Vida Passada… – Luiz Delfino – por Célio Meira

Na velha Desterro, de Santa Catarina, ao tempo da monarquia, e que é, hoje, a formosa e moça Florianópolis, na República, nasceu, no ano de 1834, Luiz Delfino dos Santos. Era menino, quando Alvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire, escreve um escritor baiano, andavam descuidado, em latitudes diferentes, na mesma quadra, risonha e alegre, da primeira infância. E, aos 17 anos e idade, ingressou, Luiz Delfino, na Faculdade de Medicina, no Rio de Janeiro, conquistando, em 1857, a carta de doutor. Coube-lhe  a honra de dizer, aos mestres, e aos companheiros, no dia da colação de grau, palavras de reconhecimento, de fé, de alegria, e de saudade.

Diplomado, começou a vida áspera da clínica. Não morreu, felizmente no médico ilustrado, o famoso poeta brasileiro, para quem o coração de ritmo excelente, aritmico, era, sempre, “um pássaro que salta, que não repousa, que não dorme noite e dia”. Foi, na verdade, Luiz Delfino, um sonetista primoroso. Tinha, informa Heitor Moniz, no dizer de José Veríssimo, o “requinte da expressão”, e “vôos épicos”, no alto julgamento do mestre Coelho Neto.

Alheios às agitações políticas que procedera a apopéia da República, surgiu, Luiz delgado, empunhando o termômentro e a lira, ao lado de Antônio Justiniano Esteves Junior e de Raulino Hora, na cadeira de senador, por Santa Catarina, na Constituição de 1890. Assinou, narra um biógrafo, a Carta Magna em 24 de fevereiro de 91. E quando se extinguiu, ao fim de três anos, o mandato do povo, Luiz Delfino, indiferentes às lutas partidárias, regressou, de alma feliz e de coração em festa, ao consultório, e ao Parnaso, onde corre, e canta rumorejante, a eterna fonte de Castália.

Não quis pertencer, afirmam historiadores, o mavioso poeta do “Algas e Musgos”, o cantor do “Angustia do Infinito” e do “Atlante Esmagado”, à companhia amável dos 40 da Casa de Machado de Assis. Tinha horror à imortalidade, na terra. Contentava-se com a imortalidade verdadeira, no além-túmulo.  Assistiu, tranquilo, na torre de marfim de seu lirismo, que enternece, à evolução natural das escolas literárias, e viveu encantado, com o andar do tempo, romântico e parnasiano, os encantos da vida, e as belezas do mundo.

E morreu velhinho, e sereno, aos 76 anos de idade, no dia 31 de janeiro de 1910. Adormeceu, nesse dia, no maravilhoso sono de todas as renuncias coberto de rosas vermelhas, o fulgurante cantor do “Rosas Negras”.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

AVLAC comemorou a passagem dos seus 19 anos de fundação.

Na tarde do sábado (26) a AVLAC – Academia Vitoriense de Letras, Artes e Ciência – promoveu reunião festiva para a passagem dos 19 anos de fundação da instituição. O evento ocorreu no Teatro Silogeu José Aragão Bezerra Cavalcanti.

Na programação, além da posse de 3  novos acadêmicos e apresentações musicais, a acadêmica Valdinete Moura proferiu palestra no contexto  do Centenário do ilustre antonense Osman Lins. Veja o vídeo.

O tradicional corte do bolo e o “parabéns pra você”, logo após o ato solene, ocorreu nas dependências do Instituto Histórico. Ao final do evento o presidente da AVLAC, professor Serafim Lemos, parabenizou a participação dos membros e agradeceu  aos convidados a presença.

“Coração-de-estudante” – por @historia_em_retalhos.

Poucas pessoas sabem, mas o título do clássico “Coração-de-estudante” de Milton Nascimento e Wagner Tiso é uma referência à flor Ceropegia woodii, popularmente conhecida como coração-de-estudante ou coração-de-mãe, nativa da África do Sul.

O nome da planta vem do fato de que em cada nó, ou em cada região de brotação, há duas folhas em formato de coração (foto).

Com profunda sensibilidade e inspiração, Milton e Wagner lançaram a canção em 1983, com uma letra que evoca a liberdade e a fé na juventude.

Tudo começou quando Wagner Tiso criara a sua melodia para o documentário Jango, que narrava a trajetória política do ex-presidente João Goulart.

Após o lançamento do filme, Bituca escreveu a letra inspirado nas lembranças do velório do estudante Edson de Lima, morto pelos militares em 1968.

Pronto.

Daí em diante, rapidamente, a música difundiu-se pelo país e foi abraçada pelos jovens que lutavam pelo fim da ditadura, tornando-se o “hino da redemocratização”.

“Mas renova-se a esperança
Nova aurora a cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor, flor e fruto”

“Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo”

“Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração, juventude e fé”, canta Milton Nascimento.

Em sua apresentação mais inesquecível, milhares de pessoas entoaram a canção em coro no Rio de Janeiro, no auge do “Diretas Já”, marcando toda uma geração.

O mesmo aconteceu durante o clima de comoção que tomou conta do país após a morte de Tancredo Neves.

Hoje, 26.10.2024, este monstro da MPB @miltonbitucanascimento chega aos 82 anos.

Folhas, coração, juventude e fé.

Muita luz na tua estrada @miltonbitucanascimento!
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PITÚ amplia presença no mercado internacional exportando para o Paraguai.

Cachaçaria pernambucana é líder na exportação de cachaça

A PITÚ, indústria de aguardente genuína do município de Vitória de Santo Antão, Zona da Mata de Pernambuco, e que tem presença em países de todos os continentes do mundo, expande ainda mais o alcance no mercado internacional exportando a tradicional cachaça branca, a PITÚ Gold e a PITÚ Mel para o Paraguai. Hoje, a PITÚ produz e comercializa cerca de 100 milhões de litros de cachaça por ano e parte desse montante é destinado ao mercado externo. Os números a consagram como líder em exportação do produto.

A meta da cachaçaria pernambucana, que se mantém entre as 20 marcas de bebidas destiladas mais produzidas no mundo, é alavancar as vendas fora do Brasil apresentando ao novo mercado do Paraguai as mais diversas formas de se consumir cachaça.

“A cultura do Brasil no geral é muito consumida no Paraguai e isso se reflete também quando o assunto é cachaça. Estamos animados com a nova parceria de distribuição no país, que vem acompanhada por algumas ações de fortalecimento da marca no mercado paraguaio”, ressalta Maria Eduarda Ferrer, gerente de marketing da PITÚ.

Na Europa, a PITÚ comanda o mercado e tem a Alemanha como o país líder em consumo. Outros países do Velho Continente, também importantes para a marca, são: Áustria, Grécia, Espanha, Suíça e Bélgica. Nos demais continentes a PITÚ também está presente em alguns países, como: Canadá, África do Sul, Estados Unidos e México.

Sobre a PITÚ – A Engarrafamento PITÚ, fundada em 1938 por Joel Cândido Carneiro, Severino Ferrer de Moraes e José Ferrer de Moraes, é referência nacional quando o assunto é cachaça. Sendo uma das maiores indústrias de aguardente do Brasil e com 85 anos de história, é a cachaça mais consumida nas regiões Norte e Nordeste, e a vice-líder do País. A fábrica da PITÚ está localizada no município de Vitória de Santo Antão (PE), na Avenida Áurea Ferrer de Moraes S/N, onde é possível também conhecer um pouco da trajetória da empresa por meio do acervo do seu Centro de Visitação, que reúne histórias e relíquias da marca genuinamente pernambucana.

A PITÚ está em sua quarta geração de gestores e mantém investimentos contínuos em inovação tecnológica, programas de sustentabilidade e ações de marketing, que garantem a qualidade do produto e refletem no posicionamento da marca diante do segmento.

Características do produto – A PITÚ é uma aguardente de cana pura, transparente, de sabor marcante e teor alcoólico de 40%. O produto é comercializado em garrafas retornáveis de 600 ml, garrafas de 965 ml e latas de alumínio com 350 ml, 473 ml, 710 ml. Os mais recentes lançamentos que, assim como a branquinha, já tomam conta do País, são a PITÚ Mel e Limão, a PITÚ Amarelinha e a PITÚ Remix – linha ice com teo alcóolico mais baixo que traz os sabores limão, abacaxi com coco e a PITÚ Cola, comercializados em latas de 269ml. Também faz parte do portfólio da PITÚ as envelhecidas Premium – a PITÚ Gold e Extra Premium – a Vitoriosa. A PITÚ tem, ainda, a bebida mista de cachaça com limão – PITÚ Limão, a bebida alcoólica mista à base de noz de cola – PITÚ Cola e a vodka Bolvana.

Colégio Diogo de Braga promoveu o 26º ENCONTRA….

Na condição de convidado, na manhã de hoje (25), participei da abertura oficial do 26º ENCONTRA – Encontro de Conhecimentos Tradição -, promovido pelo Colégio Diogo de Braga, localizado no bairro do Livramento.

O referido evento teve inicio às 8h e segue até o final da tarde, com exposição de trabalhos e apresentações artísticas, envolvendo direção, professores, alunos e comunidade.

Enriquecendo o momento de troca de conhecimentos e aprendizado, que teve como tema principal “INVENÇÕES QUE MUDARAM O MUNDO”,  a  badalada e premiada  Banda Marcial do Colégio Municipal 3 de Agosto ditou o tom solene e festivo.

Já catalogado como um dos eventos mais relevantes no sentido da promoção do conhecimento em nossa cidade o “ENCONTRA” carrega na sua essência as digitais da renomada professora Jadenise Macêdo e do qualificado gestor Emmanuel Macêdo, como bem fez questão de destacar, por ocasião da sua fala, o jornalista José Edalvo.

 

Em tempos de tantas informações disponíveis, muitas das quais descartáveis e com curto prazo de validade, promover ações que possam realmente transformar vidas será sempre um desafio gigante. Parabéns aos organizadores do 26º ENCONTRA – Encontro de Conhecimentos Tradição.

 

Maguila – por @historia_em_retalhos.

Maguila, estrela do boxe brasileiro, morre aos 66 anos.

Pugilista sofria de condição semelhante ao Alzheimer (ETC- encefalopatia traumática crônica), comum entre atletas da categoria por causa dos golpes sofridos na cabeça.

Na sua simplicidade, Maguila deu lições a vários doutores por aí de que a soberba e o preconceito não levam ninguém a lugar algum.

Sem anel no dedo, mas com a força dos seus punhos, José Adilson Rodrigues dos Santos conquistou o Brasil.

Descanse em paz, campeão.

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Celebrações científicas na USP e o legado do pernambucano Mário Schenberg – por Marcus Prado.

Considerado nos meios científicos dentro e fora do Brasil como um dos maiores físicos teóricos de seu tempo, graças à relevância e ao pioneirismo mundial de sua obra (muito contribuiu para a matemática quântica e para a compreensão dos processos quânticos), Mário Schenberg (1914-1990), a sua figura proeminente de cientista, será destaque, nesta segunda-feira (28), nas celebrações dos 90 anos de fundação do Instituto de Física da USP que debaterá a sua obra e o futuro da ciência brasileira.

Nasceu de uma família de imigrantes Judeus russos de origem alemã (bairro recifense da Boa Vista, na hoje Praça Maciel Pinheiro). Entre 1938 e 1939, trabalhou com Enrico Fermi (Universidade de Roma), que se destacou pelas suas pesquisas sobre o desenvolvimento do primeiro reator nuclear, e pela sua contribuição à teoria quântica, física nuclear e de partículas. Trabalhou na Universidade de Chicago, onde desenvolveu pesquisas sobre a origem e a evolução das estrelas, com o astrofísico Subrahmanyan Chandrasekhar, futuro ganhador do Prêmio Nobel. Fez pesquisas na Universidade de Zurique. Trabalhou com Frédéric Joliot-Curie (Collège de France), Nobel de Química. Teve a oportunidade de estar próximo, nos estudos, de Marie Curie (École de Physique et de Chimie, em Paris), ela mundialmente famosa nas pesquisas de física e química, tendo conduzido pesquisas pioneiras sobre radioatividade.

A primeira mulher a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel. Trabalhou com Pauli Wolfgang, Prêmio Nobel de Física, por sua contribuição na descoberta de uma nova lei da Natureza.

Presenças marcantes na vida de Mário Schenberg foram César Lattes e os cientistas pernambucanos conhecidos internacionalmente, Luís Freire e Leopoldo Nachbin. Em 1948, foi convidado a trabalhar no grupo de raios cósmicos da Universidade de Bruxelas, na Bélgica.

Foi elogiado mais de uma vez por Albert Einstein, de quem Schenberg se tornaria amigo e colega na Universidade de Princeton/EUA. (Einstein o apontou como um dos dez mais importantes cientistas de sua época). Um dos parceiros mais próximos nos EUA, foi o russo naturalizado americano George Gamow (Nobel de Física). Mário esteve mais de uma vez cotado para o Nobel de Física.

Político militante, deputado em duas legislaturas, foi preso durante dois meses numa delegacia de subúrbio de São Paulo por questões ideológicas, aposentado compulsoriamente pelo AI-5 e impedido de frequentar a universidade.

Superando tudo, foi, depois do exílio, crítico de arte com atuação na Imprensa. Nesse período, tornou-se curador da Bienal de São Paulo (1971). Além de obras científicas publicadas em vários idiomas é de sua autoria o livro “Arte e tecnologia”, publicado em Portugal (2010), uma reflexão sobre a relação da arte moderna, tecnologia e ciência. Pioneiro em várias áreas da física, da química, da astrofísica e da teoria das partículas elementares é um nome desconhecido na sua cidade natal.

Marcus Prado – jornalista

 

Mais uma corrida de rua em Vitória: Full Body Studio…

No dia 1º de dezembro acontecerá em nossa cidade mais um evento de corrida de rua. Promovido pelo Studio FULL BODY, localizado no bairro do José Leal, a corrida também terá um percurso dedicado à caminhada, justamente para incentivar as pessoas que estão começando na atividade física.

Para mais detalhes e informações, favor entrar em contato com o organizador do evento – Abelardo -, pelo WhatsApp – 9.9703.8955. Vamos Correr!!!

Simultânea de Xadrez – Mestre FIDE Dawton Lemos.

Mais uma vez, Vitória sediará um grande evento de xadrez. O mestre da Federação Internacional de Xadrez, Dawton Lemos, em passagem pelo nordeste, fará uma simultânea de xadrez, enfrentando, ao mesmo tempo, 12 jogadores vitorienses. O mestre Dawton Lemos possui um vasto currículo, destacando-se: Campeão brasileiro sub-14 em 2012; representou o Brasil no Torneio Panamericano no Peru em 2012 e no Uruguai em 2016; em 2015 obteve o título de Mestre Nacional pela Confederação Brasileira de Xadrez (CBX), consagrou-se campeão cearense absoluto em 2017 e em 2018, a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) reconheceu seu talento, onde obteve o título de Mestre Internacional.

Prestigie esse evento GRATUITO, AMANHÃ, às 19:30h na sede do Clube Vitoriense de Xadrez, localizado no Teatro Silogeu Professor José Aragão., no bairro da Matriz. Viva o xadrez vitoriense!

A “Corrida do Vapor” homenageou os 60 anos do Grupo JB.

A 6ª edição da corrida de rua promovida pelo grupo “Vapor da Vitória” ocorreu na manhã do último domingo (20). O ponto de concentração, largada e chegada dos atletas foi o Pátio da Matriz – Praça Dom Luiz de Brito.

Com um bom número de atletas, grupos e assessorias de corrida o evento congregou corredores da Vitória de outras cidades. Destaque para a Assessoria Esportiva Jaqueline Alves,  pela 2ª maior equipe e também por haver  conquistado, através dos seus atletas, 14 troféus para a “Capital do Forró”  –  Caruaru.

No item homenagem, o evento prestou um justo tributo ao Grupo JB, pela passagem dos seus 60 anos de atuação e também pela importante e contínua contribuição às diversas práticas esportivas da nossa região. Veja o vídeo.

Na ocasião, registramos o espaço dedicado à equipe da Farmácia Roval,  que se configura, em nossa cidade,  numa  importante parceira dos eventos de corrida de rua.

O evento – 6ª Corrida do Vapor da Vitória – teve inicio às 6h e, após o aquecimento dos atletas,  a largada ocorreu às 7h. Ao final, já com a medalha no peito, os atletas tiveram a oportunidade de participara da cerimonia de premiação,  num clima de muita música, descontração e comes e bebes. Parabéns aos organizadores do evento!!!

Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco – por @historia_em_retalhos.

Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco, um dos homens mais temidos do bando de Lampião.

Aos 17 anos, em uma briga de rua, o jovem Corisco matou um homem que era protegido do coronel da cidade de Água Branca/AL, sua terra natal.

Temendo ser morto e sem ter para onde ir, tomou a decisão de aliar-se a Lampião.

Era conhecido por seu porte físico, cabelos longos e pela extrema violência, o que lhe rendera o apelido de “Diabo Louro” ao ingressar no bando.

Já Dadá, com apenas 12 anos, foi raptada à força por Corisco e passou a viver a difícil vida do cangaço.

Aos poucos, porém, foi surgindo um companheirismo entre os dois, capaz de transformar o ódio inicial em um amor que mudou a história do cruel cangaceiro.

Corisco ensinara Dadá a ler, a escrever e a usar armas, permanecendo com ela até o dia de sua morte.

Os dois tiveram sete filhos, mas apenas três deles sobreviveram.

Apesar da fidelidade a Lampião, chegara o momento, todavia, da divisão do bando, como uma estratégia para fugir da perseguição da volante.

Corisco formou o seu próprio grupo, tornando-se o seu líder.

Ao saber da morte de Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros em 1938 na grota de Angicos, o Diabo Louro jurou vingança.

Saiu no encalço dos supostos traidores, mas matou as pessoas erradas.

Paralelamente, o cerco à sua pessoa só aumentava.

Sob o comando do tenente Zé Rufino, seu grande inimigo, a volante localizou Corisco no dia 25 de maio de 1940 na Bahia.

Uma rajada da metralhadora rompeu o seu intestino, pondo fim à sua vida.

Sua cabeça foi cortada e exposta no Museu Nina Rodrigues, em Salvador/BA.

Dadá foi presa e depois anistiada.

Em 1969, Dadá moveu um processo e obteve o direito de sepultar a cabeça de Corisco.

Em 1994, aos 79 anos, Dadá morreu em Salvador.

Para os estudiosos do tema, a morte de Corisco significou o fim definitivo do ciclo do cangaço no nordeste brasileiro.

A quem interessar, recomendo o filme “Corisco e Dadá”, com Dira Paes e Chico Díaz.
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Washington Amorim: Tribunal Regional Eleitoral – Juiz Titular.

Com quase três décadas de atuação no concorrido mundo jurídico,  o amigo advogado Washington Amorim, na última terça-feira (15), em Brasília, teve seu nome ratificado pelo Presidente da Republica, Luiz Inácio Lula da Silva, para compor o Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Pernambuco, no cargo de Juiz Titular, na vaga decorrente do término do segundo mandato de Carlos Gil Rodrigues Filho.

Bem articulado, o doutor, ao longo do tempo, construiu, também, uma história vinculada ao processo de efetivação e materialização  da  “Ordem” (OAB)  antonense. Eis ai, portanto, mais um passo importante e marcante na carreira profissional do advogado Washington Amorim.

Política, futebol e religião: juntos e misturados…..

Política, religião e futebol, por mais que se pareçam atividades distintas, se bem observado, tem lá suas similitudes. Eleitor, seguidor religioso e torcedor, respectivamente, envolvidos emocionalmente, se configuram em  peças de uma  grande moenda que gira no sentido da prosperidade alheia. Aliás, é bom avisar: os eleitos das eleições municipais de 2024 nem tomaram posse, mas o pleito de 2026 já começou!

Se em Pernambuco o Partido dos Trabalhadores já se prepara para fazer parte da equipe da  governadora Raquel Lyra, eleita pelo PSDB, em Brasília, tem deputado pastor, que em 2022 chamava o então candidato a presidente Lula de ladrão, agora, se utilizou da autoridade religiosa que lhe é conferida por Deus para abençoar o próprio presidente em Palácio, juntamente com um conjunto de seguidores, conforme divulgação na página oficial do Jornal do Commércio no Instagram. Veja aqui: https://www.instagram.com/reel/DBLx5M6u_1Y/?igsh=MTJpZXJ5ZTFnM200dg%3D%3D

Também em Brasília, entre outras atividades, segue uma CPI para esclarecer à participação das “BET(s)” e suas interferências nos resultados das partidas do futebol profissional, ocorridas nos quatro cantos do nosso País.

Diz um adágio popular que futebol, política e religião não se discute.

Não! Não é fácil entender como toda essa engrenagem funciona. Temos líderes  religiosos  que viram políticos. Temos “donos” de time de futebol que também jogam no campo da política. Mas também temos o político, independente de qualquer coisa, que usa os lideres do futebol e da religião para “mexer” nos resultados eleitorais. Lembremos, também: invariavelmente, sempre haverá  um eleitor vestido com camisa de time de futebol  ou de paletó,  nos templos religiosos.  Fé em Deus e vamos simbora. 

Mariana, Dalcides e o celibato – por @historia_em_retalhos.

A história de amor que protagoniza o retalho de hoje lembra um conto de novela, mas não é.

Grandes confidentes e amigos, a jornalista Mariana Godoy e o ex-padre Dalcides Biscalqui casaram-se em 2004 e estão juntos até hoje.

No início, os dois perceberam que, com o tempo, estavam se apaixonando um pelo outro.

Fiel ao seu voto celibatário, porém, Dalcides decidira não revelar o seu sentimento a Mariana, mantendo firme o juramento que havia assumido junto à igreja.

Ela, todavia, foi mais corajosa.

Certo dia, chegou para o religioso e disse na lata:

“Eu estou gostando de você”.

No que Dalcides respondera:

“Tenho de parar por aqui, vamos dar um tempo”.

Distanciaram-se e passaram meses sem se ver.

Como um sentimento maior e mais forte do que poderiam imaginar, a história dos dois passou a mudar quando Dalcides precisou viajar para Portugal.

Mariana, então, mais uma vez, disse o seguinte:

“Se você achar que a gente deve construir alguma coisa juntos, me liga de lá e eu vou te esperar no aeroporto’”.

Dalcides viajou acreditando que os sinais sobre os dois chegariam de alguma forma.

E chegaram:

“Ela estava apresentando o jornal naquele sábado, de plantão. Aquilo me marcou”.

E, então, ligou para ela de um orelhão:

“Da minha parte acho que podemos construir algo juntos”.

O ex-padre tomou a difícil decisão de largar a batina e, desde então, os dois não se desgrudaram mais, construindo uma das mais bonitas histórias de amor dos bastidores da TV brasileira.

Em 2020, durante uma entrevista para o programa “Melhor Agora”, Mariana revelara que o marido era virgem até os 37 anos, quando se casaram.

Ela tinha 35 anos.

Histórias como a de hoje põe-nos em reflexão em torno do polêmico tema do celibato.

Segundo o Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados, mais de 7 mil brasileiros solicitaram à igreja a dispensa do sacramento da ordem em troca do matrimônio.

Isso significa que, a cada quatro sacerdotes católicos que são ordenados no Brasil, um larga a batina para constituir uma família.

Eu deixo a pergunta para vocês.

O que vocês acham da regra do celibato?
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Vida Passada… – Solidônio Leite – por Célio Meira

Nasceu, a 30 de janeiro de 1867, o pernambucano Solidônio Ático Leite, na antiga vila sertaneja de Flôres. Deixando a terra natal, de clima quente, banhada pelo rio Pajeú, cujas águas descem da lagôa do Freire, no município de São José do Egito, fez, o jovem filho do sertão, no Ginásio Pernambucano, o curso de preparatórios, ingressando na Faculdade de Direito d Recife. E nessa famosa Escola, em 1982, aos 25 anos de idade, colou grau de bacharel, ao lado de Estácio Coimbra e Sérgio Loreto, ex-governadores de Pernambuco, de Pinto de Abreu, professor de português e poeta, de Geminiano de Franca, paraibano, que exerceu a chefia de polícia do Distrito Federal, no governo Epitácio, do brilhante jornalista Gibson e de Irineu Machado, que, na 1ª república, se tornou famoso, no parlamento, e na política.

Inclinado às letras literárias, e jornalista, publicou, no Recife, a esse tempo, o Tempos Acadêmicos, livro de recordações. Não seguiu, Solidônio, na vida pública, as estradas da magistratura. Dirigiu seus passos pelos caminhos da advocacia. Advogou, no Recife, e depois, informa um biógrafo, em São João Nepomuceno e em Juiz de Fora, em Minas, estabelecendo-se, mais tarde, no Rio de Janeiro, onde alcançou aplausos e vitórias, que lhe deram projeção destacada, no mundo forense, nos meios intelectuais, e nas letras jurídicas. Pertenceu, indicado pelo Instituto dos Advogados, narra Clóvis Monteiro, à comissão que, em 1901, emitiu parecer sobre o projeto do Código Civil.

As agitadas e renhidas questões, na advocacia, não lhe roubaram todo tempo. Deram-lhe horas amáveis de alegria, em que ele se entregou, com espirito beneditino, ao estudo profundo da língua portuguesa. O Clássicos Esquecidos, o Clássicos Portugueses e o A Língua portuguesa no Brasil são livros preciosos, que iluminam o nome de Solidônio Leite, na galeria dos mestres do vernáculo.

Rápida foi sua passagem pelas esferas políticas. Pernambuco o elegeu deputado federal, no governo de Sérgio Loreto. Entregou-lhe, a bancada, nessa época, o bastão de líder. Deixando a cadeira espinhosa do parlamento, regressou às arenas do fôro, onde luziram e reluziram, perto de quarenta anos, as armas de suas batalhas.

E retomando a pena, escreveu, Solidônio, Uma Figura do Império, em 1925, exaltando a figura admirável do monsenhor Joaquim Pinto de Campos, nascido na mesma terra de Flôres, político baronista, em 1843, e orador de fama no parlamento e no púlpito. E morreu, esse eminente pernambucano, aos 63 anos de idade, no Rio de Janeiro. A cidade de Flôres deve dar, a uma rua, ou uma praça, o nome de Solidônio Leite. A terra onde ele nasceu, ensinará, desse modo, às gerações de hoje, e da amanhã, o amor e o respeito à memória dos antepassados.

Célio Meira – escritor e jornalista. 

LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.

João Álvares – 90 anos – Notícias de Aniversário….

Por ocasião da passagem dos 90 anos de vida do senhor João Álvares, ocorrido, ontem, 13 de outubro, entre tantas outras comemorações, seus familiares produziram um jornal para marcar o tão esperado  acontecimento.

Com muitas informações e curiosidades sobre o aniversariante das nove décadas, também, algumas páginas foram reservadas para depoimentos de amigos e admiradores. Nessa categoria, escrevemos algumas linhas,  no sentido de parabenizar e homenagear o aniversariante.

Desde ontem, da forma digital, o jornal segue circulando. 

Hoje, tem espetáculo……..?

Na tarde de ontem (10),  ao circular pela Avenida Mariana Amália, centro comercial da nossa cidade, em meio ao ambiente barulhento dos carros, motos e do vai e vem das pessoas, uma cena chamou-me  atenção, no sentido da abertura, de maneira automática,  de algumas  das prateleiras da minha da memória.

Um moderno automóvel, com um sistema de som, anunciava à chegada de um circo em nossa cidade – nem prestei atenção para o nome da companhia circense, muito menos ao conteúdo da informação. Na verdade, fixei-me na imagem do “clone” de onça, que desfilava em cima do reboque, puxado pelo referido veículo.

Na minha pontual viagem mental, naquele recorte do tempo presente, com destino ao  tempo pretérito, avistei os circos da minha infância, quase sempre armados e instalados no terreno onde hoje os “homens da capa preta” despacham diariamente, ou seja: Fórum Severino Joaquim Krause Gonçalves. Confesso que cheguei até sentir o mau cheiro dos animais,  enjaulados e com cara de poucos amigos,  que só ganhavam algum tipo de protagonismo quando entrava em cena, para o delírio do público geral.

Se voltarmos mais um pouco, à chamada  fita do tempo, essa, só vivenciada através da oralidade dos mais velhos e também pelas empoeiradas e amareladas folhas dos jornais e revistas de  outrora, chegaremos, também, aos áureos tempos dos circos na nossa então pacata e bucólica Vitória de Santo Antão. 

Nesse quadrante da vida social local, entre outras coisas, os pais de moças donzelas redobravam os cuidados para que suas filhas não se iludissem com esses artistas e fugissem com eles. Sem muita estrutura para alardear suas informações, animais puxados pelos palhaços,  caracterizados, quase sempre acompanhados por um sem número de crianças, danavam-se a repetir: “….hoje,  tem espetáculo…….?” Quando, de pronto, em coro, a criançada gritava: ….”tem, sim  senhor!”

Aliás, dizem até que um dos mais renomados nomes da literatura brasileira, que brotou desta terra, teve,  nos circos da sua infância, várias inspirações para algumas da suas obras.

Portanto, para finalizar essa rápida e fugaz viagem, abordo de um flash da memória,  podemos dizer que, tanto ontem como hoje, o circo continua sendo uma mistura da deliciosa  vida lúdica  com a dureza real de quem vive e sobrevive da sua arte. Viva o Circo!  

Eleições 2024: os destaques da eleição para Câmara!!!

Diferentemente de outras “pescarias eleitorais”, a busca por um assento numa casa legislativa municipal se concentra no menor dos “oceanos de votos”, tornando à disputa em tela a mais acirrada de todas.

Dentre as muitas variáveis e condições que envolvem esse tipo de disputa podemos dizer que o conjunto majoritário, ao qual o postulante está inserido,  pode influenciar consideravelmente o desempenho da candidatura em questão.

Apenas a título de exemplo, o atual prefeito e candidato à reeleição da cidade de São Lourenço da Mata, Vinícius Labanca, sagrou-se o vencedor do último pleito com 88,39% dos votos. Das 15 vagas disponíveis no parlamento municipal, emplacou 14 aliados. Em nossa cidade, Vitória de Santo Antão, onde o atual prefeito Paulo Roberto foi reeleito com quase 80% dos votos válidos, das 19 vagas na Câmara, 16 foram preenchidas por candidatos de partidos que gravitaram  em sua órbita política.

Pois bem, independente de qualquer coisa, devemos realçar alguns números e curiosidades extraídos da eleição proporcional da nossa cidade.

Confirmando todos os prognósticos, o MDB, partido do prefeito, foi o que “fez” mais vereador. 6 ao total. Foi também dele (MDB) que saiu o campeão de votos: Josias de Militina (4.014) – mostrando que o mesmo  é bom de urna – já havia sido  o 2º colocado na eleição de 2020.

Ainda falando sobre partidos políticos,  podemos dizer que os “Bau(s)”, pai e filho, Amaro  e André, respectivamente, se configuraram  em dois “arquitetos partidários”. Além da eleição dos dois, Fabio Raylux foi alçado à segunda colocação geral e o primeiro suplente do referido partido (PSD) obteve  mais votos do que vereador eleito. Valendo destacar que o Fábio Raylux avançou em faixa própria

Do AVANTE, além da única mulher eleita em 2024, Ana Paula, a sigla pavimentou a reeleição  do campeão de mandatos consecutivos da Casa Diogo de Braga. Isto é:  o vereador Novo da Banca emplacou a sua 7º eleição. O mesmo foi eleito pela  primeira vez na eleição municipal de 2000, há exatos 24 anos.

Ratificando sua desenvoltura parlamentar, desenvolvida  no transcorrer do seu primeiro mandato, poderíamos dizer que o vereador Felipe Cezar sai do pleito 2024 com musculatura politicamente avantajada.  Além de ampliar a votação, ainda conseguiu dialogar com outros  segmentos da sociedade.

Por motivos distintos, os três vereadores eleitos no campo oposicionista, indiscutivelmente, tem motivos de sobra para comemorar efusivamente.

O Mizael de Davi – como o próprio nome diz -,  recebeu  a transferência automática dos votos do atual vereador Davi Frutas, que optou por não se candidatar pelo conjunto político do prefeito após se sentir desconfortável partidariamente. Sua tática eleitoral, inclusive,   se configurou  num dos “lances” mais extraordinários do xadrez político local, atinente ao pleito municipal 2024.

Já no campo da “surpresa” 2024, por assim dizer, tem nome, sobrenome e apelido. Denis Lima – O Galo. Fora dos prognósticos dos mais experientes “cientistas políticos populares”, sempre de plantão nos pleitos eleitorais, o “Galo” conseguiu  inverter a lógica partidária para fazer a sua própria história.

Para finalizar, não podemos deixar de grafar, sublinhar e realçar à mais difícil de todas as vitórias da Câmara, em 2024. Vereador de oposição firme, durante todo seu primeiro mandato, Carlos Henrique, além de acrescer os seus respectivos sufrágios, o mesmo  montou, conduziu e motivou os integrantes do  seu próprio partido, inclusive  resistindo,  até às vésperas do pleito,  aos “ataques” da situação,  no sentido da desmobilização e retirada de candidaturas, para que  o seu mandato não fosse renovado.

Para os que conhecem o “jogo político” da retaliação, tão em voga na direção dos que se colocam como “vereador independente”,  em relação  ao Poder Executivo de plantão,  sabem que a votação do referido parlamentar poderia ser  até dobrada, caso não tivesse que abrir mão de alguns aliados  eleitorais para que os mesmos pudessem ser  candidatos no seu próprio partido, no sentido de complementar à chamada calda eleitoral.

Eis aí, portanto, alguma das nossas impressões,  vinculadas ao pleito municipal de 2024 na nossa Vitória de Santo Antão  voltadas à disputa proporcional, que terá legislatura iniciada a partir de janeiro de 2025.

Zé Amaro e o desenraizamento das palavras – por Marcus Prado.

“O homem se comporta como se ele fosse criador e senhor da linguagem, ao passo que ela permanece sendo a senhora do homem”. (Martin Heiddeger).

Numa viagem de trabalho, entre o Recife e Porto Alegre, eu e o saudoso economista pernambucano Zé Amaro Moreira, incógnito, imprevisível, excêntrico, trocávamos ideias no avião sobre um assunto que fazia parte de sua vida: a paixão pelo América Futebol Público, o time que mexia com as emoções do poeta João Cabral de Mello Neto. “Tudo agora é clássico: essa palavra (disse-me ele) tornou-se vulgar, até no futebol”.

Nesta hora, quando ouço a voz do locutor dar notícia de “superclássico” de uma partida de futebol pernambucano, dou razão ao amigo Zé Amaro, recentemente falecido. De que forma vão nominar essa palavra no futuro? Sabe-se que a derivação das palavras, sua pluralidade semântica, o dizer sinonimicamente que se desenovelam, com o seu desenraizamento (questão comum dentro do campo ampliado da cultura), não é um conjunto fechado.

Clássico: essa palavra agora se metamorfoseia, torna-se mundivagante, que significa “vagar” no sentido de “andar sem rumo”.

Um dos objetivos da lógica de Aristóteles era identificar vícios e erros de linguagem e construir argumentos não contraditórios. Diga-se que a geração que está nos sucedendo tenha paixão pelos novos “clássicos”, mas que não perca a luminosa brecha de se voltar para os clássicos do seu idioma, de todas as épocas, de todas as artes e saberes, pois seus sentidos e interpretações tendem ao infinito.

O jornal Valor Econômico acaba de publicar uma reportagem sobre o impacto positivo de um clube de leitura em três grandes indústrias de São Paulo.

Hoje, não falarei dos clássicos da literatura, aqueles já consagrados. Com a morte, eles mataram a morte. Eu tenho os meus, esquecidos. A minha escolha para os pernambucanos não implica em desmerecimento dos que ganharam valor, prestigio e influência de outras gerações. Numa cidade de memória curta, não custa lembra-los.

São eles, de valor incontornável: Pedro Xisto, natural de Limoeiro, desconhecido por completo no Recife. Poeta visual, trabalhou como adido cultural em vários países. Tornou-se um dos mais famosos integrantes do Grupo Concretista (São Paulo), escolhi o “Logogramas” (1966); Janice Japiassú: Canto Amargo (1970). Nesse livro, o leitor sente no ar o soprar dos ventos do sertão. “A viola do diabo”, peça teatral de Ladjane Bandeira, encenada no Recife há 60 anos (1964), publicada em livro no mesmo ano nunca mais foi lembrada. É uma comédia reunindo drama, tragédia, tradição e realismo. “A cidade submersa e outros poemas”, de Edmir Domingues (1972), uma das obras de superlativa beleza estética. Carlos Moreira, “O Município” (Poemas); Jorge Wanderley: Antologia Poética (1999). Tomás Seixas: A casa dos sonâmbulos (1990), misto de romance, biografia e crítica de livros e arte. Interior da matéria, poemas, de Joaquim Cardozo, um livro em cuja edição princeps o poeta dividiu a autoria da obra com Roberto Burle Marx (1975). “Os Anjos e os demônios”, de Joaquim Cardozo e Fayga Ostrower. Edição de arte, belíssima. Tiragem de apenas 300 exemplares.

Marcus Prado – jornalista

a vida acontecendo…….

Tempos atrás, aqui no blog, postei algumas linhas para marcar uma ninhada de pássaros no meu quintal. De lá para cá, já perdi a conta das tantas outras vezes que o mesmo evento ocorreu.  Inclusive, um ninho com gestação completa –  em pleno terraço.

 

Sempre que tenho a oportunidade, registro à saída e o retorno de um dos  grupos que pernoitam no meu pé de caju. Sempre no mesmo horário. Com modificações em função das estações do ano.

Sem qualquer  tipo de interferência direta, acompanho as movimentações no referido pé de caju: trânsito de formigas, esconderijo de besouros, circulação de lagartixas e todo tipo de diálogo de pássaros….

As vezes fico pensando: se em apenas uma “árvore urbana” acontece tudo isso e muito mais,  o que dizer dos transtornos causados à vida animal quando se derruba ou se queima uma floresta….?