No último mês de novembro (2021) a gestão municipal comandada pelo prefeito Paulo Roberto, então com 11 meses de atuação, promoveu uma requalificação na Praça Padre Felix Barreto em que demoliu várias construções irregulares. As mesmas abrigavam pontos comerciais.
Naquela ocasião, no que se refere às demolições, aqui, pelo blog, entre outras observações, emiti um juízo de valor, dizendo: acredito que a demolição das construções irregulares existentes no referido equipamento público, ocorridas ontem (23), tenha sido, do ponto de vista conceitual, a melhor ação do seu governo (Paulo Roberto) até o presente momento.
Ainda lembrei, no bojo da referida postagem, das ações impopulares promovidas pelo então prefeito José Aragão (1942/1944), no sentido do melhoramento do aspecto urbanístico da nossa cidade. Apenas para atualizar o internauta na chamada “linha do tempo”, a atual Avenida Mariana Amália só pode ser materializada, anos depois pelo então prefeito José Joaquim da Silva, em virtude das demolições, antes, efetivadas. O Mestre Aragão, na qualidade de gestor, passou à história como “o prefeito demolidor”.
Pois bem, sob o pretexto de fomentar o lazer e a gastronomia do munícipio, semana passada, o prefeito Paulo Roberto alardeou uma ordem se serviço que tem como objetivo edificar, na via de rolamento de veículos que fica entre as duas praças (3 de Agosto e Restauração), 8 quiosques/barracas. Para tanto, o erário deverá aplicar quase 1 milhão de reais (R$ 901.820,31). O prazo para conclusão da obra foi estipulado em 180 dias.
Apenas a título de registro histórico ( recente), o prefeito da Vitória que mais identificou-se com construções em vias públicas e locais inapropriados foi o médico Ivo Queiroz. Não quero crer que a atual gestão municipal tenha encontrado nos projetos urbanísticos do referido gestor alguma inspiração, no sentido da subtração de mais uma rua do nosso já caótico sistema viário. É bom lembrar que no conjunto central do perímetro urbano do nosso município, ao longo das últimas décadas, muitas ruas “deixaram de existir”, contrastando com o continuo aumento da frota veicular local.
Entendo que políticas mais eficientes de incentivo ao entretenimento, lazer e ao setor gastronômico devam ocorrer quando há investimento em qualificação e mais oportunidade aos professionais da área. Essa é a dinâmica já consagrada nesse pujante mercado.
É oportuno lembrar também que durante o final de semana e feriados, assim como já ocorre no Pátio da Matriz, o entorno das referidas praças já poderiam também ser um espaço dedicado ao lazer, sobretudo às famílias. Algo que por si só já alavancaria à renda de alguns prestadores de serviços dessa área (serviços), por muito castigada em virtude da pandemia.
Portanto, na qualidade de munícipe, com relação à edificação de quiosque/barracas na via entre as duas praças no bairro do Livramento, emito, aqui, a minha opinião: não vejo como algo vantajoso, nem para o tempo presente, tampouco para o futuro!
Em ato contínuo, no que se refere ao contexto viário, o fechamento, em definitivo, para o fluxo de veículos da via entre as duas praças, no meu modesto entendimento, também acredito não ter sido a decisão mais acertada, no se refere à lógica do trânsito – fluxo de veículos.
Antes, porém, devemos realçar a seguinte situação:
Acertaram os atuais técnicos da AGTRAN quando eliminou o semáforo (altura do INSS) e proibiu o duplo fluxo de veículos na Rua Capitão Taborda. Realcemos que mesmo acertando no conceito da mudança, a nova sinalização ficou incompleta. Ou seja: no caso concreto, o condutor do veiculo ao trafegar pela referida via (Capitão Taborda) tem como única opção virar à direita (Buteco do Camarão), mas a sinalização “não diz isso”, muito pelo contrário. Obriga o condutor a seguir em frente, algo que não pode ser efetivado, há muito tempo – confundindo o motorista que é de fora da cidade.
Outro detalhe que devemos observar, é que, com o fechamento em definitivo da “via entre as duas praças”, o condutor que trafegar pela Rua Capitão Taborda, e deseje seguir até a prefeitura ou mesmo ao Centro Comercial, por exemplo, terá que passar obrigatoriamente pela Câmara de Vereadores e virar à esquerda na altura da Praça 3 de Agosto (Anjo).
Naquele ponto ( contorno do Anjo) existe um “estacionamento permitido” que é totalmente irregular, quando confrontado com todas as regras do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) – salve regulamentação específica e aplicada no local. A irregularidade se acentua, por assim dizer, nos dias de sessão ou evento na Câmara de vereadores, quando “suas excelências” estacionam seus respectivos veículos no meio da via (largo), dificultando ainda mais o retorno à esquerda, por conta do grande número de veículo estacionado de forma irregular. Com o fechamento em definitivo da “via entre as duas praças” a prefeitura/AGTRAN terá que obrigatoriamente reconfigurar esse estacionamento irregular, mas que até o momento continua “permitido”……
Vale salientar também que, desde o fechamento – de forma provisória – da “via entre as duas praças”, uma “nova contramão” foi criada na cidade, ou seja: o condutor, sobretudo motoqueiro, ao trafegar pela Rua Capitão Taborda, e que deseja descer, no sentido da Avenida Mariana Amália, ao chegar na “Esquina do Buteco do Camarão” vira à esquerda e segue pela “rua do trepa-bode” (contramão) descendo com toda rapidez, evitando assim o caminho “mais longo” (obrigatório), que é subindo pela Câmara de Vereadores e contornando na “esquina do anjo”. Acredito que antes do fechamento em definitivo da “via entre as duas praças” os nossos gestores deveriam levar tudo isso em consideração.
Como já falei inúmeras vezes, não sou técnico em trânsito, apenas um curioso. No meu modesto entendimento, no que se refere ao traçado viário daquela localidade, efetuado pela prefeitura, o mesmo ficou mal planejado.
Acredito que a “via entre as duas praças” não deveria ser suprimida. Muito pelo contrário, a mesma deveria ser mão única, no sentido INSS/Prefeitura – sem vaga para estacionamento. Nesse contexto, ao chegar no sinal luminoso, o condutor teria duas opções: seguir em frente para a “rua da prefeitura” ou virar à esquerda, no sentido da Avenida Mariana Amália. Já para o condutor que estivesse saindo da “rua da prefeitura” e quisesse ir à Câmara de Vereadores, o mesmo deveria virar à direita, contornar a Praça da Restauração – passando pelos banheiros – e subir normalmente. Simples assim…
Para concluir essas linhas, imagino também que essa obra anunciada pela gestão do prefeito Paulo Roberto não atende ao desejo da maioria dos moradores e frequentadores desse espaço de lazer. Aliás, depois de prontas, é possível que as referidas edificações comprometam à bela visão deste que é um dos locais mais bonitos da nossa cidade. Já no que se refere ao traçado viário, o mesmo ficou bastante prejudicado. Essas, portanto, são as minhas impressões sobre esse projeto anunciado recentemente pela gestão municipal.