Confira o trecho do CODIGO DE POSTURAS do município da Vitória, datado de 1897. Os trechos foram retirados do volume 07 da revista do Instituto Histórico e Geográfico da Vitória, editada em 1977. São muitas curiosidades, que valem a pena serem disponibilizadas em nosso blog.
O Tempo Voa Vídeo: festa no Clube Abanadores ” O Leão”.
Momento Pitú.
Já pensou como homenagear a coroa neste Dia das Mães? A gente tem a dica perfeita: presenteie com originalidade e garanta a sua Vitoriosa, a cachaça extra premium da Pitú. Porque mãe vitoriosa é aquela que ama, cuida e, claro, sabe se divertir como ninguém!
Fernando de Noronha: esclarecimentos são necessários!!!
Distante dos acontecimentos, apenas acompanhando pela grande mídia e também por algumas postagens na internet, no que se refere aos lamentáveis fatos ocorridos na Ilha de Fernando de Noronha, em que um delegado de polícia atirou num nativo, por motivo alheio a sua profissão, na qualidade de sociedade, sigo acompanhando o desfecho dos acontecimentos.
Evidente que os procedimentos administrativos já foram acionados e certamente dentro dos prazos legais os esclarecimentos deverão ser comunicado pela imprensa.
O nativo, baleado na perna e ainda hospitalizado, já se pronunciou. Em suas palavras, sem filtro, por assim dizer, demostrou um certo espanto com a situação. Já o delegado, até o mento, segue em silêncio. Motivo pelo qual dificulta qualquer juízo de valor sobre sua versão dos fatos. Mas curiosa foi a nota da associação dos delegados que, ao que parece, contradiz com as cenas exibidas na filmagem divulgada, até aqui.
Seria bom que, ao final das investigações, após ouvir todos os envolvidos e sem nenhum tipo de pressão, as autoridades viessem a público para revelar a verdadeira motivação dos acontecimentos e evidentemente punir o e/ou os culpados. Isso deixaria a polícia com mais credibilidade e a população mais segura.
ENCANTAMENTO – por Sosígenes Bittencourt.
O homem se encanta com a beleza da mulher. A mulher se encanta com a inteligência do homem. Nisso, a mulher é mais inteligente. O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980), embora insuportavelmente feio, tendo sido comparado a uma caixa de rapé ou um minúsculo Buda, dizia que “Ninguém dá a menor importância ao fato de que um escritor célebre seja bonito ou feio.” Ei-lo!
Sosígenes Bittencourt
O Tempo Voa: inauguração de espaço público.
Inauguração da Lavanderia Pública – bairro do Dique – prefeito Nô Joaquim – década de 1960.
Câmara dos Deputados: frutos duvidosos…..
Por uma questão de justiça não podemos generalizar. Na chamada floresta política existe algum tipo de animal que vive na trilha da seriedade. O problema é que no resultado das ações do conjunto as boas sementes não florescem, não inspiram e muito menos produzem os frutos necessários, isto é: a sociedade sempre sai perdendo.
Obrigados a reconfigurar o número (513) de representantes (deputado federal), no sentido da ocupação das cadeiras na Câmara Federal, em função da alteração populacional nos estados, os nossos legítimos representantes acabaram optando pela solução mais vantajosa – para eles….
Ou seja: as 513 cadeiras, para a próxima legislatura, passarão para 531. Mudança quase imperceptível. Continua-se com os números 1, 3 e 5. Apenas foram alteradas duas posições. Tudo pensado para confundir a informação. 513 e 531 – visualmente – é quase mesma coisa….
São por essas e outras atitudes que todos os dias a classe política vem perdendo a credibilidade e o respeito da população. Mudar a regra do jogo – em benefício próprio –, no meu modesto entendimento, apenas revela o grau de preocupação que esses parlamentares possuem em relação ao eleitorado. Ano que vem tem eleição: ao invés de 513 serão 531. Viva o Brasil!!!
DEFORMA ORTOGRÁFICA – por Sosígenes Bittencourt.
No Dia Internacional da Língua Portuguesa, uma boa chance de meter a língua na Deforma Ortográfica da Língua Portuguesa.
Não me sai do pensamento, a ideia de que “ideia” não tem mais acento.
A Deforma Ortográfica parou com o acento de “para”.
Agora, você para para ouvir uma besteira desta.
A Deforma Ortográfica raspou o acento de “pêlo”.
Agora, o seu cachorrinho espalha pelo pelo caminho.
A Deforma Ortográfica roubou o trema do “u”.
Para que “sequestro” com trema? Fique “tranquilo”, não trema.
A Deforma Ortográfica tirou o hífen do bolo pé-de-moleque.
Agora, você não come bolo, come um pé de moleque.
Sosígenes Bittencourt
Momento Pitú
A Ice da Pitú geladinha nesse calorzão merece vários brindes. Só ela tem aquele frescor e sabor irresistíveis. É botar pra gelar e curtir o sol com muita resenha. Concorda? Levanta a sua ICE da Pitú e brinda aê.
Vida Passada… – Gervásio Fioravanti – por Célio Meira.
O recifense Gervásio Fioravanti Pires Ferreira nasceu em 1870, no dia 13 de fevereiro. E nos 15 anos, lendo Castro Alves e Fagundes Varela, Casemiro de Abreu e Gonçalves Dias, era, na Faculdade de Direito do Recife, o mais brilhante dos Calouros. Enfeitiçado pela tribuna, palavra fácil e faiscante, enamorado da poesia, nervoso, de maneiras cativantes, Gervásio conquistou, cedo, a admiração da mocidade do seu tempo. Bacharelou-se aos 19 anos de idade, em 89, no ano da República, no ano em que a faculdade se cobriu de crepe, pela morte de Tobias Barreto, o mulato preclaro de Sergipe, pertencente a turma de Antônio Massa, de Tramaturgo de Azevedo, de Frota e Vasconcelos, Maria Augusta Meira de Vasconcelos e de Alfredo Varela.
Abolicionista e republicano, ingressou Gervásio no ministério público, ocupando, de 1890 a 93, a promotoria da comarca, no Recife. Revelou, no exercício desse cargo, inteligência e honestidade. Não negou justiça a ninguém e não se curvou injunções políticas. Orador fulgurante, a quem Deus concedeu as galas da eloquência, obteve aplausos dos contemporâneos.
Aos 26 anos, em 1896, e na mesma arena em que se combateram Manuel Cícero Peregrino da Silva, Júlio Pires, Alcêdo Marcos, José Anísio Campelo e Antônio Joaquim de Albuquerque Melo, conquistou, Gervásio, a 30 de novembro daquele ano, na Faculdade, donde saíra bacharel, a cadeira de direito criminal. Quatorze dias decorridos, vestiu a beca de professor substituto. Onze ano mais tarde, a 14 de outubro de 1907, alcançou, do governo, a nomeação de lente catedrático.
Durante quarenta anos, fez, Gervásio, da cátedra, um santuário. Havia, na sua palavra arrebatada, e quente, doçura de apóstolo. Acolhedor, e jovial, Gervásio pareceu, sempre entre os discípulos, um companheiro mais idoso, e daí a simpatia, a admiração e a idolatra que lhe votava, com justiça, a mocidade. Possuiu, esse Mestre amando, em elevado grau, o culto sereno da amizade. Recordava-se, por vezes, de discípulos de há quinze e vinte anos, e recompunha cenas e episódios acadêmicos, à luz prodigiosa de sua memória, e do calor de seus afetos.
Poeta admirável, da estirpe dos cantores líricos, escreveu o “Meses” e o “Horas Marianas” em cujas páginas, há, constantemente, perfume e rosa.
Fundou na Academia Pernambucana de Letras, a cadeira de José Natividade Saldanha, desditoso poeta, e secretario do governo Manuel de Carvalho Pais de Andrade, chefe, em 1824, da Confederação do Equador.
Morreu Gervásio Fioravanti, aos 66 anos de idade, na cidade do Recife. Desapareceu o amigo incomparável, o ídolo dos estudantes. Desapareceu, sorrindo, com o espírito tranquilo, o último boêmio das gerações fidalgas do passado.
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.
6 de maio e o Mestre Aragão……
No conjunto das datas marcantes, amanhã, 06 de maio, também sublinha um recorte temporal importante do nosso lugar. Foi a partir de 6 de maio de 1843 que fomos condecorados com o título honorífico de “cidade”.
Quando aprofundamos à leitura e o entendimento da sequência de “vida” da nossa aldeia, iniciada com a chegada do português Diogo de Braga, em 1626, logo entenderemos que o processo de mudança, ocorrido no mês de maio de 1812, quando deixamos a condição de “Freguesia” e viramos “Vila” foi, indiscutivelmente, o momento que causou mais impacto e transformação na comunidade antonense. Diferentemente do ocorrido no bojo do 06 de maio de 1843.
Nesse contexto, na qualidade de comunidade, deixamos de “receber ordens” de Olinda e passamos, de fato, a tomar conta do nosso próprio destino. Passamos a criar nossas leis e assim alinhavarmos e costurarmos o futuro que, naquela ocasião, já se avizinhava como próspero.
Comemorar, amanhã, a passagem de mais um 6 maio (182 anos) é importante por vários motivos: pelo simbolismo que a data carrega e também por oportunizar uma abertura de dialogo com nós mesmos (comunidade), no sentido do autoconhecimento.
A comemoração da data 6 de maio, que poderia ser esquecida como tantas outras passagens importantes da nossa história, possivelmente só entrou no “radar” da cidade justamente por conta do 6 de maio de 1943 (centenário), pois, naquela ocasião, encontrava-se sentado na cadeira de prefeito um sujeito verdadeiramente sensível aos fatos históricos e, assim sendo, cuidou em dá relevo a passagem, promovendo um grande evento na cidade. Esse prefeito foi José Aragão. Viva o 6 de maio! Viva o Mestre Aragão!!!
Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão – por @historia_em_retalhos.
3 de maio de 2003, Ipojuca, Pernambuco.
Naquele dia, as jovens Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão, ambas com 16 anos, passavam o fim de semana na casa de um amigo, na Praia de Serrambi, litoral sul de Pernambuco.
Após um passeio de lancha até o Pontal de Maracaípe, elas se separaram dos outros jovens e foram andar sozinhas pela praia.
Ao retornarem ao local, constataram que o grupo já havia retornado com a lancha para Serrambi.
Então, decidiram voltar e conseguiram uma carona até as imediações do trevo de Porto de Galinhas, onde pegariam uma condução.
Desde então, desapareceram.
Amigos procuraram, mas disseram não ter encontrado nenhuma pista.
Dez dias depois, o empresário José Vieira, pai de Tarsila, encontrou os restos mortais das adolescentes em um canavial, em Camela, distrito de Ipojuca.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil apontaram os irmãos kombeiros Marcelo José de Lira e Valfrido Lira da Silva como os responsáveis pelo crime.
Entre as provas, objetos encontrados no local do crime e na kombi de Marcelo, como fio de nailon, barbeador (da mesma marca e cor usado pelo kombeiro) e fios de cabelo que se assemelhavam aos das vítimas.
Três testemunhas afirmaram ainda terem visto as vítimas pedir carona na Praia de Porto de Galinhas.
Mas o resultado foi contestado pelo Ministério Público de Pernambuco. O então promotor de Ipojuca, Miguel Sales, falecido em 2014, pediu novas diligências três vezes, colocando em xeque as investigações, que acabaram nas mãos da Polícia Federal.
Marcelo e Valfrido Lira chegaram a ser presos, denunciados e julgados pelo crime, mas foram absolvidos em júri popular em 2010.
Em 2018, o caso transitou em julgado no Superior Tribunal de Justiça.
Mais de duas décadas depois, esta triste história segue sem esclarecimento.
Hoje, ambas estariam com 38 anos de idade.
Quem matou as adolescentes Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão?
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O Tempo Voa: Rua 15 de Novembro (1936).
Vitória: o tabuleiro político para 2026 já começou a remexer-se!!!
Em ano pré-eleitoral, bem distante da atenção da expressiva parte do eleitorado, os políticos correm para ajustar “sua respectivas pistas”, rumo ao pódio eleitoral, neste caso em tela, 2026.
Mudanças a partir de Brasília, no que se refere aos rumos partidários, por essência, espaços federativos, tem a capacidade de “remexer” o tabuleiro político na província. Exemplificando: quem estava alinhado ao campo “X” passar a ser obrigado a se abraçar com o campo diametralmente oposto.
Com efeito, Pernambuco já começou a viver esse clima. Até a chamada “janela partidária”, que só acontecerá no inicio de 2026, muitos acordos serão quebrados. Outros refeitos e muitos outros, nunca antes imaginados, entrarão na ordem do dia.
Vitória de Santo Antão, que não se configura numa “ilha eleitoral”, já começou a vivenciar os efeitos colaterais das decisões que tiveram como epicentro a Capital Federal.
Por aqui, para 2026, rolará muitas imagens novas. Bem diferentes daquelas fotografias de 2022. Aliás, em função das conveniências, vale sempre lembrar: na política, não existe espaço para amadores……
Redemocratização – por @historia_em_retalhos.
Era o ano de 1981.
Naquele momento, o Brasil caminhava a passos lentos para a redemocratização do país.
Ao assumir o poder, em 1979, Figueiredo deu continuidade ao distensionamento político iniciado por Geisel, gerando inconformismo nos setores mais radicais do regime e nos órgãos de informação e repressão da ditadura, como o CIE, o SNI e o DOI-Codi.
Para estes órgãos, o fim da ditadura representaria, também, o fim de suas próprias existências e os seus membros receavam um possível revanchismo por parte da oposição democrática, caso esta assumisse o poder.
Então, a lógica era simples: era interessante para estes setores que a “esquerda” voltasse a se envolver na luta armada, de modo a justificar o acionamento de mais repressão política.
Na falta de um perigo real, valia tudo, inclusive, forjar ameaças para fundamentar uma volta à repressão e, dessa forma, dar-se maior importância aos órgãos de segurança.
Foi assim que, na noite do dia 30 de abril, durante as comemorações do Dia do Trabalhador, no Riocentro, onde se apresentavam artistas como Elba Ramalho e Gonzaguinha (foto), duas bombas foram levadas ao local, em um carro Puma GTE, com o objetivo de promover uma tragédia e imputá-la às organizações de esquerda, pondo fim ao lento processo de abertura política.
Algo inesperado, todavia, aconteceu.
Uma falha não premeditada comprometeu os planos.
Com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu prematuramente dentro do carro onde estavam o sargento Guilherme Pereira e o capitão Wilson Machado, no estacionamento do Riocentro, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão.
Todas as tentativas de encobrir o fracasso da operação e culpar as organizações de esquerda foram frustradas.
Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade concluiu que o atentado fez parte de uma ação articulada do Estado brasileiro.
Ao fim, o episódio tornou-se um marco da decadência e do esgotamento do regime militar no Brasil, que daria lugar, quatro anos mais tarde, ao restabelecimento da democracia no país.
Jamais aceitemos revisionismos históricos de ocasião.
Um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la.
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Momento Pitú
Vida Passada… – Osvaldo Cruz – por Célio Meira.
Na zona leste da terra paulista, naquela cidade antiga de S. Luiz de Paraitinga, onde o escritor Francisco de Assis Barbosa viu, e exaltou, “velhos sobrados coloniais no páteo da matriz”, nasceu, no ano de 1875, Osvaldo Gonçalves Cruz. Muito Jovem, aos 20 anos de idade, conquistou, no alvorecer da República, a carta de doutor em medicina. Inteligentíssimo, e estudioso, dedicou-se, com divina esperança de alcançar vitórias, à microbiologia e à anatomia patológica. E não se enganou, o intimorato bandeirante. Batalhou, corajosamente, como um guerreiro antigo, e venceu.
Osvaldo Cruz, em 1901, combatei a peste bubônica, extinguindo-a. Obteve, a esse tempo, os primeiros aplausos do governo e os agradecimentos do povo. E dois anos mais tarde, no governo de Rodrigo Alves, o preclaro paulista, o cientista Osvaldo Cruz, de 31 anos de idade, iniciou a maior, e mais luminosa batalha de sua carreira pública, atacado, de frente, a febre amarela, cheio de fé, e de energia. A luta fio tremenda. Surgiram obstáculos, guerrilhas da população, injurias, mas, o sábio, apoiado pelo poder público, não recuou da ação titânia e benfazeja. Extinguiu a febre. Saneou a capital da República.
Deve-se-lhe a fundação do Instituto de Manguinhos, hoje Osvaldo Cruz. Esse Instituto é, na América do Sul, um estabelecimento modelar, e de inestimável serviço, à causa pública. Aconselhou, ao povo, o uso da vacina contra a varíola, em 1904, e a mocidade desavisada das escolas, levou o povo a rebeldia.
Representou o Brasil, em 1907, num congresso de Higiene, em Berlim, alcançando, escreve um biografo, a medalha de ouro, oferecida pela imperatriz da Alemanha. Era essa medalha, nesse congresso doa sábios, a maior distinção. Exerceu, por algum tempo, o governo, na prefeitura de Petrópolis. E moço ainda, antes dos 40, com a cabeça “empoada precocemente pelo tempo”, na observação de Afrânio Peixoto, pertenceu à Casa dos 40 imortais, ocupando a cadeira nº 5, patrocinada por Bernardo Guimarães , e onde se sentou o doce Raimundo Correia, o poeta do “Mal Secreto”.
E, aos 45 anos, a 11 de fevereiro de 1917, morreu Osvaldo Cruz. Finou-se, nesse dia, o “marechal” da medicina brasileira, que sustentou, sem tremores, mil batalhas memoráveis nos pântanos e nos charcos de uma cidade. Nessas refregas, Osvaldo não ceifou criaturas. Destruiu “mosquitos”, para salvar uma população inteira.
Se há embaixadores, na terra, inspirados pela sabedoria divina, foi Osvaldo Cruz, um Embaixador de Deus.
Célio Meira – escritor e jornalista.
LIVRO VIDA PASSADA…, secção diária, de notas biográficas, iniciada no dia 14 de julho de 1938, na “Folha da Manhã”, do Recife, edição das 16 horas. Reúno, neste 1º volume, as notas publicadas, no período de Janeiro a Junho deste ano. Escrevi-as, usando o pseudônimo – Lio – em estilo simples, destinada ao povo. Representam, antes de tudo, trabalho modesto de divulgação histórica. Setembro de 1939 – Célio Meira.
O Tempo Voa: FESTIVIDADES – 3 DE AGOSTO DE 1973
Festividades alusivas ao dia 3 de agosto – 1973. Inauguração do serviço de abastecimento do serviço de água potável – visita do governador Eraldo Gueiros – Fotografia registrada no gabinete do então prefeito Barreto.
ARIANO SUASSUNA ESPERANDO O AVIÃO NO AEROPORTO DE BRASÍLIA – por Sosígenes Bittencourt.
Costumava dizer que não ficava espantado quando um avião caía, só não sabia como ele subia.
A originalidade era um traço característico de um dramaturgo da dimensão de Ariano.
A originalidade é uma forma de felicidade, é você encontrar-se consigo mesmo sem se perder.
Eis, como exemplo, uma de suas mais gritantes manifestações de originalidade:
Não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém!
Sosígenes Bittencourt
Experimento social com o público da 4ª Corrida da Vitória – por João Vicente Neves Baptista.
As conversas dos outros e o experimento social.
Vou começar confessando logo: tenho o terrível vício de querer ouvir as conversas dos outros. Adquiri essa curiosidade mórbida frequentando lugares onde se bebe, sem ser bebedor. Melhor explicando: embora o efeito da bebida alcoólica não me caia bem, o que me fez desistir de ser um boêmio – passo uma noite inteira com duas ou três doses de whisky bem diluído em água – eu simplesmente adoro frequentar os ambientes onde se consome a “água que o passarinho não bebe”, quais sejam, os bares, os eventos musicais e toda sorte de comemorações.
Nesses lugares, os que bebem se divertem bebendo, e tendo, uns com os outros, conversas de bêbado, aquelas que permeiam o vasto campo compreendido entre ‘parto de raposa’ e ‘atracamento de navio’, isso sem contar as confissões, os desastrosos e desnecessários sincericídios, as mentiras e as megalomanias.
Mas a minha praia é outra; eu gosto de ouvir, interpretar e me divertir com essas conversas, principalmente havidas entre pessoas que não conheço. Funciona mais ou menos assim: fingindo participar da minha roda, fico sorrindo e balançando a cabeça como quem concorda com tudo o que ali se diz, enquanto minha mente e ouvidos estão concentrados em conversas paralelas, onde se está debatendo os mais variados assuntos, sendo mais corriqueiros os singelos bate-papos sobre fatos engraçados, as fofocas bestas e aquelas indefectíveis mentiras, onde homens contam vantagens sobre, por exemplo, seu desempenho sexual. Mas também já cheguei a ouvir conversas intrigantes como a combinação para prática de um crime, revelação de um segredo irrevelável e até confissões acerca preferências sexuais bizarras e nojentas.
Mas foi aqui em Vitória de Santo Antão que ouvimos eu e Lari – minha mulher, a quem, como um traficante malvado, incuti o mesmo vício –, uma tese debatida numa roda de bêbados, na qual se afirmara com toda convicção, que o povo dessa terra era em sua maioria desonesto. Os bêbados defendiam tal absurdo com exemplos burros, generalizando atitudes de um e de outro, que na cabeça deles, serviam para comprovar tal disparate,
Intrigados, chegamos a abordar tal assunto com outras pessoas, e chegamos a ouvir quem confirmasse tal característica, o que sempre rechaçamos com a veemência de uma mãe que defende um filho de uma acusação maldosa.
Vieram a calhar recentemente, duas reportagens onde se apresentavam curiosas práticas comerciais: uma quitanda na beira de uma estrada de terra, no interior do estado do Mato Grosso, onde um agricultor expunha frutas e hortaliças, indicando os respectivos preços e disponibilizava uma balança, uma calculadora e uma caixa de madeira contendo moedas e cédulas de baixo valor, para que o cliente escolhesse a mercadoria e ele mesmo pesasse, calculasse, pagasse o valor, e eventualmente recolhesse o próprio troco; e outra sobre idêntica prática, feita por comerciante de pedras semipreciosas, que ficavam expostas sobre um enorme tabuleiro, salvo engano no Rio Grande do Sul.
Em ambos os empreendimentos, era quase nula a ocorrência de furtos ou outras formas de desonestidades por parte dos clientes, o que de certa forma comprovava o que sempre defendemos: os desonestos compõem a exceção, uma ínfima minoria e não o contrário, como gostam de defender os maledicentes, acometidos da famosa síndrome do vira-lata, que é aquela estranha e nociva mania de denegrir a imagem do seu próprio povo, com a convicção de que a grama do vizinho é e sempre será mais verde que a sua.
Então tivemos a ideia de replicar as práticas desses comerciantes aqui na nossa cidade, e escolhemos a 4ª corrida da Vitória como palco do experimento. Na véspera do evento, fomos à praça do Livramento, escolher o local onde colocaríamos, pelo preço de R$ 4,00, cocos verdes, gelados e já preparados pelo nosso habilidoso caseiro para serem facilmente abertos, disponibilizaríamos canudos, um fura-coco, um caixa com moedas e cédulas pequenas para troco e um ‘QR code’ para pagamento via pix. Lá estando, avistamos o organizador do evento, o famoso jornalista e historiador Pilako, de quem nos aproximamos, nos apresentamos, e quem não só nos ouviu com toda atenção, como ficou entusiasmado com a nossa iniciativa, e com enorme simpatia e prestatividade deu suas sugestões e indicou um local para instalarmos nosso quiosque – construído horas antes do evento, por mim mesmo, utilizando madeira de descarte encontrada pelas ruas e ferramentas de hobby.
As 4:45 da manhã, do domingo 27/04, atrasados e sob os justos protestos do nosso novo amigo, a quem havíamos prometido chegar as 3, nos encontrávamos montando o quiosque, encimado por uma placa improvisada onde se lia: “a verdadeira honestidade acontece quando ninguém está olhando”, o nome da barraca, “PEGUE & PAGUE”, e outras sinalizações indicando as instruções, o valor, o QR CODE, e ainda a seguinte advertência: “sorria, você está sendo filmado pela sua consciência”.
Às 5:20, tudo montado, nos afastamos e deixamos o baile seguir. E qual o foi o resultado? Às 8:35, os 80 cocos se venderam sós. E o melhor: não só inexistiu um único caso de desonestidade, como o valor arrecadado foi superior aos R$ 320,00 que seriam resultantes dos 80 cocos a R$ 4,00 cada, o que atribuímos a eventual não recolhimento dos trocos pelos clientes.
Confirmada nossa tese com muita alegria, decidimos, eu e Lari, repetir a empreitada nos próximos eventos e escolher alguma entidade para receber o valor arrecadado, como forma de agradecimento a essa maravilhosa cidade onde acreditamos que a esmagadora maioria da população é de pessoas honestas e dignas, e onde desde 2016, sem titubear, escolhi para viver até o fim da vida.
João Vicente Neves Baptista, ou Joca, 46, é advogado com 20 anos de experiência, integrante da quarta geração de um tradicional escritório de advocacia centenário, iniciado pelo seu bisavô, sediado em Recife e atuante na área de direito empresarial. É casado há 6 anos com Larissa Arruda, 26, empresária e futura nutricionista, com quem reside no Sítio Palmeira Imperial, pequena propriedade rural na região de Terra Preta, onde o casal comercialmente cria peixes, porcos e carneiros e cultiva plantas e árvores exóticas.