Momento Cultural: LEI DE PERIODICIDADE OU CICLOS – por MELCHISEDEC

É a Lei que regula a sucessão periódica na manifestação cósmica e os grandes ciclos da vida, da morte dos átomos, dos astros e dos seres. É ela que faz o movimento de pulsação da Natureza e a respiração universal. Foi através da observação dos períodos onde determinados acontecimentos sempre se repetem, que começaram partindo de uma rotação infinitamente grande, efetuando assim sua revolução em torno de se mesmo e dentro de outra.

Os ciclos perpétuos de tempo recomeçam constantemente de modo periódico e inteligente no espaço e na eternidade. Há ciclos de matéria e há ciclos de evolução espiritual, e há também ciclos de raças, de nações e de indivíduos. Há um objetivo em cada ato importante da Natureza e todos os seus atos são cíclicos e periódicos. Assim é que observamos na história uma alteração regular de fluxo e refluxo na maré do progresso humano. Os grandes reinos e impérios deste mundo, depois de atingirem o ponto culminante do seu desenvolvimento, passam a descer, de acordo com a mesma Lei que os fez subir, até que, tendo chegado ao ponto inferior, a humanidade novamente se afirma e sobe outra vez, para alcançar, graças a essa Lei de progresso ascendente, uma altura maior que aquela, cujo ponto onde havia anteriormente descido. Mas, esses ciclos-rodas que se engrenam em outras rodas não incluem de uma só vez e ao mesmo tempo toda a humanidade.

O grande ciclo abrange o progresso da humanidade desde o aparecimento do homem primordial de forma etérea até a libertação do homem da matéria que o envolve, prosseguindo no seu curso ascendente, para recolher-se ao atingir o ponto culminante da Ronda.

Os grandes ciclos de raças, que incluem por igual todas as nações e tribos pertencentes àquela raça especial, mas, dentro deles há ciclos menores de nação e povo, que seguem seu próprio curso sem dependerem uns dos outros.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10 e 11).

Momento Cultural: A Vida e as Fantasias – Stephen Beltrão.

A vida é cheia de fantasias, ilusões,

mistérios e realizações!

O plano nosso de cada dia é a receita

da paz,

da felicidade, do amor e do prazer…

As fantasias não sobrevivem sem as ilusões.

O sonho de cada noite é a procura das fantasias,

das miragens

e das realizações diárias,

alimentadas pelos planos e pelas ilusões.

Por fim,

tudo é a vida.

Momento Cultural: INERTIA – por ADJANE COSTA DUTRA

Nas imagens dos sons inertes…

Inertia, inactivity, sloth.

Inércia dos sonhos coloridos…

Nas folhas brancas ao léu…

Momentos perdidos,

inércia desse vento nas paragens do tempo

de INTERROGAÇÕES ???????

Pára-tempo, tempo-pára.

Para, pára, o que não paro.

Inércia nos sons, nos sonhos coloridos,

Nas paragens desse tempo inertemente perdido…

(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – 1995 – pág. 25).

Momento Cultural: Ser Filha de Maria – por Corina de Holanda.

Ser “Filha de Maria” é ser na terra,
Quase aquilo que os anjos são no céu;
Viver do amor que só pureza encerra
Contemplando a Jesus quase sem véu…

Ser d’Ele irmã, viver ao lado seu
Na intimidade que o pavor desterra;
Dizer: Meu bom Jesus, sois todo meu!
Ao pecado eu declaro guerra.

É possuir dos títulos o mais belo.
É ter, num traço azul, puro e singelo,
Fonte perene de eternal poesia…

Ser “Filha de Maria”, é tanta cousa
Sublime, tanta, que dizer não ousa,
Por ser bem pobre a minha fantasia.

(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 37).

Momento Cultural: A Vaquejada – por STEPHEN BELTRÃO.

Hoje tem vaquejada,

Grita alegre o locutor,

Vamos derrubar o boi,

Mostrar o nosso valor.

Hoje tem festa de vaqueiro,

Vamos cantar, comer, aplaudir.

Rir da desgraça do bicho!

Não percam a melhor parte:

A hora que o boi cair.

Vamos tirar o couro do infortunado,

Fazer o animal correr assombrado.

Vamos colocá-lo para comer areia,

Ferrar a cara do danado.

Usar as esporas sem piedade,

Levantar o coitado pelo rabo.

Lembre-se: na hora da queda,

Quando o infeliz estiver esfolado

Sorria, você está sendo filmado!

Vamos dar um grande prêmio

À melhor parelha de vaqueiros.

Ao que nos der maior prazer,

Daremos medalha, troféu e dinheiro!

Vamos levar nossos filhos,

Apresentá-los os nossos festejos,

Mostrar como nós ficamos felizes,

Quando maltratamos os animais,

Mansos, inocentes e indefesos!

STEPHEN BELTRÃO

 

Momento Cultural: TUA PARTIDA – Por Dilson Lira.

À Cléa, adorada esposa.

Ave que parte, gorjeiante e amiga,
por estes céus de lívidos luares,
aonde hei de ouvir os teus cantares?
Aonde tu’alma lírica se abriga?

Aonde ouvirei a rústica cantiga,
que outrora ouvi aos sórdidos pesares,
aonde tu vás, tu queres que eu te siga,
por outras piagas, em estranhos ares?

Não parte, ave, aqui é doce a vida!
A brisa é fresca e é mais quente o ninho,
A mataria é verde e mais florida!

Mas, se partires, aonde quer que fores,
saibas que em mim atravessou-se um espinho,
porque contigo foram os meus amores!

Manoel Dilson Lira da Silva. 

Momento Cultural: PENSAMENTOS SOLTOS – por ADJANE COSTA DUTRA.

Meus pensamentos vagam soltos na imensidão…

Ouço uma simples canção: From Russia With Love.

Pareço vagar pelas ruas sem encontrar: em ecoººººººº

ou uma luz, que ilumine meus caminhos &&&&&&&&&&&&&&&&

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Pareço sombra…

A vagar…

pelas sombras de muitas indiferenças…

(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – 1995 – pág. 15)

MOMENTO CULTURAL: Terceiro Ser – por Henrique de Holanda.

Eu, que me quis bem contigo,
Tu, que te quiseste bem comigo…
Tu…
Eu…
Esses dois seres que se foram
vida a dentro,
passo a passo,
ânsia a ânsia,
hora a hora,
onde é que estão?
onde nos encontramos?!
em qual espaço?
em que distância
agora?!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Passaram as folhas,
passaram as réstias,
as sombras passaram…
…e passamos, também!
Mas, como as hastes que se renovaram,
também nos renovamos…
à miragem mais calma,
às mais encantadoras florações.

Somos um sangue só; uma só alma;
fundimos, num, os nossos corações;
estamos UM!…
Um todo em tudo,
neste terceiro ser, que contemplamos!…
Nele nos encontramos, mais que dois,
mais que vivos,
mais que nós…
Nele nos ajustamos.
Nele, as glórias possíveis são sentidas
e é onde embaralhamos,
indivisivelmente,
eternamente,
quase divinamente,
as nossas vidas.

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 2 e 3)

Momento Cultural: Vitória – por João do Livramento.

Me diz por favor Vitória, será que fostes
tu mesma que geraste, em tuas próprias
entranhas estes filhos tão ingratos, que
não enxergam teu verdadeiro valor.
O que fizeste para merecer tal sorte?

Vitoriosa fostes “sempre”, em um passado
não tão remoto, mas que alarga-se por descaso.
A tua verdadeira vocação, sempre foi de
vanguarda, seguindo os passos da tua pátria
Pernambuco, que sendo leão aqui foi coroado.

Moribunda necessitas sem demora, que um
“Soro cultural” seja injetado em teus filhos
Caçula, Para adiante ter “Vitória” garantida,
Mas não estás de um todo esquecida, ainda
Tens guardiões de tua história que relutam
Incansáveis para manter teu nome vivo.

Ajuntem-se então os filhos teus que ainda
Reconhecem o verdadeiro sentido do teu
Nome, antes que o antônimo a ele prevaleça.

João do Livramento.

O NATAL PERTENCE A TODOS – por Sosígenes Bittencourt.

Manhã, cedinho, mulher aporta na minha porta:

– Moço, me dê um trocadinho para ajudar uma criança que nasceu e não tem nadinha…

Na realidade, toda criança nasce sem nadinha. Maneirinha, pouco cabelo, sem dente, o cérebro vazio. Contudo, toda criança nasce de alguém que tem tudinho para fabricar uma criança, inclusive um cérebro cheio de vontade, cheio de apetite.

Vou lá dentro, pego um trocado e lhe dou. Prefiro considerar que todo mundo é honesto até que prove o contrário, do que imaginar que todo mundo é desonesto até que prove o contrário.

Imaginar que todos que batem na porta são salafrários e mentirosos, ou querem nos matar, pode ser um tipo de esquizofrenia, delírio persecutório. Até já cheguei a pensar que, no Natal, era preciso um certo cuidado, pois Jesus estava na lapinha, e a rua cheia de Judas Iscariotes.

Olhei para aquela mulher e ainda me sobrou inspiração para desejar-lhe um Feliz Natal. Afinal, o Natal pertence a todos; a felicidade é que depende de cada um de nós.

Sosígenes Bittencourt

Momento Cultural: O Nome de Jesus – por ALBERTINA MACIEL DE LAGOS.

Jesus! Clama a alma piedosa

no enlevo constante da “Oração”,

numa “Ação de Graças”, jubilosa,

num “Ato de interna Adoração”.

– Pobre ou rico, ou trêmulo ancião,

a juventude a vibrar airosa,

a mãe, junto ao berço, carinhosa,

invocam: – “Jesus”! com emoção!

– De um a outro polo desta terra,

na doce paz ou terrível guerra,

o nome de Jesus é invocado…

só não O pronunciam, (triste sina)!

porque no seu orgulho não domina,

os lábios do ateu  obstinado!

(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 48).

Momento Cultural: Perto do mar, anoitecia… por Célio Meira.

Perto do mar, anoitecia…

Corria o mês de novembro,

– Era Dia da Bandeira,

fomos ver a lua cheia,

ao lado da ribanceira.

Depois, descemos. Na praia,

ficamos a reparar:

– Havia esteira de prata,

nas águas mansas do mar.

Ali, olhando o mar, a lua,

recebemos a lição:

– Jesus Cristo está presente,

na glória da criação.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 25).

Momento Cultural: LEI DE PERIODICIDADE OU CICLOS – por MELCHISEDEC.

É a Lei que regula a sucessão periódica na manifestação cósmica e os grandes ciclos da vida, da morte dos átomos, dos astros e dos seres. É ela que faz o movimento de pulsação da Natureza e a respiração universal. Foi através da observação dos períodos onde determinados acontecimentos sempre se repetem, que começaram partindo de uma rotação infinitamente grande, efetuando assim sua revolução em torno de se mesmo e dentro de outra.

Os ciclos perpétuos de tempo recomeçam constantemente de modo periódico e inteligente no espaço e na eternidade. Há ciclos de matéria e há ciclos de evolução espiritual, e há também ciclos de raças, de nações e de indivíduos. Há um objetivo em cada ato importante da Natureza e todos os seus atos são cíclicos e periódicos. Assim é que observamos na história uma alteração regular de fluxo e refluxo na maré do progresso humano. Os grandes reinos e impérios deste mundo, depois de atingirem o ponto culminante do seu desenvolvimento, passam a descer, de acordo com a mesma Lei que os fez subir, até que, tendo chegado ao ponto inferior, a humanidade novamente se afirma e sobe outra vez, para alcançar, graças a essa Lei de progresso ascendente, uma altura maior que aquela, cujo ponto onde havia anteriormente descido. Mas, esses ciclos-rodas que se engrenam em outras rodas não incluem de uma só vez e ao mesmo tempo toda a humanidade.

O grande ciclo abrange o progresso da humanidade desde o aparecimento do homem primordial de forma etérea até a libertação do homem da matéria que o envolve, prosseguindo no seu curso ascendente, para recolher-se ao atingir o ponto culminante da Ronda.

Os grandes ciclos de raças, que incluem por igual todas as nações e tribos pertencentes àquela raça especial, mas, dentro deles há ciclos menores de nação e povo, que seguem seu próprio curso sem dependerem uns dos outros.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10 e 11).

Momento Cultural: ÁRIA – por José Tavares de Miranda.

Numa noite assim
de vento gelado a almas mortas

maus presságios e calafrios
foi-se a donzela.

Numa noite assim
sem esperança de aurora

nem sombra de lua
foi-se a donzela.

Foi a donzela
para nunca mais.

Onde se esconde
sua mantilha de rendas?

Sua grinalda de rosas
onde estará?

Seu coração magoado
de ilusão pulsa ainda?

Em que terra crua
seu cabelo é guardado,

Numa noite assim
de estrelas comidas

em ginete de fogo
seu amado passou

três assovios à porta
e sua amada levou

e em três passos de espera
a sua vida sugou.

Em três passos de espera.

(em TAMPA DE CANASTRA)

José Tavares de Miranda

Momento Cultural – BICHO TRELOSO – por Rosângela Martins.

O tesão, Ave Maria, não marca hora pra chegar!
Não escolhe dia, nem lugar e dana a incomodar.
Trazido pelo vento, por um pensamento ou não.
Talvez animado e revivido por certa situação…
Esse bicho não espera: ou ele murcha ou explode.
Ficar parado? Não tolera. Cutuca, puxa, sacode…

Ele vai e vem, entra e sai, sem avisar.
Não vê hora e nem a quem vai provocar.
Oh, bicho treloso, atrevido, inconveniente!
Que só sossega quando fisga a gente.
Quando instiga, espeta, futuca, judia…
Santo Deus, assim é muita covardia!
Sem querer nem saber se o outro pode.
E fica cochichando no juízo: fode, fode!

Vixe, que nem reza nem santo consegue acalmar!
E só mesmo esse encanto a gente vem quebrar,
Quando encontra outro na frente do mesmo mal atacado.
E haja carinho pra acabar com tanto desejo acumulado!

Rosângela Martins – escritora. 

Momento Cultural: Martha de Holanda.

Espasmo… Vertigem do sétimo sentido do sol,
nos braços da terra…
Espasmo… O silêncio desvirginizando o tempo
no leito das horas…
Espasmo… A orgia da vida, na bacanal da morte…

Meu amor! Espasmo…
O meu beijo na tua boca…
Meu amor! Espasmo…
O teu beijo na minha boca…

Espasmo… A noite estava, com as estrelas,
arrumando o céu, para receber o dia.
O luar veraneava, longe, levando a sua bagagem de luz
E as ventanias passavam, correndo, para assistir ao
parto prematuro da primeira aurora.
E eu me desfiz dentro de mim…

Espasmo… A natureza parecia enxugar o seu vestido
cor de ouro debruado de azul, hemoptise do poente.
As nuvens voltavam, cansadas do trabalho das trajectórias,
a tomavam a rua das trevas.
Os pássaros acabavam de dar o seu último concerto do dia
na ribalta dos espaços, e recolhiam-se felizes nos bastidores
das folhas.
E eu me procurei em ti…
Espasmo… As raízes entregavam-se à terra,
para a eterna renovação dela mesma.
Os elementos tocavam-se na confusão das origens,
O éter, na elasticidade, dobrava-se
volatizando-se por todo o universo.
E, eu, te senti em mim.

Martha de Holanda

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda.

Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).