Com relação à matéria postada no dia quatro de setembro – uma semana atrás- no nosso blog cujo título: Eleições 2016: eleger o deputado Aglailson Junior para prefeito, é ter a certeza que nada vai mudar, recebemos um comentário, na noite de ontem (10), que posto abaixo:
Pilako,
Sobre a publicação na qual você citou o saudoso Professor Luis Boaventura gostaria de sugerir a você uma melhor apuração, para que não haja ambiguidade no texto. O professor Luis Boaventura foi, bem lembrado por você, um nome de consenso pelo respeito e admiração que muitos vitorienses contemporâneos dele, e até de gerações após a dele, tinham e expressavam ter por ele.
O que você não mencionou e deixou para seus leitores a dúvida é sobre o caráter do Professor Luis Boaventura, que ao perceber as regras do jogo que foram impostas, abandonou o projeto político.
Gostaria de aproveitar o momento para citar o nobre Procurador Rodrigo Janot ao questioná-lo o porquê desta extemporânea “exumação pública” do Professor Luis Boaventura.
Foi infeliz da sua parte ao citar o nome do Professor Luis Boaventura em uma frase com duplo sentido, dando a entender que ele foi um dos que enganaram o povo. Um absurdo dizer isto de um homem que tanto contribuiu com o município.
Mesmo tendo sido vítima e que se a ele houvesse alguma culpa “a morte é causa de extinção da punibilidade e não cabe a você fazer a inútil exumação pública de um cadáver”.
Então permita-me sugerir: não queria você mesmo reescrever aquele parágrafo?
Helio B. de Andrade
Muito bem, só hoje (11), pela manhã, tive acesso ao referido comentário. Gostaria, em primeiro lugar, de cumprimentar o amigo e primo, Hélio Andrade, antes, que alguém possa imaginar que exista algum problema de ordem pessoal entre ele e eu.
Com relação ao comentário do Doutor Hélio, sobre a citação do nome do seu saudoso pai, na matéria mencionada , gostaria de fazer o seguinte: explicar, concordar, discordar e até propor uma ideia.
Primeiro – explicar:
Se bem observado, em nenhum momento a matéria tem como foco o professor Luis Boaventura, muito menos, falar da sua biografia. Aliás, a matéria aludida possui dezessete parágrafos e contem apenas três linhas relacionando o fato político envolvendo o nome de Luis Boaventura. De maneira clara, apenas citei-o como contribuição histórica à matéria, sem nenhuma intenção de execrar ou exaltar o nome de quem quer que seja, logo, não caberia maiores explicações e delongas com os dois nomes citados, no exemplo. (Nô Ferrer e Luis Boaventura).
A matéria diz claramente: “Houve um tempo, aqui na Vitória, há mais de meio século, que os políticos mais experientes, para enganar os bem intencionados, inventavam uma “Tal Candidatura de Consenso”
No parágrafo abaixo, faço o seguinte complemento: “A última vez que se falou por aqui nessa “Tal Candidatura de Consenso”, salve engano, foi na década de 70 para lançar o nome de Luis Boaventura a prefeito, ocasião, aliás, tal como as outras, que não prosperou, até porque, não foi criada para prosperar apenas, como já falei, para enganar”.
Pois bem, fica bem claro, no contexto da matéria, que o professor Luis Boaventura – jogando no time dos bem intencionados – foi mais uma “VÍTIMA” dos políticos mais experientes e mal intencionados. Tanto é verdade o que falei que, no seu comentário, você mesmo confirma a manobra “não republicana” dos políticos mais experientes quando escreveu: “que ao perceber as regras do jogo que foram impostas, abandonou o projeto político”
Concordância:
Outro dia, papeando com o professor, pensador e poeta vitoriense, Sosígenes Bittencourt, ele usou de uma metáfora para elogiar o meu trabalho de resgate da história da cidade e dos seus respectivos filhos, dizendo: “Pilako, você é o maior “exumador de cadáver” dessa cidade, você nos faz lembrar, todos os dias, de vitorienses que já foram esquecidos até pelos familiares”.
Portanto, ser lembrado, por você, como “exumador de cadáver” não me foi ofensivo, muito pelo contrário, para uma pessoa que tem, entre outros objetivos, ser um estudioso da história da sua cidade e que vem se especializando para ser um historiador de ofício, confesso, fiquei muito satisfeito com a sua ilação.
Discordância:
Já com relação à citação, por você realizada, que diz: “a morte é causa de extinção da punibilidade e não cabe a você fazer a inútil exumação pública de um cadáver”. Permita-me discordar do seu pensamento. A nossa obra (vida terrena) deve sim ser observada, estudada e até exemplificada, quando for o caso. Por exemplo: Mesmo depois da morte do líder africano, Nelson Mandela, devemos usar e lembrar seus ensinamentos. Entre outras coisas, ele deve se eternizar pela personificação da humildade. Já o líder alemão, Adoufh Hitler, deve sim ser “exumado”, sempre que possível, entre outras coisas, como um clássico exemplo de intolerância, algo que devemos combater sempre.
Proposta:
Para encerrar essas linhas, exemplo da verdadeira liberdade de expressão e diálogo de alto nível, faço uma provocação a você, no bom sentido da palavra, claro. Para que o primo e amigo, Doutor Helio Boaventura de Andrade, mergulhe a fundo na rica obra do seu saudoso pai, Luis Boaventura para que, em uma data oportuna, lance um livro contendo sua biografia, suas poesias, suas histórias e artigos publicados e até, quem sabe, linhas inéditas que certamente devem permanecer guardadas nas mais protegidas gavetas do nobre primo. De resto, agradeço pela participação, admiração e respeito que nutrimos um pelo o outro.