.
Só temos um pedido para fazer:
Enquanto você pensa coisas aí
Aqui há uma coisa que seria melhor você fazer:
Liberte o povo agora.
Faça-o, Faça-o, Faça-o, Faça-o, Faça-o já.
666 é o seu nome”
O escandaloso rebelde Jim Morrison, por sua vez, cantava o triunfo próximo da Revolução-jovem do Rock fundada no critério democrático do número:
“Os velhos ficam velhos e os jovens ficam mais fortes.
Pode demorar uma semana e pode demorar mais.
Eles têm as armas, mas nós temos os números.
Vamos vencer, yeah, estamos tomando conta.
Vamos lá”.
(canção “Five to one”)
Compreende-se então quanto é verdadeira a confissão do anarquista Jerry Rubin em seu best-seller “Do it”.
“O Rock’n Roll marcou o início da revolução…”
“Nós vemos o sexo, o Rock’n Roll e a droga, como fazendo parte de uma conspiração comunista para conquistar a América… Nós combinamos a juventude, a música, o sexo, as drogas e a revolta, tudo isto fazemos coincidir com a traição, de modo a formar um todo coerente, uma frente inexpugnável”. (Apud. Mons. R. Williamson, revista Semper no. 2, pag. 23)
O ódio à autoridade e o amor a rebelião pregado nas canções de Rock têm como primeiras vítimas os pais e os mestres dos jovens roqueiros. Em casa, eles se revoltam contra a autoridade do “velho” e da “velha”. Na escola (prisão), subvertem toda a ordem, desacatando professores e diretores. Quantas tragédias familiares não tiveram raiz nos discos de Rock que os pais permitiam que seus filhos – mimados e “inocentes” – ouvissem. Em São Paulo, houve casos de um jovem que matou toda a família depois de, ouvir Rock no mais alto volume de seus aparelhos de som.
Veja-se agora o que prega a canção “The end” do conjunto Doors de Jim Morrison, um revoltado contra a autoridade de seu pai:
“(…) Cavalgue a serpente, cavalgue a serpente
(…)
O matador acordou antes da aurora,
calçou suas botas.
Colheu um rosto da antiga galeria
e seguiu pelo corredor.
Foi até o quarto onde morava sua irmã,
e então fez uma visita a seu irmão,
e então seguiu pelo corredor
e chegou a uma porta
e olhou para dentro
“Pai?”
“Sim, filho”
“Eu quero matá-lo”
“Mãe, eu quero…”
No Brasil, o conjunto “Garotos Podres” (Les bien auto nommés) berram na canção Anarquia:
“Um dia você vai descobrir
que todos te odeiam e te
querem morto, pois você
representa um perigo ao poder
Anarquia
Anarquia
Anarquia
Eles não querem que você
viva, destrua o sistema
antes que ele o destrua, etc..
Portanto, a revolução que o Rock desencadeia nas almas – como reconhecem os seus arautos – é que visa destruir toda a autoridade na família, na escola, na sociedade. O Rock é anárquico. PARTE III O ritmo e seus efeitos A tudo isto reponder-nos-ão alguns roqueiros, insistindo, que nada disto lhes interessa. O que apreciam no Rock, o que querem ouvir – mesmo que as letras pregarem submissão e obediência – é o ritmo. Só o ritmo lhes importa. E, segundo eles, o ritmo não transmite idéias.
Platão não concorda, pois afirma que há ritmos moles e frouxos que devem ser banidos (Platão, República III). Também o anarquista e roqueiro Jerry Rubin não aceita que o ritmo não transmite idéias. Ele escreveu: Elvis [Presley] despertou nossos corpos, mudando-os completamente. O Hard-Rock animal que guarda seu segredo no “beat” enérgico (esta repetição de pulsações regulares combinadas com ritmos sincopados é a base do Rock) penetrava ardorosamente no interior de nosso corpo; o ritmo arrebatador fazia surgir todas as paixões que estavam comprimidas (…) O Rock marcou o princípio da Revolução” (Apud Luc Adrian – Hard Rock, la danza del diablo – Revista Jesus Cristus – No. 26 março/abril 1993 – pag. 8)
E. R. Dodds, mostra como o ritmo do tambor do culto de Baco tinha um efeito físico e psicológico espantoso nas bacantes, que influenciadas pelo ritmo do tambor e pelo som da flauta – pareciam loucas. “Uma tradição délfica recordada por Plutarco sugere que o ritmo ,por vêzes, produz uma verdadeira perturbação de personalidade (…) Em muitas sociedades, talvez em todas as sociedades, há pessoas para as quais, como nota Mr. Aldous Heixley, “as danças rituais permitem uma experiência religiosa que é mais satisfatória e convincente do que qualquer outra… É com seus músculos que muitas pessoas obtém mais facilmente o conhecimento do divino” (E. R. Dodds, The Greeks and the irrational, Univ. of California Pres, Berkley and Los Angeles, 1963, pag. 232- 233) …segundo um sábio maometano, “aquele que conhece o poder da dança, reside em Deus”, mas o poder da dança é um poder perigoso. Como outras formas de autocapitulação, é mais fácil começar do que acabar com ele. Na extraordinária loucura de dançar que periodicamente invadiu a Europa do século XIV ao século XVII, as pessoas dançavam até cair – como o dançarino no Bacchal 136 ou o dançarino no vaso (grego) de Berlim (No. 2471) e jazia inconsciente pisoteado por seus amigos”.(E.R. Dodds, op. cit., pag. 271 à 272)
Frank Zapper, músico de Rock, afirma: “Dei-me conta de que esta música se apodera dos jovens, porque o seu forte bater corresponde aos grandes ritmos do corpo humano”. (Mons. R. Williamson, op. cit., pag. 27)
Walter Matt escreve: “O martelamento da música Rock visa intencionalmente excitar sexualmente os ouvintes, sobretudo os jovens certamente. Disto pode-se dar uma breve explicação. A música Rock quase não tem melodia, e o texto quase não tem senso – bom senso – (Hélas às vezes tem sentido horrível e espantoso). Resta o elemento essencial: o ritmo, e nosso corpo é sensível a ele. Aos membros da “American Psychiatric Association”, o Dr. Howard Hanson declarou:
“Primeiramente, ainda que considerando tudo o mais, quanto mais o movimento ultrapassa em velocidade o ritmo do pulso e sobe além do ordinário, mais também se acresce a tensão emotiva”. (W. Matt, op. cit., pag. 5)
Ele cita ainda as observações de Alice English Monsarrat, segundo a qual, com o ritmo do Rock (…) pode-se produzir sobre não importa qual organismo humano uma desintegração histérica, como se notaria numa pessoa que quisesse precipitar-se, com raiva, em duas direções opostas, ao mesmo tempo (…). Tem-se experiência disso em psiquiatria: é precisamente o conflito de emoções criado pela ação de dois estimulantes com percussões divergentes que conduz a nossa clínicas, em grande número, irrecuperáveis destroços de humanidade”. (W. Matt, op. cit., pag. 6)
Monsenhor Richard Williamson chega às mesmas conclusões, quando explica os efeitos do ritmo do Rock:
“Dirigindo com cuidado a seqüência dos ritmos, diz John Phillips, do grupo “Mamas and Papas”, pode-se induzir a histeria no seio do auditório. Nós sabemos fazê-lo. Qualquer um sabe fazê-lo. E para provar o que diziam, eles causaram um motim num concerto em Phoenix, Arizona!”(Mons. R . Williamson – in Semper no. 2 Revista da Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, Portugal, pag. 28)
Em outra citação dada por Mons. Williamson se informa que: “A título de exemplo de análise médica do processo pelo qual o ritmo pode “quebrar” o corpo, os médicos observam que o sistema nervoso autônomo do corpo humano é banhado pelo líquido cérebro-espinal, o qual possui um pulsação dirigida em parte pela glândula pituitária, aquela que governa todo o corpo. Esta glândula influi sobre quase todos os processos vitais do corpo, dirigindo, por exemplo, a secreção dos hormônios das glândulas endócrinas do corpo. Se, portanto, ela for desgovernada pelas vibrações do “beat” (batida do Rock), a glândula pituitária arrastará consigo todo o sistema nervoso, que por causa disso, ficará subvertido. Ora, daí pode se imaginar uma excreção anormal dos hormônios sexuais, por exemplo, o que explicaria os movimentos eróticos das danças do “Rock”. O ritmo e a dança constituem os meios para atingir o sistema nervoso. Possuo filmes que demonstram que os ritmos primitivos de uma tribo primeva do Quenia, e um grupo de músicos no interior de um sala de danças em Londres, produzem as mesmas emoções de transe”, disse o Dr. Willian Faragut na Royal Society of Medicin”(…).
“Além disso, o “beat”, estimulando a secreção do hormônio epinefrina, faz diminuir no sangue o cálcio de grande importância para dirigir os sistema nervoso, e o açúcar, único alimento do cérebro. Daí os nervos ficarem esgotados e o cérebro desarranjado, após um concerto de Rock. Esta forte estimulação da sensualidade, e concomitante depressão da inteligência e da razão desemboca no erotismo e na violência; ora este suicídio da razão tende ao suicídio propriamente dito”(Mons. R. Willianson, op. cit., pag. 28-29)
O padre Regimbal afirma que o “beat” pode produzir uma aceleração da pulsação cardíaca e um aumento da taxa de adrenalina; ele pode provocar não só um bem estar sexual, mas também uma excitação que pode ir até o orgasmo”. (Pe. Regimbal, op. cit., pag. 26)
Esse autor traz importantes observações acerca dos efeitos do ritmo do Rock. Ele cita um trabalho do Dr. Bob Larson e de uma equipe médica de Cleveland, que examinou cerca de 200 pacientes, ouvintes habituais de Rock. Diz então do Dr. Larson:
“Notou-se que essa música podia ter efeitos físicos espantosos: alterações da pulsação e na respiração, aumento de secreção das glândulas endócrinas, em particular da glândula pituitária que regula os processos vitais no organismo. Quando a melodia sobe, a laringe se contrai; quando ela desce, ela se relacha.
“O metabolismo de base e a taxa de açúcar no sangue se modificam no decorrer de uma audição. Pode-se pois considerar que é possível “tocar” o organismo humano como se ele fosse um instrumento musical, e, de fato, certos compositores de música eletrônica se tem proposto manipular o cérebro provocando um “curto-circuito” nas faculdades conscientes, exatamente como o faz a droga. O ritmo predominante no Rock e na Pop Music inicialmente condiciona o corpo, depois estimula certas funções hormonais do sistema endócrino”. (Dr. Bob Larson, apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 32) Note-se que, segundo o Dr. Larson, o Rock tem um efeito semelhante ao provocado pelas drogas.
Dessa mesma obra, queremos dar outra citação importante:
O célebre músico terapeuta Adam Knieste, no relatório de um estudo que durou dez anos sobre os efeitos da música Rock escreveu: “O problema central causado pela música Rock nos pacientes que tratei decorre claramente da intensidade do barulho que provoca hostilidade, esgotamento, narcisismo, pânico, indigestão, hipertensão e uma estranha narcose. o Rock não é um passatempo inofensivo, é uma droga mais mortal do que a heroína, e que envenena a vida de nossos jovens”. (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 33)
Confirma então o Dr. Knieste o que dissera o Dr. Larson e ainda com mais ênfase: “o Rock é uma droga pior que a heroína.”