Em 02 de julho de 1824, era proclamada no Recife a Confederação do Equador, uma aliança entre quatro províncias que se opunham ao autoritarismo do 1.° Reinado.
Inúmeros foram os seus antecedentes.
Como se sabe, várias eram as divergências entre Pernambuco e o governo central, acentuadas, sobremaneira, na Revolução de 1817, de forma que a província aderiu com muita desconfiança à causa de Pedro I em 1822.
A condição era que o imperador mantivesse a promessa de convocar a Constituinte e aceitar as suas decisões.
“Debaixo desta condição é que aclamamos Sua Majestade”, afirmou Frei Caneca, o líder máximo da Confederação.
Um aspecto importante é que, àquela época, começava a surgir uma nova classe de produtores, ligados ao plantio do algodão, na zona da mata norte do estado.
Esse grupo já não dependia da metrópole, porque vendia o seu produto diretamente às fábricas da Revolução Industrial inglesa, sendo, portanto, simpático às ideias revolucionárias que levassem à quebra dos monopólios.
Tal perspectiva estendia-se às províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, em que a produção algodoeira também se tornara expressiva.
A chegada da notícia da dissolução da Constituinte, em 1823, foi a gota d’água.
Um colégio eleitoral reuniu-se na catedral de Olinda e substituiu a Junta dos Matutos por outra, presidida por Manuel de Carvalho Paes de Andrade.
Paes de Andrade, então, convocou as províncias do norte a juntarem-se a PE, para a formação de um país federalista, inspirado no modelo americano.
A bandeira da Confederação exibia as palavras “religião, independência, união e liberdade”, substituindo os ramos de café e tabaco pelos da cana-de-açucar e do algodão.
O desfecho, porém, foi tirano.
Pedro I determinou a suspensão das garantias constitucionais da província, enviou tropas por terra e por mar e mutilou o território pernambucano, retirando dele a comarca do São Francisco, que correspondia a 60% de seu território.
Apesar da derrota, a Confederação do Equador trouxe ao lume ideais libertários que mudariam o curso da história do Brasil.
Ontem e sempre, nestas terras, o arbítrio nunca se fez.
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