“Independência da Bahia” – por @historia_em_retalhos.

2 de julho: dia da chamada “Independência da Bahia”.

Como já comentamos em retalhos anteriores, é preciso desconstruir o mito de que as regiões N e NE simplesmente aderiram ao Grito do Ipiranga.

Não é verdade.

A adesão deu-se no Centro-Sul do país.

Nas demais regiões, ocorreu um sofrido processo de emancipação, marcado por lutas sangrentas, que, além de consolidarem a independência, puseram fim aos planos de Portugal no norte do BR.

Depois da expulsão das tropas de Jorge de Avilez do RJ, em fev/1822, a metrópole decidiu concentrar em Salvador todos os seus esforços militares.

O objetivo era dividir o BR e, quem sabe, mais na frente, retomar o RJ e o restante do país.

Graças ao povo baiano isso não aconteceu.

A guerra contra os portugueses na BA durou 1 ano e 5 meses, mobilizou mais de 16.000 pessoas e custou centenas de vidas.

Iniciou-se com a rebelião do dia 19.02.1822, no Forte São Pedro, em Salvador, que foi derrotada, mas que deu ensejo à organização da resistência no Recôncavo Baiano.

Batalhões de voluntários foram recrutados, sendo o mais famoso deles aquele batizado de “batalhão dos periquitos”, pela cor verde usada nos uniformes.

A tarefa de organizar esse exército coube, inicialmente, ao gal. francês Pierre Labatut, que, depois, foi substituído pelo cel. José Joaquim de Lima e Silva (tio do futuro Duque de Caxias).

Houve duas tentativas portuguesas de romper o cerco brasileiro a Salvador: a Batalha do Pirajá (08.11.1822), o principal confronto, e o ataque à Ilha de Itaparica (07.01.1823), ambas fracassadas, selando o destino de Portugal na BA.

Em 2 de julho de 1823, 301 anos após a chegada de Cabral a Porto Seguro, a esquadra lusitana deixava, derrotada, o litoral baiano.

A freira Joana Angélica, assassinada por golpes de baioneta, e a heroína Maria Quitéria, que se disfarçou de homem para lutar pelo BR, são duas dos principais personagens da “independência baiana”.

Lamentavelmente, em 1998, o aeroporto de Salvador perdeu a designação “Dois de Julho”, em desrespeito ao fato mais importante da história da Bahia e ao sangue dos seus mártires.

É festa cívica na Bahia!

Salvem os heróis do 2 de julho!
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