Vitória dos mosquitos.

dengue
No dia 01 de Fevereiro de 2016 a OMS (Organização Mundial da Saúde Organização Mundial da Saúde) decretou estado de emergência sanitária mundial devido ao Zika vírus. Para melhor compreensão, entende-se como estado de emergência sanitária mundial um evento extraordinário que supõe uma situação grave e repentina com repercussões para a saúde pública além das fronteiras nacionais do estado afetado, exigindo, assim, uma ação internacional imediata. Todavia, a exigência dessas ações, na atual conjuntura do nosso país, não tem passado de uma mera publicidade, não sendo preciso muito esforço para visualizarmos tal afirmação, uma vez que ela pode ser facilmente testificada tomando como exemplo a nossa cidade.

Grande é a divulgação no aparato midiático do nosso município que a atual gestão “ tomou medidas eficazes no combate ao mosquito da dengue”, todavia, basta uma ida ao Hospital João Murilo de Oliveira para confirmar a inverdade típica presente nessas divulgações. Hospital lotado, altíssimo número de pacientes vítimas do Zika vírus, da Chikungunya e da própria Dengue, aguardando horas para serem atendidos e, quando são medicados, em virtude da ausência de leitos suficientes para alta demanda, ficam em pé nos corredores ou dividem as poucas camas com mais dois ou três pacientes, é um pouco do cenário do “combate eficaz ao mosquito da dengue” realizado em Vitória.

Embora o quadro relatado já demonstre preocupação, é importante considerar o imenso número de pessoas que foram vitimadas por esse vírus, mas que, devido à falta de conhecimento ou o receio de enfrentar uma longa fila de espera e péssimas condições de atendimento, não procuraram o serviço médico do município. Vê-se, então que a ausência de campanhas nos bairros, principalmente nos mais periféricos, haja vista que são os mais afetados, é assunto frequente nas conversas dos vitorienses. O popular “carro fumaça” não é visto nos bairros. O trabalho preventivo dos agentes de saúde também não.

A falta de uma política de combate ao elevado número de vítimas desses vírus na nossa cidade, aumenta a insegurança e o medo, enquanto o vírus acomete a todos, sem distinção de jovens, idosos ou crianças. É irrefutável a existência de diversos questionamentos sobre a origem, o modo de “contágio’, entre outras questões que envolvem esta epidemia, mas é preciso que aquilo tido como básico, como o combate ao mosquito, seja efetivado. Ora, é dever do Município, na condição de gestor do Sistema Único de Saúde, zelar pela saúde dos necessitados, oferecendo tratamento adequado à saúde, sendo assim, é preciso uma atitude positiva da atual gestão frente a essa epidemia,  pois o que vemos não é uma “cidade às moscas”, mas uma cidade, literalmente, aos mosquitos.

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