No constante diálogo histórico entre o passado e o presente, temos apenas uma certeza: o presente de hoje, amanhã, será passado e o futuro de hoje se materializará, em breve, como presente fugaz, na passagem para o tempo pretérito, mas não como “peça” morta e sim como elemento vivo que sempre será revistado.
Assim sendo, nessa dialética constante, o dia de hoje, 27 de junho, pelo menos por dois recortes temporais distintos, mas ligados entre si, ficarão catalogados para sempre na história antonense, sobretudo no que se refere aos dois emblemáticos templos católicos – Matriz de Santo Antão e Nossa Senhora do Rosário.
Hoje, 27 de junho, ficará marcado na história da nossa cidade como o dia da reabertura da Igreja Matriz de Santo Antão aos fiéis, após longo período fechado, em virtude dos severos efeitos da pandemia do novo coronavirus. Evidentemente, algo para ser celebrado com alegria, e principalmente com esperança e fé.
Já o dia 27 de junho de 1880, há exatos 140 anos, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos serviu de palco para um dos piores momentos já vividos na nossa cidade. O evento sangrento, que ficou conhecido como a “Hecatombe do Rosário”, deixou um rastro de morte desilusão no seio da nossa sociedade cujo templo, em função do holocausto, foi obrigado a fechar as suas portas por um longo período.
A história é assim: viva, vibrante e, às vezes, contraditória… No 27 de junho de 2020, celebramos a reabertura da Igreja da Matriz com a alegria. Já no 27 de junho de 1880, fomos obrigados a fechar as portas da Igreja do Rosário, num cenário tristeza e dor… Assim é a vida que segue.
Esse, portanto, é mais um capitulo da história viva da nossa Vitória de Santo Antão.