Como já falamos anteriormente nossa cidade, Vitória de santo Antão, tinha na sua feira livre uma verdadeira locomotiva econômica. Os comerciantes do início do século 20, mais precisamente na primeira década, cobravam aos governantes melhorias nas condições de trabalho.
Em 1912, por imperiosa necessidade, o Prefeito Eurico Valois, resolveu tomar empréstimo ao Governo do Estado para construir um lugar adequado para os feirantes e comerciantes da cidade.
Alguns prédios foram derrubados para surgir, em seu lugar, a construção do Mercado de Cereais, hoje, conhecido como antigo Mercado de Farinha, que de maneira provisória, foi inaugurado em 16 de agosto de 1913.
MERCADO DE FARINHA – FOTO: LIVRO HISTÓRIA DA VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.
José Aragão
O Prefeito Miguel Lagos deu continuidade a importante obra fazendo-lhe a bela fachada. O Prefeito José Aragão, em 1943, concluiu a obra lhe aplicando uma nova cobertura e a formosura no acabamento existentes até hoje.
Em 1978, como já falamos anteriormente, o prefeito da época, Ivo Queiroz, teve a cruel iniciativa de ceder por “preço irrisório” à empresa de Supermercados BALAIO, as instalações do prédio histórico. De maneira irregular ainda “doou” os espaços públicos no entorno do mercado dizendo na época, em entrevista à um jornal local a seguinte frase:
“Praça dará lugar a Shopping Popular. Os bancos de madeiras serão substituídos por compartimentos de ALVENARIA”.
Pois bem, no final da década de 1980, mais precisamente em 1987, o histórico prédio do mercado voltou para as “mãos” da municipalidade, naquela ocasião, sob o comando do Prefeito Elias Lira.
Elias, de maneira unilateral, como bem refletem as ações inerentes à sua pessoa, não atendeu aos apelos da sociedade na época que lhe pediram que no histórico prédio surgisse um ambiente sócio-cultural. Elias, acabou dando outro destino, destino este, que levou a sua completa degradação.
Hoje, o que observamos no secular prédio do Mercado de Farinha, que completou seu centenário no últimos mês de agosto, é uma verdadeira ESCULHAMBAÇÃO, DETERIORIZAÇÃO. Como podemos observar, o que foi construído, pelos gestores do passado, com respeito ao dinheiro público, com devoção aos valores éticos e aos princípios da administração pública, foram destruídos pelos gestores do presente de maneira mesquinha, desrespeitosa e totalmente eleitoreira em benefícios próprio.
Portanto, amanhã faremos a quinta e última matéria realçando, desta feita, a situação do Cibrazém e das dificuldades de mobilidade na feira livre da Vitória.
Leia também os outros posts desta série de artigos:
Parte 01 – Vitória: Políticos descompromissados, cidade esculhambada. – 14 de Outubro de 2013.
Parte 02 – Vitória: Políticos descompromissados, cidade esculhambada. – 15 de Outubro de 2013.
Parte 03 – Vitória: Políticos descompromissados, cidade esculhambada. – 16 de Outubro de 2013.