Momento Cultural: Tempo e morte – por Célio Meira

Quem vive “matando o tempo”,

a vida não leva a sério,

e vivendo, vai marchando,

no rumo do cemitério.

Quem “mata o tempo”, em baderna,

gastando vida e saúde,

tire molde da mortalha,

e as medidas do ataúde.

* * *

A estas palavras do Cristo,

na mente, darás guarida:

– “Eu sou – descrente Tomé –

Caminho, Verdade e vida”.

* * *

Não tenha orgulho, na vida,

nem ande pelas alturas;

a morte tudo nivela,

na terra das sepulturas.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 41).

Momento Cultural: ENERGIA – VIDA DO COSMO – por MELCHISEDEC.

Energia Absoluta – É a força que movimenta e equilibra todos os corpos no espaço. Além do oxigênio, hidrogênio e nitrogênio, o ar está impregnado de uma Energia Absoluta que penetra todas as formas, desde a mais elementar vida vegetativa até a mais elevada vida humana. Essa energia emana do sol e penetra pelos centros nervosos do ser humano e vai alojar-se no “plexo solar”, capacitando-o a produzir trabalho.

A Energia Absoluta contém um terço de ar, movendo-se em círculo, estabelecendo um movimento rotatório que dá origem ao movimento dos corpos no espaço, impulsionando-os para cima e para baixo. Da ação das forças centrífugas e centrípetas, resultam o equilíbrio dos corpos no espaço. A superabundância dessa Energia atua sobre a matéria viva, através dos plexos gerando uma substância fluídica que é a parte essencial da célula produzindo o plasma celular.

Pela atuação da Energia Absoluta, nas regiões onde se assentam os plexos e pela precipitação da força nervosa, é que se dá nas células desses centros nervosos, a operação que produz as diferentes condições ou processos de fixação, para que a energia se desprenda do corpo físico.

Energia Vida – É uma grande força penetrando o espaço, que se propaga em forma de vibração, que dá existência a todas as coisas criadas. É o Átomo Centelha que emana dos Cosmo e que habita o ser humano. Esse Átomo Centelha de Vida é o princípio original da verdadeira manifestação do homem.

Essa Energia em seu contato com os planos da manifestação cria uma condição que lhe é inerente. Essa condição é a consciência, cujo os atributos não podem ser anulados nem destruídos.

Energia Mente – É uma forma de energia que está presente nas manifestações dos seres vivos. Toda vida manifestada na matéria é o resultado da mente. A função mais elevada da mente que conhecemos é a Razão, que imprime no ser humano, condições especiais de equidade, bom senso e justiça.

E energia mente é a força que movimenta uma corrente de energia emanada do cérebro.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 57 e 58)

Momento Cultural: Visitando o Nosso Colégio.

(confrontando Luís Guimarães Filho no seu soneto: “Visita a casa paterna”. Composto para o Colégio Nossa Senhora da Graça na fundação do dia da “ex-aluna”, em 9 de julho de 1947)

Como ao porto quando voltam as jangadas
após bem forte e cerrado temporal,
rever, quisemos, num elo fraternal,
o nosso Colégio de emoções sagradas!

Chegamos!… Ao nosso encontro maternal,
vem Madre Superiora muito amada
que, sorridente, institue, mui dedicada,
da ex-aluna o áureo dia magistral!

Entramos!… – Era esta a sala de estudo!…
Oh! a Capela!… ali, o açude!… e, de tudo,
sentimos que a Saudade a alma nos invade!

Ei-las, as boas Mestras!… as caras companheiras!…
revemo-los, hoje, alegres, prazenteiras…
e, de Gratidão, quem palpitar, não há-de?…

(SILENTE QUIETUDE – ALBERTINA MACIEL DE LAGOS – pág. 42).

Momento Cultural: A Verdade – Por Stephen Beltrão.

A verdade sempre chega
A mentira sempre é alcançada
A verdade desmascara a mentira,
desmoraliza as falsas crenças,
transforma a insana inquietude que a mentira alastra.
A verdade é a língua dos justos
que por justiça implora,
e impuros que a lastimam,
maldizendo as pertinências
das frases maldosas,
da verdade nomeada
e das conveniências da hora.

Uma verdade vale mais
que mil mentiras.
Derruba a fúria vã
da cobiça de um demolidor
de vidas incontidas,
escudadas na mentira
de quem se acha sã.

Stephen Beltrão

Momento Cultural: Jesus Cristo – por João do Livramento.

Para falar de Jesus Cristo

Nós precisamos entender

Que ele sofreu todo calvário

Pra nossa alma não perecer

Esta dívida da humanidade

Eu e você é quem produz

A cada dia nós pregamos

Jesus Cristo em nossa cruz

As cusparadas em sua face

São proferidas por rejeição

A filosofia do jesus homem

Que não adentra o coração

Gananciosos o esbofeteiam

E o açoitam todos mesquinhos

Cada aborto é o que terce

Sua coroa de espinhos

É flagelado pelos corruptos

E por mentirosos caluniado

Os violentos com suas lanças

Sempre o atingem abrindo o lado

No indigente as suas sedes

Com amargor são saciadas

Porém se a sede for de justiça

As suas pernas serão quebradas

Só cessará tal sofrimento

Se a humanidade compreender

Que quando fere seu semelhante

A Jesus Cristo faz padecer

João do Livramento.

Momento Cultural: SAUDADE APAIXONANTE – por Heitor Luiz Carneiro Acioli.

Que tempo bom foi o que passou quando estava sempre ao seu lado você ao meu. Quando éramos unidos até o fim da nossa chama de amor, a qual nem após nossa morte se apagaria. Mas, isso só até aquele 15 de março, quando discutimos e terminamos. Entretanto, minha querida, nunca me esqueci de você nem dos maravilhosos momentos que passamos juntos e é por isso que quanto mais saudade eu sinto mais a quero e para você, este texto escrevi devido a saudade apaixonante.

(Meu Jeito – em Versos e Prosas – Heitor Luiz Carneiro Acioli – pág. 01)

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda.

Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).

Fim de Semana Cultural: Só dar amor (Soneto) – Por Manoel de Holanda.

Na restrição, pra mim, de desfavor,
destas quatorze linhas d’um soneto,
Eu nem de leve tocarei no amor;
a falar sobre sonhos não me atrevo.

Eis que se foi embora um bom quarteto!
quero falar do sol, no esplendor,
das estrelas, do mar; não intrometo
o coração, em cousas de valor.

Sei da história do mar apaixonado
por Diana que o fita com dulçor,
na ausência do sol, seu namorado.

Mas, já se viu que cérebro demente?
quero banir deste soneto o amor
e um soneto fazer de amor somente!…

Manoel de Holanda

Momento Cultural: Hino a Virgem do Rosário – por Corina de Holanda.

É dos céus o real lampadário;
Mãe de amor, o teu nome querido
Tantas vezes por nós repetido
Pelas contas do santo rosário

Solo
I
És o marco sacrossanto,
A estrela de maior brilho
A flor de mais puro encanto
Nos caminhos de teu Filho.

II
O teu nome acalma o tédio,
Ninguém o repete em vão.
– Doce e salutar remédio
Dele brota a salvação.

III
Dos céus, imortal poema,
Teu doce nome, Maria,
Transforma, na hora estrema,
Nossa dor em alegria.

 

1958
(Entre o céu e a Terra – Corina de Holanda – pág. 30).

Momento Cultural: Perto do mar, anoitecia… por Célio Meira.

Perto do mar, anoitecia…

Corria o mês de novembro, era o Dia da Bandeira, fomos ver a lua cheia, ao lado da ribanceira. Depois, descemos. Na praia, ficamos a reparar: havia esteira de prata, nas águas mansas do mar. Ali, olhando o mar, a lua, recebemos a lição: Jesus Cristo está presente, na glória da criação.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 25).

Momento Cultural: Correia – por Stephem Beltrão

Ao amigo compositor e poeta Severino José Correia

Correia correu ao correio
Conduzindo carro com correia cortada
Calmo convocou caríssimo carteiro
Conseguindo colocar carta carimbada
Carrancudo colou cartão colorido
Cabeça caída catou cada centavo
Convicto continuou conversando
Comprando correia consertada
Consertou carro caro calado
Contente continuou caminhada.

Stephem Beltrão – escritor e poeta. 

Momento Cultural: AURORAS BOREAIS por ADJANE COSTA DUTRA.

Verdes infindáveis das auroras boreais…

E de meu estro poético meus versos,

Pórtico de imensuráveis imagens.

Meus versos, verdes infindáveis, das auroras boreais.

Sinto-me em lampejos, versos soltos, soltos versos,

nos lampejos das doces paragens, das auroras boreais.

(TAPETE CÓSMICO – ADJANE COSTA DUTRA – 1995 – pág. 19)

Momento Cultural: TEUS ENCANTOS, MARIA – por Ir. Leonor Paes Barreto.

Eis-me a cantar em surtos de alegria,
Teus encantos, MARIA!

Tornando minha, numa exultação
do universo a sublime orquestração,
com a gargalhar do vento que esfuzia,
cantarei teus encantos, MARIA!

Com as ondas que na praia murmurantes,
em vaivens ritmados, soluçantes,
quebram, gemendo lânguida alegria,
cantarei Teus encantos, MARIA!

Com o riacho que múrmuro serpeia,
entre cascalhos, sobre a branca areia,
com a brisa vaporosa que cicia,
cantarei Teus encantos, MARIA!

Com os sons das salvas que perturbadores
semelham flautas, timbales, tambores,
em cadências de estranha sinfonia,
cantarei Teus encantos, MARIA!

Na beleza da flor que em seu hastil,
desabrocha, esplendendo graças mil,
no perfume que esparze e que inebria,
cantarei Teus encantos, MARIA!

No fragor do oceano temeroso,
que ruge, que esbraveja proceloso,
na limpidez do lago em calmaria,
cantarei Teus encantos, Maria!

Na voz do passaredo em clarinada,
anunciando a fúlgida alvorada,
em notas solfejadas com mestria,
cantarei Teus encantos, MARIA!

E quando a morte à porta me bater,
ponto termo ao meu mísero viver,
então, minh’alma leve, desprendida,
das cadeiras tirânicas da vida,
numa escala de sons altissonantes,
sustenizados, álacres, vibrantes,
junto a Jesus, por toda a eternidade,
para sua real felicidade,
cantará em rebates de alegria
TEUS ENCANTOS, MARIA!

Leonor Paes Barreto, irmã beneditina, nasceu na Vitória de Santo Antão. Exímia musicista, poetisa e religiosa exemplar.

Momento Cultural: Trindade Santa – por Corina de Holanda.

Já havia a Santíssima Trindade:
O Pai, O Filho, O Espírito Divino,
Formando desde toda a Eternidade
O triângulo augusto de um destino.

Na terra, a sofredora Humanidade,
Aguardava um milagre genuíno:
De uma virgem, viria o Deus Menino
Sem poluir o sol da virgindade.

No desconforto de uma estrebaria,
Um modesto casal – José – Maria
Espera a Hora que as demais suplanta.

Eis que surge uma estrela, anunciando
O nascimento de Jesus, formando
Com eles, na terra, uma Trindade Santa.

1969

(Entre o céu e a Terra – 1972 – Corina de Holanda – pág. 34).

Momento Cultural: LEI DE PERIODICIDADE OU CICLOS – por MELCHISEDEC.

É a Lei que regula a sucessão periódica na manifestação cósmica e os grandes ciclos da vida, da morte dos átomos, dos astros e dos seres. É ela que faz o movimento de pulsação da Natureza e a respiração universal. Foi através da observação dos períodos onde determinados acontecimentos sempre se repetem, que começaram partindo de uma rotação infinitamente grande, efetuando assim sua revolução em torno de se mesmo e dentro de outra.

Os ciclos perpétuos de tempo recomeçam constantemente de modo periódico e inteligente no espaço e na eternidade. Há ciclos de matéria e há ciclos de evolução espiritual, e há também ciclos de raças, de nações e de indivíduos. Há um objetivo em cada ato importante da Natureza e todos os seus atos são cíclicos e periódicos. Assim é que observamos na história uma alteração regular de fluxo e refluxo na maré do progresso humano. Os grandes reinos e impérios deste mundo, depois de atingirem o ponto culminante do seu desenvolvimento, passam a descer, de acordo com a mesma Lei que os fez subir, até que, tendo chegado ao ponto inferior, a humanidade novamente se afirma e sobe outra vez, para alcançar, graças a essa Lei de progresso ascendente, uma altura maior que aquela, cujo ponto onde havia anteriormente descido. Mas, esses ciclos-rodas que se engrenam em outras rodas não incluem de uma só vez e ao mesmo tempo toda a humanidade.

O grande ciclo abrange o progresso da humanidade desde o aparecimento do homem primordial de forma etérea até a libertação do homem da matéria que o envolve, prosseguindo no seu curso ascendente, para recolher-se ao atingir o ponto culminante da Ronda.

Os grandes ciclos de raças, que incluem por igual todas as nações e tribos pertencentes àquela raça especial, mas, dentro deles há ciclos menores de nação e povo, que seguem seu próprio curso sem dependerem uns dos outros.

(VERDADES FUNDAMENTAIS – MELCHISEDEC – pág. 10 e 11).

Momento Cultural: Meu pecado – Henrique de Holanda.

Eu não posso saber qual o pecado
que, irrefletido, cometi; suponho
seja, talvez, porque te fosse dado
meu coração, – a essência do meu sonho..

Se amar é crime, eu vou ser condenado
e toda culpa, em tuas mãos, eu ponho.
– Quem já te pode ver sem ter amado?!…
Quanto é lindo o pecado a que me exponho!

Se tens alma e tens sangue, como eu tenho;
se acreditas em Deus, dizer-te venho,
– Que pecas, tens amor, és sonhadora…

Deus deu a todos coração igual.
Se eu amo, sofres desse mesmo mal.
– O teu pecado é o meu, – és pecadora!

(Muitas rosas sobre o chão – Henrique de Holanda – pág. 22).

Fim de Semana Cultural: Só dar amor (Soneto) – Por Manoel de Holanda.

Na restrição, pra mim, de desfavor,
destas quatorze linhas d’um soneto,
Eu nem de leve tocarei no amor;
a falar sobre sonhos não me atrevo.

Eis que se foi embora um bom quarteto!
quero falar do sol, no esplendor,
das estrelas, do mar; não intrometo
o coração, em cousas de valor.

Sei da história do mar apaixonado
por Diana que o fita com dulçor,
na ausência do sol, seu namorado.

Mas, já se viu que cérebro demente?
quero banir deste soneto o amor
e um soneto fazer de amor somente!…

Manoel de Holanda

Momento Cultural: Governo do mundo – por Célio Meira.

– Aonde vais, companheiro,

neste barco, pelo mar?

– Vou ao Reino da Ilusão,

para o mundo governar.

– Lastimo, deploro, amigo,

esta arrojada ambição:

o governo deste mundo,

nunca esteve em nossa mão.

* * *

Guarda, Amada, esta lição,

ensinada por Jesus:

– Ajuda teu companheiro,

no carrego de uma cruz.

* * *

Amada, quando rezares,

sê prudente na oração:

– ajuda teus inimigos,

com palavras de perdão.

(migalhas de poesia – Célio Meira – pág. 26).