O Clarinetista utiliza a Clave de Sol na segunda linha do Pentagrama, onde o Trombone, o Bombardino e as Tubas Bb e Eb, utilizam a Clave de Fá na quarta linha para escrever as notas musicais. O Clarinetista conhecia a gramática musical, mas não conhecia as extensões de cada instrumento musical.
Ele teria que escrever os arranjos da seguinte forma: 1, 2 e 3 Clarinetes, 1 e 3 Sax Altos, 2 e 4 Sax Tenores, 1, 2, 3 e 4 Trompetes, uma peça musical para Bombardino, que sendo a mesma melodia igual a do Sax Tenor, fazendo um contratempo, estava escrito na Clave de Fá, 1, 2, 3 e 4 Trombones, o quarto Trombone fará o Trombone Baixo, sem ter os rotores ( Chaves que proporcionam atingir as regiões gravíssimas no Pentagrama na Claves de Fá ), o arranjador pode oitavar a peça do 1 Trombone para o 4 Trombone, usando uma oitava descendente.
Raul Santo Seixas nasceu em Salvador-BA, em 28 de junho de 1945.
No ano de 1973, Raul Seixas consegue um grande sucesso com a música “Ouro de Tolo” no álbum KRIG-HÁ, BANDOLO que significa, cuidado, aí vem o inimigo, que faz referência a um grito de guerra do personagem Tarzan.
A música possui uma letra quase autobiográfica, mas que também debocha da ditadura e do “milagre econômico”.No mesmo LP, outras músicas tornam grande s sucessos como: METAMORFOSE AMBULANTE, MOSCA NA SOPA E ALCAPONE. Raul finalmente alcança grande repercussão nacional, graças a divulgação da imagem do cantor como ícone popular. Porém, logo a imprensa e os fãs da época, foram aos poucos percebendo que Raul não era apenas um cantor e compositor.
A canção era um ataque ao conformismo do País a respeito das ilusórias vantagens oferecidas pela ditadura. Tornou-se sucesso instantâneo e foi gravada pela PHILIPS com mais nove canções. “KRIG-HÁ, BANDOLO, foi o primeiro LP solo de Raul Seixas.
Antonio Pecci Filho, nome artístico de Toquinho, nasceu em São Paulo, 06 de maio de 1946. Toquinho teve vários parceiros entre eles o grande poeta Vinicius de Moraes. Em 1983, continuando seu trabalho voltado para o mundo infantil, lançou o disco “Casa de Brinquedos”. Entre as músicas de inspiração infantil guardada por Toquinho, podemos citar “Aquarela de 1983”.
Aquarela Brasileira – Silas de Oliveira
Silas de Oliveira, nasceu no Rio de Janeiro em 04 de outubro de 1916. Aquarela Brasileira é um Samba Enredo composto por Silas para o Império Serrano, em 1964.
Aquarela do Brasil
Ary de Resende Barroso nasceu em Ubá, Minas Gerais em 07 de novembro de 1903. “Aquarela do Brasil” é uma das mais populares canções brasileiras de todos os tempos, composta por Ary Barroso em 1939.
Aquarela do Brasil – Gal Costa e Moacir Silveira – Compositor – Ary Barroso.
Menina que passa (versão original da música Garota de Ipanema)
Letra de Vinícius de Moraes.
Vinha cansado de tudo
De tantos caminhos
Tão sem poesias
Tão sem passarinhos
Com medo da vida
Com medo de amar
Quando na tarde vazia
Tão linda no espaço
Que vinha num passo
Cheio de balanço
Caminho do mar.
Porém, nem Tom nem Vinícius gostaram muito da letra e da canção. A versão definitiva foi composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Vinícius, inspirado na jovem Hêlo Pinheiro que passava frequentemente pelo Bar Veloso (hoje Garota de Ipanema) dizia: “ Tom, sou vidrado nessa garota”.
Garota de Ipanema – Toquinho e Vinicius – Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Em meados de 1960, o sargento Martinho viu um colega de farda se formar em direito, os colegas de patentes orgulhosos do companheiro, combinaram ir à formatura fardados para prestar homenagem ao sargento e advogado Xavier.
Ocorre que o formando resolveu tirar férias e não convidou nenhum dos amigos para a formatura. Indignados com a desfeita, todos os sargentos, inclusive Martinho, resolveram dar um “gelo” no colega a quem tacharam de novo burguês. Ninguém falava com ele, que inocentemente não estava entendendo nada. Certo dia, o pobre sargento Xavier encontrou-se com Martinho em um bar e resolveram passar a limpo o que estava acontecendo de fato e depois de muita insistência, Martinho resolveu contar o motivo do desprezo.
Bastante aliviado, o novo advogado esclareceu a situação:
Na verdade Martinho, nem eu mesmo fui ao Baile da minha formatura. Salário de Sargento era baixo e não dava para comprar o paletó, beca, anel e outras exigências formais para participar do evento. Informou, ainda, que recebera o “canudo” posteriormente, diretamente do diretor da faculdade.
O Pequeno Burgês (Martinho da Vila)
Compositor Martinho da Vila.
https://www.youtube.com/watch?v=L8K9YShmuHo
Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular…
Livros tão caros
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar…
Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar…
Para criar!
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar…
Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel…
O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel…
E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado…
Nascido na Itália, na cidade de Assis, no ano de 1181, filho de um rico e prospero comerciante com uma francesa, foi batizado Giovanni Di Pietro Di Bernardone, mas, mais tarde, em uma homenagem feita por seu pai à sua mãe, seu nome foi mudado para Francesco. E assim, tornou-se conhecido por São Francisco de Assis.
A oração da Paz, também denominada de Oração de São Francisco, é uma oração de origem anônima que costuma ser atribuída popularmente a São Francisco de Assis. Foi escrita no início do século XX, tendo aparecido em 1912 num boletim espiritual em Paris, França.
Em 1916 foi impressa em Roma numa folha, em que numa verso estava a Oração e no outro verso da folha foi impressa uma estampa de São Francisco. Por esta Associação e pelo fato de que o texto reflete muito bem o Franciscanismo, esta oração come~cou a ser divulgada como se fosse de autoria do próprio Santo.
https://www.youtube.com/watch?v=ceyKB8_Fn7k
Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Sabe aquela música “mulheres” (já tive mulheres de todas as cores, de várias idades de muitos amores ……) que todo mundo pensa que é do Martinho da Vila? Na verdade é do grande compositor mineiro de Belo Horizonte, Toninho Geraes.
“foi o seguinte, estava procurando um cartão de um empresário, porque estava precisando fazer shows – estava mais apertado que São Jorge em Lua Minguante. Comecei a procurar o cartão numa gaveta onde se encontrava fotos de ex-namoradas ! A pretinha, a loirinha, a moreninha …. Umas mais velhas, outras mais novinhas. Ai pensei: caramba! Já tive mulheres de todas as cores e de várias idades! Aí deu samba, né (rsrs).
Mulheres (Martinho da Vila)
Compositor: Toninho Geraes.
Angenor de Oliveira, nascido no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1908. Também casado com dona Zica. Um dos fundadores da Escola de Samba Mangueira. Trabalhou em diversas profissões, foi pedreiro, lavador de carro e principalmente aquele que o consagrou como excelente compositor musical.
Uma curiosidade é que já aos 55 anos é que ele descobriu que o seu nome não era Agenor e sim Angenor.
Boêmio, chegava a beber 2 litros de cachaça por dia.
Adorava fumar, beber, tocar violão e mulheres, principalmente as mais velhas para não correr o risco de engravidá-las.
Angenor de Oliveira, ou simplesmente mestre Cartola quando soube que sua filha tinha se tornado prostituta foi ao boteco e tomou todas e fez esta belíssima canção:
O Mundo é um Moinho interpretada por cazuza, Beth Carvalho e tantos outros.
Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
João da Baiana, Caninha e Donga: da Batucada ao Samba. A partir dos últimos anos do século XIX, as principais cidades brasileiras assistiram ao despertar da consciência das camadas mais humildes da sociedade. Inferiorizados até 1888 pela existência da escravidão, os trabalhadores livres da era Republicana começaram a disputar um lugar na sociedade, o que, no campo do lazer, se evidenciou por uma crescente participação na festa do Carnaval, transformada pela classe média numa imitação da brincadeira Europeia, à base de desfiles de carros alegóricos, corsos e batalha das flores. Os integrantes dessas populações predominantemente negras e mestiças mais integradas na estrutura econômica das cidades, como os empregados de fábricas e pequenos burocratas, organizaram-se primeiramente no Rio de Janeiro em sociedades recreativas denominadas Ranchos, e passaram a sair no Carnaval produzindo um tipo de música orquestral m que acabaria fazendo nascer as marchas de Rancho e, em decorrência delas, as marchas-ranchos.
Os mais pobres, porém, onde a cor negra predominava (era o mestiço que invariavelmente galgava os primeiros degraus da escala social), continuaram a exercitar-se nos seus batuques e rodas de pernadas ou de capoeira (nome preferido na Bahia). Essa parte da população não saía no Carnaval de forma organizada, mas em cordões desordenados, cujos desfiles terminavam quase sempre numa esfuziante coreografia de rabos-de-arraia e em coloridas cenas de sangue.
No entanto, ia ser da música á base de percussão produzida por esses negros com o nome de “Batucada” que ia nascer o gênero popular mais nacionalmente representativo da música Brasileira: o
Samba. Três dos mais velhos representantes dessa fase seriam Caninha, João da Baiana e Donga, dos quais os dois últimos ainda chegaram a década de 70 do século XX, não apenas como sobreviventes de uma era extinta, mas continuando a demonstrar a validade da sua arte em espetáculos evocativamente denominados da “Velha guarda”.
O mais antigo, José Luis de Moraes, o Caninha, compositor e cavaquista, nasceu em Jacarepaguá no RJ, no dia 6 de julho de 1883 e morreu em Olaria RJ em 16 de junho de 1961, chamado em criança de Caninha Doce (Porque vendia roletes de cana na zona da Estação da estrada de ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro), aprendeu a música dos negros durante as batucadas realizadas na festa da Penha. E em 1932 quando essa população de descendentes de escravos foi obrigada a morar em casebres no alto dos morros do Rio, compôs o samba que valia por uma aula de História da música popular: “Samba do morro / não é samba, é batucada /é batucada / é batucada / é batucada… / cá na cidade / a escola é diferente / só tira samba / malandro que tem patente”.
De fato, quando Donga, o mais novo desses três pioneiros, realiza em 1917, sob o nome de samba, o arranjo de motivos populares que intitulou pelo telefone, sua primeira providência é registrar música e letra na biblioteca nacional. O que equivalia mesmo a tirar patente. A atitude de Ernesto Joaquim Maria dos Santos (Donga) nascido no RJ em 05 de abril de 1890 significa que, coincidindo com o aparecimento do samba, a música popular, como criação destinada ao entretenimento da massa, tinha atingido o estágio de produto comercial capaz de ser vendido e de gerar lucros. O crescimento da indústria de disco, e logo o aparecimento do rádio, seguidos mais tarde do cinema e televisão, provaram que Donga tinha sido um pioneiro esperto ao correr à repartição oficial para “tirar patente”.
Mas o exemplo de vida do mais velho sobrevivente da geração que criou o samba a partir da batucada, João Machado Guedes (João da Baiana), chamado assim porque era filho da
Baiana Perciliana de Santo Amaro, veio mostrar que essa esperteza ia valer para todos, menos para os que criaram o próprio samba.
Donga viveu seus últimos anos como funcionário aposentado da justiça, doente e quase cego, num subúrbio do Rio de Janeiro. João da Baiana, com 85, acabou por ser recolhido à casa dos artistas de Jacarepaguá, na zona rural Carioca, passando o fim dos seus dias de uma forma não muito diferente daquela que descreveu com bom humor no seu Samba de maior sucesso, o cabide de Molambo de 1932.
João da Baiana nasceu no RJ em 17 de maio de 1887 e faleceu no RJ em 12 de janeiro de 1974.
Pelo telefone – é considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil segundo a maioria dos autores, a partir dos registros existentes na biblioteca nacional.
Composição de Donga e do Jornalista Mauro de Almeida foi registrada em 27 de novembro de 1916 e gravada em fevereiro de 1917.
PELO TELEFONE (MARTINHO DA VILA)
O Chefe da polícia
Pelo telefone manda me avisar
Que na carioca tem uma roleta para se jogar
O Chefe da polícia
Pelo telefone manda me avisar
Que na carioca tem uma roleta para se jogar
Ai, ai, ai
Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Ai, ai, ai
Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Tomara que tu apanhes
Pra nunca mais fazer isso
Roubar amores dos outros
E depois fazer feitiço
Olha a rolinha, Sinhô, Sinhô
Se embaraçou, Sinhô, Sinhô
Caiu no lago, Sinhô, Sinhô
Do nosso amor, Sinhô, Sinhô
Porque este samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe perna bamba, Sinhô, Sinhô
Mas faz gozar, Sinhô, Sinhô
O ?Peru? me disse
Se o ?Morcego? visse
Não fazer tolice
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
Do disse-me-disse
Mas o ?Peru? me disse
Se o ?Morcego? visse
Não fazer tolice
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
Do disse-me-disse
Ai, ai, ai
Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Ai, ai, ai
Deixe as mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Queres ou não, Sinhô, Sinhô
Vir pro cordão, Sinhô, Sinhô
Ser folião, Sinhô, Sinhô
De coração, Sinhô, Sinhô
Porque este samba, Sinhô, Sinhô
É de arrepiar, Sinhô, Sinhô
Põe perna bamba, Sinhô, Sinhô
Mas faz gozar, Sinhô, Sinhô
Caetano Emanuel Viana Teles Veloso – Caetano Veloso. Nasceu em Santo Amaro da Purificação na Bahia, no dia 07 de Agosto de 1942, filho de José Teles Veloso e Claudionor Viana Veloso, conhecida como (Dona Canô). Caetano é o quinto dos sete filhos do casal. Caetano foi fundamental na escolha do nome de sua irmã mais nova, ele tinha apenas quatro anos de idade e já amava a música brasileira, inspirado na Valsa “Maria Bethânia” do compositor Pernambucano (Capiba) sucesso na voz do cantor Nelson Gonçalves, assim escolheu o nome da irmã, Maria Bethânia. Ambos veriam sua trajetória se cruzar por diversos momentos e foram os dois filhos de Dona Canô que mais se destacaram no cenário nacional.
Tudo começa em Santo Amaro da Purificação, cidadezinha do Recôncavo Baiano de Canaviais, por onde passam as águas escuras do Rio Subaé. Caetano tem duas paixões: a pintura e a música. O pai Sr. Zezinho Veloso, comprava os cavaletes para o filho pintar. A mãe lhe ensina o baião de Luiz Gonzaga e o Samba de Caymmi em Salvador. Mas foi aos dezoito anos que Caetano sofreu um impacto que mudou os seus planos de trabalho: ouviu num programa da Rádio Mayrink Veiga, a canção “Chega de Saudade” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes na voz de Marisa gata manda e tomou conhecimento do disco homônimo de 1959 de João Gilberto. “Foi o marco mais nítido que uma canção já me deixou na vida”.
Certa vez um amigo de Caetano estava escutando na Rádio João Gilberto com a batida de Bossa Nova, acordes dissonantes e chamou Caetano, escuta este cara, ta tudo errado e Caetano respondeu, não tem nada de errado, ta muito lindo, ta tudo certo e maravilhoso. E se tornou até hoje seu grande fã.
Iniciou sua carreira interpretando canções de Bossa Nova, sob a influência é claro de João Gilberto, um dos ícones e fundadores do movimento Bossa Nova. Tropicalismo.
Nesse mesmo ano, a canção Alegria Alegria, que faz parte do repertório do primeiro LP individual, “Caetano Veloso” de 1968, que trouxe canções como “Alegria Alegria”, “No dia em que vim-me embora” “Tropicália” “Soy loco por ti América” e “Super Bacana”, e também lançada em compacto simples, ao som de guitarra elétrica do grupo Argentino Beat Boys, enlouqueceu o Terceiro Festival de Música Popular Brasileira (TV Record, outubro de 1967) juntamente com Gilberto Gil, que interpretou Domingo no Parque, classificadas respectivamente em quarto e segundo lugar. Era o início do Tropicalismo, movimento esse que representou uma grande efevercência na Musica Popular Brasileira. Este marco foi realizado pelo lançamento de álbum Tropicália ou Panis Et Circencis de 1968, disco coletivo que contou com a participação de outros nomes consagrados do movimento, como Nara Leão, Os Mutantes, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinam, Tom Zé, Gilberto Gil e Gal. Ficou associada a esse contexto a canção “É proibido proibir” da sua autoria (mesmo compacto que incluía a canção Torno a repetir, do domínio público), que ocasionou um dos muitos episódios antológicos da eliminatória do 3º Festival Internacional da canção (TV Globo), no Teatro da Universidade Católica de São Paulo, 15 de setembro de 1968. Vestido com roupa de plástico, acompanhado pelas guitarras distorcidas d’os Mutantes, ele lança de improviso um histórico discurso contra a plateia e o júri. “Vocês não estão entendendo nada”, gritou. A canção foi desclassificada, mas também foi lançada em compacto simples.
Regime Militar
Desde o início da carreira, Caetano sempre demonstrou uma posição política contestadora, sendo até confundido com um militante de esquerda, ganhando por isso a inimizade do Regime Militar instituído no Brasil em 1964 e cujos governos perduraram até 1985. Por esse motivo, as canções foram frequentemente censuradas neste período, e algumas até banidas. Em 27 de dezembro de 1968 Caetano e o parceiro Gilberto Gil foram presos, acusados de terem desrespeitado o Hino Nacional e a Bandeira Brasileira. E tiveram suas cabeças raspadas, ambos foram soltos em 19 de fevereiro de 1969, quarta feira de cinzas, e seguiram para Salvador, onde tiveram de se manter em regime de confinamento. Em julho de 1969, após dois shows de despedida no Teatro Castro Alves, nos dias 20 e 21, Caetano e Gil partiram com suas mulheres, respectivamente as irmãs Dedé e Sandra Gadelha, para o exílio na Inglaterra. Caetano e Gil, juntos, seguiram para Londres em 1969. Caetano matriculou-se num curso de inglês, enquanto Gil preferia aprender a nova língua andando pelas ruas e conversando com as pessoas. Caetano parece bem mais velho com o rosto castigado pelo frio escreve textos para “o pasquim” e compõe suas primeiras canções inglesas. Em janeiro de 1972, Caetano retornou definitivamente ao Brasil.
Caetano é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960. Tendo mais de cinquenta discos lançados, sendo comparado a nomes como Bob Marley, Paul Mc Cartney, Bob Dylan.
Entre diversas composições e interpretações de Caetano estão: Sozinho, Você é Linda, Você não me ensinou a te esquecer, Sampa, Sonhos, Força Estranha, Tigresa, Menino do Rio, Alegria Alegria…
ALEGRIA ALEGRIA – CAETANO VELOSO
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou
O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou
Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não
Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento,
Eu vou
Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou
Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do brasil
Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não…
Roderick David Stewart (Rod Stewart) nasceu em Londres, 10 de janeiro de 1945.
Com sua voz áspera e rouca, Rod Stewart começou a ser conhecido no final dos anos 60, quando participou da Jeff Beck Group e depois juntou-se ao The
Faces, iniciando paralelamente sua carreira solo.
Atingindo várias vezes as paradas de sucesso, principalmente no Reino Unido, Stewart esteve em primeiro lugar com seis álbuns e por 24 vezes ficou entre o Top 10 e seis vezes numero um entre as músicas mais executadas, e a 9 vezes numero um a nível mundial. Sua canção mais vendida foi o hit Da ya Think i’m sexy? de 1978, chegando a vender mais de quatro milhões de cópias em todo mundo. Rod Stewart era filho do casal Robert e Elsie Stewart. Rod tinha quatro irmãos e foi o único a nascer na Inglaterra depois que a família se mudou da Escócia. Rod aprendeu a tocar guitarra aos 11 anos, formou um grupo de Skiffle com colegas da Escola Chamados Kool Kats. Trabalhou pouco tempo como pintor de Silk Scren, jogou futebol no Brentford Foot Ball Club em Londres, trabalhou também como coveiro, entre outras coisas. Rod casou-se três vezes e teve oito filho. Em 2004 recebeu uma estrela com seu nome na calçada da fama. Rod Stewart fez um show em 1994 na praia de Copacabana no Rio de Janeiro para 3,5 milhões de pessoas durante a comemoração do ano novo. Outra curiosidade de Stewart é que na maioria dos shows ele sempre se apresentava com um palito de cor amarela.
Rod Stewart o coveiro que se tornou uma celebridade da música mundial.
Compôs e gravou vários sucessos entre eles: Don’t Want to Talk It, Sailing, the way you Look tonight, Forever Young, Maggie May, Da Ya Think i’m sexy?, It’s over entre outros.
SAILING – ROD STEWART.
I am sailing, I am sailing,
home again, ‘cross the sea.
I am sailing, stormy waters,
to be near you, to be free.
I am flying, I am flying,
like a bird, ‘cross the sky.
I am flying, passing high clouds,
to be with you, to be free.
Can you hear me, can you hear me
through the dark night, far away,
I am dying, forever crying,
to be with you, who can say.
Can you hear me, can you hear me,
through the dark night far away.
I am dying, forever crying,
to be with you, who can say.
We are sailing, we are sailing,
home again ‘cross the sea.
We are sailing stormy waters,
to be near you, to be free.
Oh Lord, to be near you, to be free.
Oh Lord, to be near you, to be free,
Oh Lord.
José Ursicino da Silva – Maestro Duda, nasceu em 23 de dezembro de 1935 em Goiana – PE.
Em 1950 começou a integrar a Jazz Band Acadêmica e a Orquestra Paraguari. No mesmo período atuou na Rádio Jornal do Commercio do Recife. Em 1953, já era regente e arranjador da Orquestra Paraguari; ainda em 1953, assumiu o Departamento de Música da TV Jornal do Commércio.
Em 1962, começou a integrar a Orquestra Sinfônica do Recife, executando Oboé e Corne – Inglês. Em 1963, criou uma orquestra de bailes.
Em 1971, obteve o primeiro lugar no Festival do Frevo pela Rede Tupi com o Frevo de rua (Quinho). Teve frevos gravados pela Orquestra de Severino Araujo, assim como sambas gravados, entre outros, por Jamelão.
Em 1980, foi escolhido como arranjador do Festival MPB Shell, promovido pela rede Globo.
Em 1985, sua orquestra representou o Brasil na feira das Nações em Miami, na Flórida EUA. Teve músicas gravadas no exterior, estando em mais de 100 discos.
Foi escolhido pelo projeto Memória Brasileira da Secretaria de Cultura de São Paulo, como um dos 12 maiores apresentadores do século.
Em 2007, teve o Frevo Nino, Pernambuquinho relançado pela Spok Frevo Orquestra no CD Passo de Anjo ao vivo, gravado ao vivo no Teatro Santa Isabel, na cidade do Recife.
Obras: Cidadão Frevo, Estação do Frevo, Fantasia Carnavalesca, Furacão. Homenagem à Princesa Isabel, Marcela, Nino o Pernambuquinho, Quinho, Suíte Nordestina, para Banda e Orquestra, Suíte Pernambucana de Bolso.
José Xavier de Menezes – Maestro Menezes – nasceu em Nazaré da Mata – PE, no dia 12 de abril de 1924.
Filho do Teófilo Alves de Menezes e Nicolina Xavier de Menezes. Seu pai tocava trombone e o avô era regente da banda de Nazaré da Mata. Já aos doze anos Menezes tocava trompa na banda revoltosa, daquele município.
Aos 19 anos veio para Recife. Trabalhar na Rádio Clube de Pernambuco, integrando a Jazz Band Acadêmica, comandada pelo Maestro Pádua Valfrido. Na década de 50, José Menezes estudou no conservatório Pernambucano de música, com o Maestro Severino Arvoredo. Como compositor surgiu em 1951, quando gravou o frevo “Freio a Óleo” num LP pela RCA, com a Orquestra Zacarias do Rio de Janeiro.
Em 1960, veio a formação da sua orquestra, que animava o Reveillon do Clube Internacional do Recife. O sucesso foi tanto que Menezes foi convidado para tocar no Balmarqué. José Menezes animou por treze anos o Carnaval do Clube Internacional e depois, em 1974, passou a animar o Carnaval do Clube o Português até 1992.
O primeiro disco de sua Orquestra foi em 1976, pela gravadora Rozemblitz. José Menezes é o nosso terceiro maior compositor de frevo.
Em 2007 e 2008, foi um dos homenageados pela Prefeitura do Recife, sendo lembrando por ser autor do primeiro frevo canção (Boneca) em parceria com Aldemar Paiva. José Menezes faleceu em Recife, no dia 13 de novembro de 2013. Autor de vários sucessos como: Freio a óleo – 1950, Boneca -1953, Terceiro dia – 1960, Ta Faltando Alguém – 1961, Bico Doce, Campeão do VIII Recifrevo em 1996, entre outros.
Entre 1949 a 1997, foram registradas 118 gravações, segundo o pesquisador José Batista Alves.
José Gomes Filho – Jackson do Pandeiro. Nasceu em Alagoa Grande – PB, no dia 31 de Agosto de 1919. Pelo fato de interpretar diversos gêneros musicais, tais como: Xaxado, Coco, Quadrilha, Baião, Frevo, Samba, Marcha, Xote. Jackson ficou conhecido como o Rei do Ritmo.
Filho de Glória Maria da Conceição, mas todos a conheciam como Dona Flora Mourão, tiradora de coco das mais requisitadas das festas de Alagoa Grande. Deu para Jackson seu instrumento, o pandeiro. Seu pai José Gomes, morreu quando Jackson tinha treze anos e a família mudou-se para Campina Grande, ainda na Paraíba.
Na década de 40 transferiu-se para João Pessoa, a capital do Estado, onde conseguiu um contrato com a Rádio Tabajara. Dois anos depois, foi para a Rádio Jornal do Commércio do Recife, onde adotou o nome artístico de Jackson do Pandeiro. Ele era conhecido como Zé Jack, porque sua magreza lembrava a de Jack Perry, artista norte-americano de Filmes de Faroeste.
Jackson gravou seu primeiro disco em 1953, na gravadora Copacabana interpretando Sebastião (de Rosil Cavalcanti) e forró em Limoeiro (de Edgar Ferreira). O disco foi um sucesso e projetou o nome de Jackson do Pandeiro em todo país.
Em 1956 casou-se com Almira Castilho de Albuquerque, vivendo com ela até 1967. Se separou de Almira e se casou com a Baiana Neuza Flores dos Anjos, de quem também se separou pouco antes de sua morte.
Jackson era diabético, morreu aos 62 anos, em 10 julho de 1982 na cidade de Brasília – DF.
Interpretou vários sucessos, tais como: Forró de Limoeiro, Sebastiana, A Mulher do Aníbal, Cabo Tenório, Um a Um, Forró em Caruaru, Como tem Zé na Paraíba, Chiclete com Banana…
Chiclete com Banana (Gordurinha e Almira Castilho). Esta música é uma crítica bem-humorada à influência norte-americana em nossa música popular. BEBOP – representa uma das correntes mais influentes do Jazz.
Eu só boto Bebop no meu samba
Quando tio Sam tocar o tamborim…
Quer dizer, eu só boto: Clarinete, Saxfone,
Trompete, trombone, piano, contrabaixo, bateria,
Teclado, guitarras.
CHICLETE COM BANANA (JACKSON DO PANDEIRO)
AUTOR: (GORDURINHA E ALMIRA CASTILHO)
Eu só boto bebop no meu samba
Quando Tio Sam tocar um tamborim
Quando ele pegar
No pandeiro e no zabumba.
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba.
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana.
Chiclete eu misturo com banana,
E o meu samba vai ficar assim:
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Tururururururi bop-bebop-bebop
Eu quero ver a confusão
Pietro Mascagni, nasceu em Livorno – Roma, 7 e de Dezembro de 1863.
Estudou com Alfredo Soffredini. Sua obra mais conhecida é a Ópera Cavalleria Rusticana, baseada no texto do escritor Giovanni Verga. Mascagni se destacou no período musical na Ópera conhecido como Verismo.
Compôs dezessete óperas, atualmente só as óperas Cavalleria Rusticana e L’Amico Frizt continuam no repertório musical. As óperas Guglielmo Radcliff, I Rantzan e Nerone foram escritas em homenagem a Benito Mussolini. Mascagni era declaradamente facista, foi o musico oficial do Partido Facista. Morreu subitamente no hotel Plaza de Roma, em 02 de Agosto de 1945.
Composições: Cavalleria Rusticana, L’Amico Frizt, Iris, Izabeau, Zaneto, Nerone, Sancta Maria entre outras.
Jordânia, Sancta Maria da Ópera Cavalleria Rusticana um grande abraço.
SANCTA MARIA (ANDREA BOCELLI) AUTOR: PIETRO MASCAGNI
Paulo Diniz, nasceu em Pesqueira – PE, em 24 de janeiro de 1940. Orfão de pai, dos 12 aos 16 anos trabalhou numa fábrica de doces da sua cidade.
Iniciou sua carreira no Recife, trabalhando como Crooner e baterista em casas noturnas. Ainda no Recife, trabalhou como locutor e ator na rádio. Depois foi morar no Ceará para trabalhar como ator. Em 1964, foi para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar na Rádio Tupi como locutor. Durante algum tempo, chegou a ser locutor esportivo. E nessa época passou a compor com mais frequência. Sua primeira gravação foi em 1966 com a música O Chorão. Em 1967, passou a conviver com Paulinho da Viola, Caetano Veloso e outros artistas. Em 1970, laçou o LP “Quero Voltar para a Bahia”, onde também se destaca a música “Um Chopp para Distrair”, ambas de sua parceria com Odibar. A música “I Want to GO back to Bahia” é uma homenagem a Caetano Veloso, que estava exilado em Londres. No ano seguinte gravou (Paulo Diniz) no qual fez sucesso com “O meu amor Chorou” e “Pingos de Amor”.
Ao longo de sua carreira, musicou vários poemas de poetas Brasileiros, entre eles, Carlos Drummond de Andrade “E Agora José?”, Manoel Bandeira “Vou-me Embora pra Pasárgada”, Gregório de Matos “Definição de Amor”, Jorge de Lima “Essa Nega Fulô” e Augusto dos Santos “Versos Íntimos”.
Suas músicas foram gravadas por vários interpretes, entre eles, Fagner, Simone, Emílio Santiago, Clara Nunes, Elizeth Cardoso… entre 1987 a 1996 por motivo grave de saúde, não gravou nenhum disco. Em 1997, morando no Recife, retornou sua carreira parcialmente recuperado, até pouco tempo, Paulo Diniz continuava fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença o tornou paraplégico. Porém o vozeirão continuava intacto.
A informação que tenho é que Paulo Diniz hoje mora em Boa Viagem.
Um Chopp para Distrair
Ela passou,
Deixando um sorriso no chão
Deu um banho de beleza nos meus olhos
E aí começou o verão
Mil cores pintando o painel
Copacabana…
Ela parou,
Na loja de discos e escutou
A canção que eu fiz pra ela
A minha mensagem de amor
É tudo que eu tenho pra dar
Chorei de amor,
Eu sei, chorei de amor
E um chopp pra distrair…
Um chopp pra distrair,
Um chopp,chopp, pra distrair..
Milton de Oliveira Ismael Silva, nasceu em Niterói no dia 14 de Setembro de 1905.
Ismael Silva não era do Estácio de Sá e sim da praia de Jurujuba, Niterói, onde nasceu. Aos três anos morreu-lhe o pai, o operário Benjamim da Silva, que deixou de herança para a mulher, Dona Emília Corrêa Chaves apenas cinco filhos para criar. Ismael era o filho mais novo do casal. Dona Emília foi para o Estácio, lugar de gente pobre como ela. Mas, para ganhar a vida lavando roupa, teve de distribuir a criançada entre os parentes. O pequeno Ismael foi viver com a tia Carola na Rua São Diniz, na subida do morro de São Carlos. Só aos seis ou sete anos voltou a morar com a mãe e os irmãos, na Rua do Bispo, no Rio Comprido, a um passo do Estácio.
Para estudar, Ismael teve que criar um caso. A mãe era analfabeta, não sabia como era importante fazer os filhos aprender a ler e escrever. Além disso, trabalhava o dia inteiro, não tinha tempo para levar as crianças à escola. O pequeno Ismael via os outros garotos estudando. Todo dia pedia a mãe para levá-lo. Todo dia Dona Emília repetia a mesma resposta:
– Amanhã eu levo.
Um dia o próprio Ismael resolver a o problema. Sem ninguém da casa saber, foi a uma escola e entrou na primeira sala que encontrou. A professora espantou-se ao ver o pequeno estranho parado junto à porta: um crioulinho sujo, raquítico. Talvez quisesse uma esmola.
– O que você quer, menino?
– Eu quero estudar, aprender a ler.
O espanto da professora foi maior ainda, mas no dia seguinte Ismael estava matriculado e já de livro na mão. A vontade de aprender era tanta que ele logo se destacou como aluno aplicado, passando na frente dos outros. Terminou o primeiro livro antes de todos, ficou então com o encargo de tomar conta dos alunos mais atrasados, ensinando-lhes o que já aprendera. Ia sempre ao quadro negro, para ensinar tabuada aos colegas.
Aos 15 anos Ismael fez o seu primeiro samba, “Já Desisti”, que nunca foi gravado.
Em 1925, aos vinte anos, Ismael Silva lança seu primeiro sucesso, Me Faz Carinho, gravado pelo pianista Cebola (Orlando Tomás Coelho). É o começo da conquista da cidade, depois de já conquistado o Estácio, onde ele era conhecido em todas as rodas de samba.
Em 1928 Ismael e seus companheiros do Estácio formaram um bloco chamado “Deixa Falar”, que desfilou em 1929 ao som de um ritmo mais acelerado do que o ritmo dos ranchos, com surdos e tamborins marcando esse novo andamento, o samba. Esse bloco foi o precursor das escolas de samba.
O sambista Ismael Silva participou de uma série de shows em universidades, sendo reconhecido como um mito da MPB, ou ainda nas palavras de Vinicius de Moraes, “São Ismael”, um apelido carinhoso.
O bloco “Deixa Falar” seria em escola de samba, pois formaria professores de samba! A Escola desfilou de 1929 a 1931, e consta que não teve continuidade pela perda de dois de seus fundadores, Nilton Bastos, que morreu de tuberculose em 8 de setembro de 1931 e Edgar Marcelino, que foi assassinado numa roda de jogo em 25 de dezembro do mesmo ano. Desiludido, Ismael mudou-se para o centro, e a escola, que já tinha plantado a semente das escolas de samba, teve seu precoce fim.
Enfim, desapareceu. Houve até quem o julgasse morto. Sozinho, triste, sem dinheiro, perambulou por aí. Sabe-se que foi morar com uma irmã e alguns sobrinhos, mas de repente desapareceu. E só voltou ao convívio dos amigos e familiares a partir da década de 50, quando teve seu grande sucesso “Antonico” gravado por Alcides Gerardi.
1963 ficou muito doente, sofrendo com uma úlcera varicosa.
em 1964 fez algumas apresentações no Zicartola. A genialidade de Ismael está contida em suas músicas. Sua obra influenciou diversos compositores de várias décadas, entre tantos, Chico Buarque.
Em dezembro de 1977 Ismael foi operado da úlcera varicosa que tinha na perna. No ano seguinte, um pouco antes do carnaval, teve princípio de enfarte, mas foi socorrido a tempo. Mas, em 14 de março de 1978, um fulminante ataque cardíaco o levou. Ismael Silva compôs mais de uma centena de músicas, a maioria sambas, e poucas marchas. Entre elas: Ao Romper da Aurora, Antonico, Me Faz Carinho, Adeus, Se Você Jurar, Uma Jura que eu Fiz, Contrastes…
Marginalizado, no fim dos anos 30. Ismael perdeu o apoio de cantores como Chico Alves e Mário Reis, que haviam sido de importância fundamental em seus dias de Glória, divulgando o que ele fazia. Em 1950, afinal, fez as pazes com o sucesso, através desse samba, gravado por Alcides Gerardi, que tornou Ismael conhecido pela nova geração.
“Antonico” Mostra uma conformação do compositor aos novos tempos: Seu ritmo é mais moderado e a letra não faz referência a amores sofridos. Agora, certo Antonico é solicitado a ajudar um tal Nestor, “que está vivendo em grande dificuldade” – Como Ismael, que na época passava por dificuldades financeiras.
ANTONICO.
AUTOR: ISMAEL SILVA
Ô Antonico Vim lhe pedir um favor Que só depende de sua boa vontade É necessária uma viração pro Nestor Que está vivendo em grande dificuldade Ele está mesmo dançando na corda bamba Ele é aquele que na escola de samba Toca cuíca, toca surdo e tamborim Faça por ele como se fosse por mim
Até muamba já fizeram pro rapaz Porque no samba ninguém faz o que ele faz Eu hei de vê-lo muito bem Se Deus quiser E agradeço pelo que você fizer
Geraldo Theodoro Pereira – Geraldo Pereira – nasceu em Juiz de Fora (MG), 23 de abril de 1918.
Tinha uns onze anos quando, chamado pelo irmão, Manuel Araújo, viajou para o Rio de Janeiro, e subiu pela primeira vez o morro da mangueira.
– Mano, a coisa é assim… Mané Araújo, ferroviário, viajava muito, e chamaria o irmão para ser uma espécie de chefe de família substituto, para cuidar das duas mulheres que viviam com ele: A mãe de ambos e uma filha pequena de Manuel.
No morro, Geraldo tornou-se adulto depressa. Casou-se com Eulíria Pereira pouco depois de terminar o curso primário. Para o sustento, andou trabalhando numa tendinha, um daquele botecos do morro. Começou com a música ouvindo o irmão tocar sanfona, adolescentes ainda, já compunha sambas para escola Unidos da Mangueira, hoje extinta. Logo fez amizades com os bambas do morro e aprendeu violão com Cartola e Aloísio Dias.
Contudo, mais que o samba propriamente dito, era a boêmia que atraía a Geraldo. Como a mãe, que bebia muito (e quando bebia dava vexame), Geraldo apreciava o copo. E havia também as cabrochas, pois a mulher, Eulíria, já ia sendo posta de lado.
Aos 18 anos, deixou o morro para viver no subúrbio de Engenho de Dentro. Logo depois mudou-se para a Lapa. Na Lapa, emprego novo, foi trabalhar na Prefeitura do Rio como motorista de caminhão de limpeza urbana. Passou a frequentar os bares da cidade, inclusive o Café Nice, ponto de encontro de sambista e da Boêmia Carioca. Com parceria de Nelson Teixeira, compôs o samba Se Você Sair Chorando, gravado em 1939 em disco Odeon pelo cantor Roberto Paiva. Inscrita no concurso de músicas de carnaval em 1940 o samba se classificou entre os vinte finalistas e é bom que se observe: até Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, entrou na disputa. A música vencedora foi Ó, seu Oscar, de Ataulfo Alves e Wilson Batista. Mas, se você sair chorando conquistou um ótimo lugar na classificação geral. Foi a primeira música de Geraldo Pereira gravada e de certa maneira seu primeiro sucesso.
Ainda em 1940, compôs, de parceria com Wilson Batista, o samba de breque Acertei no Milhar, gravado na Odeon por Moreira da Silva. Por essa época vivia com Isabel, inspiradora de muitos dos seus sambas, entre eles Acabou a Sopa (com Augusto Garcez). Gravado em 1940 na Victor, marcou o início de sua amizade com Ciro Monteiro, que se tornaria um de seus mais fiéis intérpretes e o principal divulgador de suas obras. Sambista inovador da MPB, criou o samba sincopado que influencia a Bossa Nova anos mais tarde.
De 1941 a 1947, Geraldo teve gravados uns quarenta sambas. Entre seus parceiros estavam, Marino Pinto, Augusto Garcez, J. Portela, Ary Monteiro, Jorge de Castro, Arnô Provenzano, Djalma Mafra, Elpídio Viana e Raul Longras.
Entre os intérpretes, Roberto Paiva, Aracy de Almeida, Isaura Garcia, Odete Amaral, Alíbio Lessa, Jorge Veiga, Anjos do Inferno, Quatro Ases e Um Coringa.
Geraldo Pereira, morreu no dia 08 de Maio de 1955, aos 37 anos, dias depois de uma briga com o famoso travesti da Lapa “Madame Satã”, devido a uma hemorragia interna. (Madame Satã era natural de Glória do Goitá – PE).
Autor de grandes composições como: Se Você Sair Chorando, Falsa Baiana, Você Está Sumido, Sem Compromisso, Bolinha de Papel, Que Samba Bom, Escurinha, Escurinho, Acabou a Sopa, A Voz do Morro, Acertei no Milhar e tantas outras mais.
Falsa Baiana, este samba é considerado o maior sucesso de Geraldo Pereira, ele inspirou-se na fantasia de Baiana usada pela esposa de Roberto Martins no Carnaval de 1943. “Ela não sabia sambar- Conta Roberto – e, apesar do traje, estava longe de parecer uma verdadeira Baiana. Daí nasceu a Falsa Baiana.
FALSA BAIANA (MARIENE DE CASTRO)
AUTOR: GERALDO PEREIRA
Baiana que entra na roda e só fica parada Não canta, não samba, não bole nem nada Não sabe deixar a mocidade louca Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras Deixando a moçada com água na boca A falsa baiana quando entra no samba Ninguém se incomoda, ninguém bate palma Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor*
Mas a gente gosta quando uma baiana quabra direitinho, de cima embaixo Revira os olhinhos dizendo
Lupicínio Rodrigues nasceu em Porto Alegre em 16 de setembro de 1914. Filho de Abigail e Francisco Rodrigues (Seu Chico).
Seu Chico funcionário da Escola de Comércio (anexa a Faculdade de Direito de Porto Alegre), Seu Chico podia garantir para o filho uma infância pobre, mas sem grandes dificuldades. Quando Lupicínio fez cinco anos, o pai comprou-lhe uma cartilha e levou-o para o Liceu Porto-Alegrense. O menino ficou pouco tempo na escola.
– Olha, o senhor leva seu filho para casa e traz quando ele completar sete anos. Já faz uma semana que ele está aqui, mas até agora não quis saber de prestar atenção à aula. Só quer saber de brincar na classe e cantarolar… Assim não é possível! E lá se foi seu Chico puxando o filho pelas ruas e dando-lhe uns cascudos por ser tão moleque.
Lupe, como era chamado desde pequeno, gostava mesmo era de jogar futebol, torcedor do Grêmio, compôs o hino do clube em 1953: Até a pé nós iremos / para o quer der e vier / mas o certo é que nós estaremos / com o Grêmio onde o Grêmio estiver…
Conforme crescia, Lupicínio mostrava-se cada vez mais interessado na roda de amigos que se reuniam em bares, e ali ficavam bebendo e cantando até a madrugada. E seu Chico dizia: Não quer estudar! Não quer trabalhar! Vai dar pra vagabundo!
Seu Chico resolver tomar providências. Em 1931 apresentou o filho, na época com dezesseis anos incompletos, como voluntário ao exército. A rígida disciplina militar entra em choque com o espírito boêmio do rapaz.
– Foi público e notório que o soldado 417 faltou à instrução no dia 7 e foi encontrado dormindo no alojamento de outra unidade, na manha do dia 8. Fica por isso detido durante dez dias.
Foi em Santa Maria, no salãozinho do Clube União Familiar, que Lupe cultivou seus primeiros romances. Foi ali que teve início sua história de eterno e incompreendido namoro. No Clube União Familiar, Lupe conheceu Iná, era uma mulata bonita e faceira.
Em 1935, o cabo Lupicínio deu baixa do exército e voltou para Porto Alegre com ideia fixa: conseguir um bom emprego e casar com Iná.
Teve sorte. Seu Chico conseguiu-lhe com emprego de Bedel na Faculdade de Direito da UFRGS.
Escreveu para a noiva contando a novidade e reafirmando os planos para o futuro. Tudo corria bem, mas Iná não era o único amor da vida de Lupe. Havia a música, os amigos, os bares, as serenatas… E isto gerou muitas discussões entre o casal, e Iná tomou uma decisão, rompendo o noivado.
Ela seguiu uma vida de funcionária pública e Lupicínio a boemia, o samba uma carreira vitoriosa de compositor e o grande amor fracassado. Que serviria de inspiração para a maioria de suas músicas. O rompimento com Iná coincidiu com o sucesso de (Se acaso você chegasse) e ambas as coisas levaram Lupicínio para o Rio de Janeiro em 1939, onde ficou seis meses.
– Foi a primeira vez que fui ao Rio. Eu estava muito doente e me meti com uma turma de malandros lá na Lapa. Era o Germano Augusto, o Kid Pepe, Wilson Batista, Ataulfo Alves, aquela turma que tomava mais cachaça do que água e foi aí que eu me curei.
Por lá teve alguns romancezinhos que acabava sempre num novo samba, pois a maioria das letras de Lupicínio fala de mulheres enganadoras, amores fracassados e traições.
Ora é a mulher que partiu e agora volta “Procurando em minha porta o que o mundo não lhe deu”. E Lupe apontando a cadeira vazia diante de sua mesa, concede: “Não te darei carinho nem afeto, mas pra te abrigar podes oculpar meu teto, pra te alimentar podes comer meu pão”.
Mas o amor é um só e Iná volta à sua lembrança fazendo-o exclamar: “Eu preciso esquecer a mulher que me fez tanto mal”. E se encontra com ela acompanhada de seu marido; por “Ciúme, despeito, amizade ou horror”, ele pergunta “Você sabe o que é ter um amor, meu senhor? Ter loucura por uma mulher, e depois encontrar este amor, meu senhor? Nos braços de um outro qualquer”… (Nervos de Aço).
Lupicínio compôs marchinhas de carnaval e samba canção, músicas de muitos sentimentos, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo Dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada.
Lupe considerava Jamelão como seu melhor intérprete. “O único que mantém integralmente o meu recado”.
Deixou centenas de canções dentre elas: Felicidade, Vingança, Ela disse-me assim, Nervos de Aço, Esses moços pobres moços, Volta, Se acaso você chegasse e tantas outras.
Se acaso você chegasse.
Se acaso você chegasse
No meu chateau e encontrasse
Aquela mulher que você gostou
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já lhe abandonou?
Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco
À beira de um regato
E de um bosque em flor
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor.
Nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, num casa de barro batido na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe a 12 km de Exu. Filho de Ana Batista de Jesus (Mãe Santana) e Januário José dos Santos; batizado em Exu em 05 de janeiro de 1913.
Compositor e cantor brasileiro, conhecido como o Rei do Baião.
Januário trabalhava na roça e nas horas vagas tocava acordeão e também consertava o instrumento. Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras.
Mesmo seguindo carreira no sudoeste do Brasil, manteve-se fiel as suas origens, consagrado pelo Baião. A música emblemática de sua carreira “Asa Branca”, composta em 1947, tendo como parceiro Humberto Teixeira.
Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, entre outros.
Antes dos dezoito anos, Luiz conhece Nazarena, por quem se apaixona e com que namora as escondidas. Rejeitado pelo pai da moça Coronel Raimundo Deolindo que ameaçou-o de morte, foi tirar satisfação da desfeita com um faquinha após uns gole de cana, e leva uma tremenda surra de sua mãe Santana, revoltado foge de casa para o Crato no Ceará, onde ingressou no Exército como soldado Nascimento. Durante nove anos, viajou por vários estados brasileiros sem dar notícias a família.
Em 1936, em Juiz de fora, Minas Gerais Luiz aprendeu tocar sanfona de 120 baixos, com o soldado Domingos Ambrósio e a partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em 1939 Luiz Gonzaga dá baixa das forças armadas na cidade do Rio do Janeiro, estava decidido a se dedicar a música na então capital do Brasil.
No programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando vira e mexe. Foi a sua primeira música gravada em disco.
Na Rádio Nacional, conheceu o acordeonista Pedro Raimundo, que usava trajes típicos da sua região. Daí surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista. E foi na Radio nacional que o radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido “Lua” por causa do seu rosto redondo e rosado.
Em 1945 uma cantora de coro chamada Odaléia (Léia) deu a luz a um menino no Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga mantinha um caso a meses com ela, iniciado quando ela já estava grávida. Sabendo que sua amante seria mãe solteira, assumiu a paternidade, adotando a criança e deu-lhe seu nome, Luiz Gonzaga nascimento Junior (Gonzaguinha).
E em 1946 voltou pela primeira vez para Exu Pernambuco, e reencontrou seus pais, Januário e Santana, que havia anos que não sabiam nada sobre o filho. O reencontro com seu pai é narrada em sua composição (Respeita Januário) com parceria com Humberto Teixeira.
Em 1948 casou-se pela primeira vez com Helena Cavalcanti. O casal permaneceu até o fim da vida de Luiz Gonzaga.
Não tiveram filhos, por Helena não poder engravidar, mas adotaram uma menina a quem batizaram de Rosa.
Em 1980, em Fortaleza (Ceará), depois de ser atropelado pelos seus fãs e por fiéis da igreja, Luiz Gonzaga canta para o papa João Paulo II. Recebe do sumo Pontífice a expressão “Obrigado Cantador”
Luiz Gonzaga (o Rei do Baião) morreu no dia 02 de Agosto de 1989 no Hospital Santa Joana, no Recife.
No dia 13 de dezembro, Gonzaguinha, Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga cantam a meia noite Parabéns para Luiz Gonzaga, em um show realizado em Exu. Nesse dia, pela manhã, foi inaugurado em Exu por Dominguinhos e Gonzaguinha o Museu do Gonzagão.
Asa Branca
Luiz Gonzaga
Quando olhei a terra ardendo
Com a fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Então eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração