Há 96 anos, em junho de 1927, acontecia em Mossoró/RN o episódio mais heróico da história da cidade: a inédita vitória sobre o bando de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião.
Naqueles tempos, Lampião já era o grande terror dos sertões, o cangaceiro mais temido do NE.
Conta-se que, impiedoso, costumava furar os seus inimigos próximo ao osso situado abaixo do pescoço, a chamada “saboneteira”, fazendo-os sangrar, mesmo que já se apresentassem rendidos e ajoelhados.
Habituado a não encontrar resistência por onde andava, Lampião decidiu invadir Mossoró, não ponderando, contudo, que a “capital do oeste potiguar” já era um dos municípios mais importantes do interior nordestino e um dos polos salineiros do país.
Com 20 mil habitantes e situada entre duas capitais (Natal e Fortaleza), Mossoró em nada assemelhava-se às pequenas povoações que Lampião costumava invadir sem dificuldade.
Mesmo assim, o capitão foi adiante.
Em 12.06, sequestrou um coronel da cidade e enviou uma mensagem ao prefeito Rodolfo Fernandes: exigia 400 contos de réis para não invadir o município e liberar o refém.
Em resposta, disse o prefeito:
“A cidade acha-se firmemente inabalável na sua defesa”.
Coube a Fernandes preparar a resistência: determinou que mulheres e crianças deixassem o município.
Recorreu aos comerciantes para obter recursos e comprar armamentos.
Inúmeros civis voluntariaram-se para lutar.
No entardecer do dia 13.06, parte das trincheiras da resistência foram posicionadas no alto da Igreja de São Vicente.
Tão logo o grupo de cangaceiros surgiu no horizonte, iniciou-se uma chuva de balas.
Logo de início, importantes cangaceiros foram alvejados.
Colchete foi morto com um tiro certeiro na cabeça.
Jararaca, homem forte de Lampião, também foi atingido e capturado.
Acuado e sem alternativas, o capitão partiu em retirada.
Este fato épico é considerado um divisor de águas na história do cangaço, marcando o início do seu declínio.
O prefeito Rodolfo Fernandes, tido como herói, dá nome a um outro município do RN.
Jararaca (foto) foi enterrado vivo e o seu túmulo, até hoje, é um dos mais visitados no cemitério local.
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