Legado de seu Elmo Cândido Carneiro é destacado na Folha de São Paulo.

  • Morte: Dedicado, apresentou a cachaça Pitú ao mundo

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    21/12/2016 – 00h00

    Pitú/divulgação

    Elmo Cândido Carneiro

    O sonho de fazer engenharia química levou Elmo Cândido Carneiro para Recife ainda na adolescência. Estudou, prestou vestibular, mas o legado da cachaça falou mais alto e fez o jovem voltar para a pequena cidade pernambucana de Vitória de Santo Antão e para a empresa da família, a Engarrafamento Pitú.

    O rapaz sério e observador não lamentou a mudança. Era apaixonado pela cidade natal e apegado à família. E, em pouco tempo, estava encantado também por Maria Vitória, filha do sócio do pai. Casou com a moça em 1951.

    No comando da empresa, Elmo expandiu os negócios. Primeiro levou a cachaça Pitú para São Paulo e Rio de Janeiro, nos anos 1960, depois vieram as exportações. “Começou com a Alemanha, mas hoje nós somos a principal exportadora de cachaça do Brasil”, conta a filha Vitória. Também inovou o mercado ao propor a venda de cachaça em latinhas –hoje, 40% de todas as vendas da empresa.

    Apesar da dedicação à companhia, ele não deixava de levantar voo de vez em quando. Estava sempre fazendo uma nova viagem, que podia ser das mais luxuosas às mais rústicas. Chegou a percorrer parte dos EUA de carro por mais de 50 dias em 1962, com a mulher, que estava grávida.

    Nada o parava. Ia de carro, ônibus ou avião. Sozinho, com a mulher ou com a família toda. Desde Jequié, no interior da Bahia, até Paris. No final, garantia a quem quisesse ouvir que as cidades mais lindas do mundo eram Paris e sua Vitória de Santo Antão.

    Morreu dia 10, aos 90 anos, devido a uma infecção. Deixa a mulher, Vitorinha, seis filhos, 11 netos e 11 bisnetos.

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