Nossa cidade, Vitória de Santo Antão, desde os tempos em que se chamava Cidade de Braga, já demonstrava vocação comercial. Foi, aliás, entre outras coisas, a força do seu comércio e da sua importância regional que fez a família imperial, em 1859, fazê-la o “centro do Brasil Império” por três dias (18, 19 e 20 de novembro), por ocasião da sua estada em nosso torrão.
Muito bem, se bem observarmos o formato das nossas ruas centrais, encontraremos ruas sinuosas e tortas, algumas delas, por conta do curso do antigo Riacho do Roncador, que dividia a cidade ao meio, seu curso, antes, se encontrava onde hoje existe a Avenida Mariana Amália.
A famosa LAGOA DO BARRO, hoje, Praça Duque de Caxias, era, na verdade, o ponto de encontro, da chegada e da partida, de todos aqueles que por aqui queriam negociar seus produtos. Se observamos bem o traçado das ruas (sinuosos), no sentido Matriz/Centro, que desembocam na Duque, foram os caminhos percorridos, pelos nossos antepassados montados em seus transportes com tração animal.
Isto posto, gostaria de chamar à atenção dos nossos internautas para a história e a importância do nosso centro comercial na construção da nossa cidade. A feira da Vitória já foi uma das maiores referências comerciais do nordeste. Vir à Vitória e não conhecer sua feira, seria a mesma coisa que viajar à Paris e não conhecer a Torre Eiffel.
Pois bem, o tempo passou e sem nenhuma justificativa plausível, em 1978 o histórico prédio do Mercado de Farinha foi alugado por “quantia irrisória”, pelo então prefeito, Dr Ivo Queiroz, para uma empresa do ramo de supermercado, chamada “BALAIO”.
Este acontecimento, sem sombra de duvidas, foi o “ponto de partida” para a degradação e favelização do nosso centro comercial, como bem diz uma matéria replicada no livro recém lançado que conta a história da nossa cidade.
Dr. Ivo bateu o martelo: “Praça dará lugar a Shopping Popular. Os bancos de madeiras serão substituídos por compartimentos de ALVENARIA”.
Hoje, 35 anos depois desta infeliz e cruel decisão governamental, levando em consideração apenas o viés político eleitoral, Vitória de Santo Antão amarga o maior problema urbanístico da sua história.
Leia a primeira parte desta série de artigos:
Vitória: Políticos descompromissados, cidade esculhambada. – 14 de Outubro de 2013.