Revirando nossos arquivos encontramos uma matéria publicada no jornal “O LIDADOR”, 1907, relatando o dia em que o teto da Igreja do Livramento caiu, iniciando assim as comemorações do Livramento, com a Festa da Cumeeira: leia:
DESABAMENTO – “O Lidador”, na edição de 3 de Agosto de 1907, publicava:
“É um grande perigo entrar-se atualmente na Igreja do Livramento. As tesouras do tecto estão todas deterioradas; um dos oitões, desamarrado e penso, sendo inevitável o seu completo desmoronamento, a menos que se tome, já, rigorosa providência. Os poderes públicos fariam um grande bem, proibindo a sua abertura.”
Efetivamente, três meses e três dias após esse sombrio prognóstico, realizava-se ele, sendo assim noticiado pelo mesmo jornal na edição de 23 de novembro de 1907:
“Pelas 8 horas e meia da noite de 16 do corrente, ecoou em toda cidade o estrondo do desabamento do tecto da Igreja do Livramento. Pressagiámos o fato há três meses. De então para cá deixou de realizar-se ali certa devoção habitual nas noites de sábado, Não houve danos, além do material.”
A 7 de Dezembro anunciava o mencionado jornal um “consta” de que o cônego Bernardo pároco de Santo Antão, iria apelar aos paroquianos a fim de reconstruir a Igreja, e sugeria a realização de uma quermesse, iniciativa que se confirma em “O Popular” de 15 de fevereiro de 1908:
“o nosso venerando e ilustre Vigário no louvável intuito de reconstruir a Igreja do Livramento, tem-se dirigido aos católicos da freguesia, pedindo auxílios de todos quantos amam de coração a religião do Nazareno.”
Já valetudinário, nada mais pôde fazer o virtuoso sacerdote, pois, a 31 de Agosto, falecia, após quase vinte anos de relevantes serviços prestados a Igreja na paróquia de Santo Antão.
O seu sucessor, Monsenhor Laurino Justiniano Douetts, empossado a 27 de setembro na Matriz de Santo Antão, mas, em maio de 1910, voltava sua atenção para a Igreja do Livramento, abrindo campanha para a sua reconstrução, que foi iniciada em julho, dizendo “O Popular”, a 27 de agosto desse ano:
“estivemos nas obras de reconstrução e verificamos quanto se precisa despender para seu acabamento, pois, pode-se dizer, trata-se de uma quase completa reedificação.”
A proprietária do engenho São João novo doara todo o madeiramento e os trabalhos continuavam normalmente, sendo interrompidos com o falecimento do monsr. Douetts, a 24 de julho de 1911.
O novo vigário, padre Américo Vasco, preocupou-se de imediato com os consertos no teto e melhoramentos internos na Matriz de Santo Antão, realizados no 2º semestre de 1911.
Logos nos primeiros meses de 1912, reiniciou-se o serviço de restauração da Igreja do Livramento, onde, a 11 de março, era celebrada a “Festa da Cumieira.”
(REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO – Volume 5º – 1973 – pág 78 a 79).